domingo, 12 de fevereiro de 2012

Eletricidade para tratar doenças do cérebro

Estimulação cerebral profunda pode reverter danos do Alzheimer




Uma técnica que estimula os tecidos cerebrais com impulsos elétricos pode atenuar a perda cognitiva causada pelo Alzheimer, o tipo de demência mais frequente entre idosos. A equipe coordenada pelo neurocientista Andrés Lozano, do Hospital Western Toronto, no Canadá, verificou diminuição de glicose no lobo temporal e cíngulo posterior, em seis pessoas com a doença, submetidas à estimulação cerebral (DBS, na sigla em inglês).

Os resultados foram publicados no Annals of Neurology. Segundo Lozanno, a diminuição do hipocampo e cíngulo superior especificamente (áreas importantes no desempenho da memória) pode estar associada a menores quantidades de glicose nestas regiões. A DBS consiste em enviar impulsos elétricos ao cérebro através de eletrodos implantados na região craniana. Os condutores foram colocados próximos ao fornix – um feixe de neurônios que envia e recebe sinais do hipocampo - em pessoas diagnosticadas com Alzheimer pelo menos 12 meses antes.

Após um ano de realização dos experimentos, os pesquisadores constataram que o método não somente evitou que o hipocampo diminuísse, mas o fez crescer em duas pessoas – cerca de cinco por cento em uma e oito por centro em outra. Estes dois participantes apresentaram melhora das funções cognitivas além do esperado, embora os outros quatro voluntários não. Apesar de Lozano não saber exatamente como o tratamento funcionou, outro trabalho recente de sua equipe com ratos sugere que a estimulação elétrica pode ter levado ao nascimento de neurônios no cérebro. O estimulo empregado em ratos desencadeou a produção de proteínas que auxilia neurônios a formar novas conexões.

Os pesquisadores pretendem realizar testes com um grupo de 50 pessoas, mas o médico John Wesson Ashford da Universidade Stanford, Califórnia, questiona o alcance prático desta abordagem, quando há milhões de pessoas com Alzheimer. Lozano aponta que cerca de 90,000 pessoas pelo mundo com a doença de Parkinson receberam a estimulação cerebral. A incidência de Alzheimer é somente cinco vezes maior. Assim como foi possível usar o procedimento no primeiro caso, também poderá ser usado em indivíduos com demência degenerativa.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/eletricidade_para_tratar_doencas_do_cerebro.html

Retratos do inconsciente.

Retrospectiva reúne 250 trabalhos do fotógrafo Manuel Álvarez Bravo no Rio de Janeiro



O rótulo de artista surrealista desagradava ao fotógrafo mexicano Manuel Álvarez Bravo, morto em 2002 – para ele, as cenas do cotidiano eram mais fantásticas que o movimento artístico baseado nas imagens do inconsciente. De fato, situações prosaicas e corriqueiras, como roupas secando no varal ou paredes ladrilhadas, adquiriram contornos oníricos através de suas lentes, o que o levou a ser considerado o representante do surrealismo na fotografia. Mais de 200 trabalhos seus podem ser conferidos na mostra Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia, em exibição no Instituto Moreira Sales (IMS), no Rio de Janeiro.

Nos anos 30, suas produções chamaram a atenção do fundador do movimento, o escritor André Breton, que lhe encomendou uma obra para estampar a capa do catálogo da exposição surrealista de 1941: La buena fama dormiendo, de 1938 – uma mulher seminua envolta em ataduras repousa sob o sol e tem a pele ameaçada por vegetais espinhosos. A inspiração para a foto veio do desmembramento do substantivo abrojos, que significa cacto em espanhol e, dividido, forma as palavras “abre” e “olhos”. Uma elaborada composição que remete ao método da associação livre de ideias, em voga na época com as teorias de Sigmund Freud.

Uma deterioração da parede atrás da modelo lembra os genitais femininos. Bravo afirmava inspirar-se nos artistas muralistas mexicanos: retratava a realidade em pequenos quadros, mostrando que sua percepção é imperfeita e pode adquirir múltiplos sentidos. Na fotografia La hija de los danzantes, de 1933 (foto), uma garota na ponta dos pés olha curiosa para um buraco em uma parede de desenhos geométricos, remetendo a uma Alice de Lewis Carroll em trajes típicos mexicanos – uma analogia com a própria obra, que convida a apreciar o inusitado.

Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia. Instituto Moreira Sales (IMS). Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, Rio de Janeiro. Terça a sexta, das 13h às 20h. Sábado e domingo, das 11h às 20h. Grátis. Informações: (21) 3284-7400. Até 26 de fevereiro.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/retratos_do_inconsciente.html

O mapa cerebral do desejo feminino.

Estudos mostram que as mulheres podem experimentar o prazer de múltiplas formas.




Defendida por vários sexólogos, a ideia de que as mulheres podem atingir o orgasmo a partir do estímulo de diferentes partes do corpo foi reforçada por um estudo divulgado em dezembro pelo Journal of Sexual Medicine. Pela primeira vez, uma equipe de pesquisadores de vários países, conduzida pelo psicólogo Barry Komisaruk, da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, registrou imagens do cérebro de voluntárias quando estimuladas no clitóris, no interior da vagina e nos seios.

As áreas ativadas no córtex sensorial cerebral variam de acordo com a parte do corpo excitada. Os autores do estudo sugerem que as neuroimagens contradizem a noção de que o prazer vaginal ocorre pela estimulação indireta do clitóris. “Os registros mostram que há diferença em estimular cada uma dessas regiões e são forte indício de que o prazer feminino pode ser experimentado de múltiplas formas”, diz Komisaruk. A próxima etapa é mapear que outras regiões cerebrais são ativadas durante a estimulação vaginal e a clitoridiana, para analisar se a teoria do “ponto G” – região no interior da vagina considerada por muitos a maior fonte de excitação sexual – pode ser confirmada por neuroimageamento.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/sexualidade.html