Graças à pesquisa com os "super-ratos", a vida das pessoas que sofrem de distrofias musculares e outras doenças semelhantes pode mudar. Estão a caminho dois novos tratamentos que bloqueiam uma proteína chamada miostatina, que normalmente retarda o crescimento dos músculos.
A primeira estratégia, anunciada esta semana, objetiva a utilização de uma droga para "enxugar" a miostatina. Ao mesmo tempo, um segundo método, que utiliza anticorpos para desativar a proteína, já está sendo testado em pacientes.
Os "super-ratos" foram criados em 1997, quando o cientista Se-Jin Lee, da Faculdade de Medicina Johns Hopkins em Baltimore, Maryland, utilizou engenharia genética para desligar o gene da miostatina. Esses animais ficaram com músculos duas vezes maiores do que o normal. Da mesma forma, um defeito no gene da miostatina fez com que um bebê alemão, cuja estória foi amplamente divulgada no ano passado, tivesse um desenvolvimento muscular espantoso.
Agora o Dr. Lee produziu uma molécula solúvel chamada ACVR2B, que se liga à miostatina em ratos normais, fazendo com que os seus músculos cresçam.
Ele espera que a ACVR2B possa ser usada para tratar doenças como a distrofia muscular de Duchenne, um problema genético que afeta 1 em 3000 meninos. Os músculos desses pacientes atrofiam devido a um defeito no gene que codifica a síntese da proteína distrofina, que é importante para a organização da estrutura muscular.
A equipe do Dr. Lee deu quantidades diferentes de ACVR2B a 49 ratos e mediu o desenvolvimento muscular após uma a quatro semanas. O maior impacto no crescimento muscular foi com duas injeções com intervalo de uma semana entre elas, com uma dose de 50 miligramas por quilo de peso. Esses ratos tiveram a sua massa muscular aumentada em até 61 por cento (Proceedings of the National Academy of Sciences, DOI: 10.1073/pnas.050599610)
Os ratos cresceram normalmente e não pareceram ter quaisquer outros efeitos indesejáveis. Os pesquisadores, entretanto, têm agora a preocupação de saber se a droga seria segura a longo prazo; também é preocupante a possibilidade de que o coração cresça, o que poderia levar a doença cardíacas.
Um outro risco potencial dessa droga seria o seu abuso por atletas; já há sites na internet oferecendo drogas que supostamente bloqueariam a miostatina; mas não deve ser difícil criar testes "anti-doping" para essa classe de medicamentos.
Segundo Kay Davies, que estuda a genética da distrofia muscular de Duchenne na Universidade de Oxford, "esse é um estudo excepcionalmente promissor. Pela primeira vez, temos uma real esperança de um tratamento para essa doença".
Fonte: http://sadato.hypermart.net/weblog/2005/12/
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