segunda-feira, 21 de março de 2011

Escâner e avaliações em crianças podem apontar 'tendência de comportamento violento'


Traços de falta de empatia em crianças podem ser um sinal de futuros comportamentos antissociais e violentos, apontam dados apresentados nesta semana na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Washington.


Segundo pesquisadores, o escaneamento do cérebro e avaliações precoces podem ajudar a identificar e tratar esses traços e a prever problemas de conduta.

Para Nathalie Fontaine, professora assistente de justiça criminal da Universidade de Indiana, “crianças com altos níveis de traços de falta de empatia (callous-unemotional) e problemas de conduta entre 7 e 12 anos tendem a desenvolver hiperatividade e a viver em um ambiente caótico”. Isso, diz ela, é um risco potencial para a psicopatia em adultos.

“Se identificarmos essas crianças cedo, podemos ajudar a elas e a suas famílias” a prevenir comportamentos severamente antissociais, declarou Fontaine na conferência, segundo apresentação obtida pela BBC Brasil.

O jornal The Daily Telegraph cita estudos do professor e criminoligista britânico Adrian Raine que apontam que criminosos e psicopatas têm áreas do cérebro – como a amídala e o córtex pré-frontal – reduzidas.

Essas áreas controlam nossos impulsos, nossa cooperação social e nossas noções de moral.

Raine disse na conferência em Washington, segundo o Telegraph, que a ausência do medo da punição, que pode ser medida em bebês, também seria um indicativo de futuros comportamentos antissociais, e defende a importância de medições que identifiquem isso.

Riscos e ética

Fontaine, no entanto, enfatizou que suas descobertas não significam que algumas crianças com falta de empatia necessariamente se tornarão delinquentes, mas que a identificação precoce desses traços pode ajudá-las a lidar com o risco de comportamento antissocial.

Para ela, punições podem não ser eficazes para lidar com o problema. Uma possível solução é reforçar o comportamento positivo dessas crianças, em vez de castigar o negativo.

A pesquisadora examinou dados de mais de 9 mil gêmeos nascidos na Grã-Bretanha entre 1994 e 96, e cerca de um quarto deles apresentou níveis altos ou oscilantes de empatia.

De acordo com a apresentação de Fontaine, níveis ascendentes de falta de empatia estão associados a mais problemas comportamentais ao longo do crescimento.

Os dados analisados por ela indicam que os traços de falta de empatia derivam, na maioria das vezes, de influências genéticas, principalmente em meninos. Mas, no caso das meninas, fatores ambientais parecem exercer influência significativa.

Por isso, ela faz a ressalva de que suas conclusões se beneficiariam de avaliações desses fatores ambientais ou de risco, como negligência ou abuso infantil.

Segundo o Telegraph, a conferência abordou também as implicações éticas de se tratar crianças antes que elas tenham de fato feito algo errado, mas, para Raine, as causas biológicas do comportamento não podem ser ignoradas.

“Temos que buscar as causas do crime tanto nos níveis biológicos e genéticos como nos sociais”, disse o especialista.

BBC Brasil

sexta-feira, 4 de março de 2011

Apoio e Confirmações no Neurociências 2011


O mais inovador curso de Neurociências do estado está obtendo excelentes resultados em sua fase de organização preliminar. Com uma abordagem inovadora e recursos ímpares de didática e logística, o Neurociências 2011 pretende abrir a mente de seus participantes em 10 dias com os mais úteis temas ao médico generalista e profissional de saúde sob a óptica dos melhores especialistas do estado.

São presenças confirmadas no Neurociências 2011:

Dr. Artur D'Almeida
Dr. Carlos Vinícius Melo
Dra. Fernanda Maia
Dr. Francisco Arruda Mont'Alverne
Dr. Harley Brito
Dr. Jackson Gondim
Dr. João José Carvalho
Dr. João Mairton Lucena
Dra. Margarida Medeiros
Dra. Rosivalda Marinho
Dr. Stélio Filho

O Neurociências 2011 nasce ainda com grandes parcerias já confirmadas:

- CREMEC
- Associação Médica Cearense
- Sociedade Cearense de Neurologia e Neurocirurgia
- Universidade Estadual do Ceará
- Clínica Trajano Almeida
- Colégio Ari de Sá Cavalcante
- Just For Doctors

quinta-feira, 3 de março de 2011

Curso de Atualização em Neurorradiologia



A Sociedade Brasileira de Neurorradiologia realizará em Fortaleza o seu I curso de atualização buscando oferecer bases sólidas para a Neurorradiologia na prática cotidiana, com a contribuição de eminentes Neurorradiologistas Nacionais e o Professor Scott W Atlas, Chefe de Serviço da Stanford University Medical Center, que proferirão 20 palestras distribuídas nos módulos Doença Vertebro-Medular, Neuroinfecção, Neuroconcologia, Neuropediatria, Acidente Vascular Cerebral, Doença Degenerativa do SNC e Doença da Substância Branca. O curso se dividirá entre a sexta-feira 27/05/2011 (18 - 22 horas) e o sábado 28/05/2011 (08h-19h).


Informações/Inscrições: www.neuroclube.com.br ou com Mont´Alverne (Neurologia/Neurorradiologia HGF) e Pablo Picasso (Neurorradiologia HGF).


Apoio: Liga Acadêmica de Neurociências da UECE - www.liganeuruece.com

quarta-feira, 2 de março de 2011

Casos de derrame cerebral aumentam entre os jovens


Internações de homens com até 34 anos cresceram 51% em 13 anos, nos EUA

No Brasil, números também saltaram; mais novos têm estilo de vida parecido com o dos idosos, dizem médicos

GUILHERME GENESTRETI

DE SÃO PAULO

Casos de derrame aumentam entre os jovens, mostra levantamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, ligados ao Departamento de Saúde dos EUA.
Em pouco mais de uma década, houve crescimento de 51% nas internações por acidente vascular cerebral isquêmico entre homens de 15 a 34 anos. Nas mulheres dessa faixa, a alta foi de 17%.
Os pesquisadores acessaram dados sobre a internação de pacientes em cerca de mil hospitais americanos entre os anos de 1994 e 2007.
No Brasil, as doenças cerebrovasculares também tiveram aumento expressivo entre os jovens, segundo números do Datasus, banco de dados do Ministério da Saúde.
Entre 1998 e 2007, houve crescimento de 64% nas internações por AVC entre homens, e de 41% entre mulheres na faixa de 15 a 34 anos.
O AVC isquêmico representa cerca de 90% dos casos e é causado pela obstrução das artérias cerebrais.
Se não for contida a tempo, a doença pode lesionar áreas do cérebro e causar sequelas nos movimentos e em funções como a fala.
Só em 2007 houve um total de 7.599 internações por doenças cerebrovasculares no Brasil, nessa faixa etária.
Para a neurologista Sheila Martins, presidente da ONG Rede Brasil AVC, o aumento maior dos casos entre os brasileiros deve-se ao menor controle dos fatores de risco.

MAIS SAL
Hipertensão, diabetes e colesterol alto são fatores de risco de derrame.
"O AVC isquêmico é comum em idades mais avançadas, mas o jovem passa a ter os mesmos riscos se é mais sedentário e obeso", diz o neurologista Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
"Pensam que é doença de velho, mas cada vez mais jovens chegam aos hospitais com perda de força nos membros, tonturas, sinais que antes só víamos entre pessoas de mais idade", diz Martins.
O jovem, segundo ela, está ingerindo mais sal, bebendo mais álcool e comendo mal.
O uso de álcool e drogas pode causar lesões arteriais, tornando o adolescente e o jovem predispostos ao problema, diz Bacheschi.
O neurologista Santino Lacanna, da Unifesp, não descarta a possibilidade de que nos últimos anos os diagnósticos tenham ficado mais precisos, o que pode explicar parte do aumento dos casos.
Mas acrescenta que fatores como o estresse também podem ser uma hipótese válida.
"Com a competitividade, não dá para jogar o estresse pela janela, mas dá para controlar a alimentação e praticar exercícios físicos."

SINAIS
Dor de cabeça, dificuldade para falar ou enxergar e dormência nos membros são sinais. "As pessoas não sabem reconhecê-los e demoram a chegar aos hospitais", diz Sheila Martins.
Para Bacheschi, "faltam campanhas mostrando que o jovem está levando uma vida comparável à de um idoso".

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd0203201102.htm