No ano de 1906, tivemos dois ganhadores do prêmio nobel, notavelmente por seus trabalhos no campo do sistema nervoso humano.
Camilo Golgi (1844 - 1926)
Médico e biólogo italiano nascido em Corteno, próxima a Bréscia, e notável por seus estudos sobre o sistema nervoso humano, inclusive por identificar o organito celular que hoje tem seu nome e que foi confirmado pela microscopia eletrônica.
Formado na Universidade de Pávia, foi o primeiro a usar nitrato de prata para marcar tecidos nervosos para exames microscópicos (1872-1875) e a demonstrar a estrutura das células nervosas, a célula de Golgi, mostrando que as mesmas se conectam a outras células nervosas através de pequenas ramificações como pelos, os dendritos.
A descoberta permitiu que o cientista alemão Wilhelm von Waldeyer-Hart e o espanhol Santiago Ramón y Cajal definissem célula nervosa como a unidade estrutural básica do sistema nervoso, ponto crucial para o progresso da neurologia moderna. Nomeado para a Universidade de Pávia, descobriu o tendão de Golgi (1876) , ponto terminal das fibras sensoriais nervosas.
Na universidade de Siena, foi professor de histologia e patologia (1880-1918).
Descobriu ainda (1883), a presença, nas células nervosas, de uma rede irregular de fibrilas, cavidades e grânulos, chamada complexo de Golgi, fundamental na constituição de membranas, armazenamento de proteínas e lipídios e transporte de partículas através da membrana celular. Na patologia demonstrou a existência de três diferentes variedades de parasitas da malária correspondendo a diferentes tipos de doença.
Por seu trabalho na estrutura do sistema nervoso dividiu o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina ( 1906) com um espanhol, o histologista Ramón y Cajal.
Desenho de Camillo Golgi de um hippocampus corado com o método do nitrato de prata.
Santiago Ramón y Cajal (1852 - 1934)
Histologista espanhol que nasceu em Petilla de Aragón, e formou-se na Universidade de Saragoza, notabilizado por seu pioneirismo em estudos sobre a estrutura fina do sistema nervoso. Filho de Justo Ramón e de Antonia Cajal, logo após seu nascimento sua família mudou-se para Larrés, e depois morou em Luna e Valpalmas (1852-1856).
Iniciou sua educação básica em Ayerbe (1860), onde estudou no Escolapios de Jaca (1861-1863). Ingressou no Instituto de Huesca (1864) e começou a trabalhar como ajudante de barbearia e aprendiz de sapateiro com seu irmão Pedro (1866). Iniciou os estudos de preparação de medicina em Zaragoza (1869) onde completou seu primeiro curso médico (1870).
No ano seguinte foi nomeado auxiliar de dissecação e licenciou-se em Medicina (1873). Foi nomeado médico para o Cuerpo de Sanidad Militar, e mudou-se para a província de Lérida. Obteve o doutorado em Madrid (1877), quando se interessou definitivamente por histologia e comprou seu primeiro microscópio com o propósito de criar um laboratório de histologia em Zaragoza.
Tornou-se diretor dos Museus de Anatomia de Zaragoza e se casou (1879) com Silveria Fañanás García. No ano seguinte começou a publicar seus primeiros trabalhos científicos e depois obteve uma cátedra em Valência (1883). Ensinou também universidades de Barcelona como Catedrático de Histología Normal y Patológica (1887) e Madri. Descobriu os mecanismos controladores da morfologia (1889) e processos conectivos das células nervosas na medula espinhal e iniciou a publicação da Revista Trimestral de Histología Normal y Patológica.
Nos dois anos seguintes demonstrou as mudanças básicas dos neurônios durante o funcionamento do sistema nervoso. Foi também o primeiro a isolar as células nervosas cerebrais, as chamadas células de Cajal, trabalho que lhe daria o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina (1906), com o citologista italiano Camillo Golgi. Fundou a Revista Micrográfica e tornou-se membro da Real Academia de Medicina de Madrid (1896). Por este Viúvo (1930) e pai de seis filhos, faleceu em Madri, cidade onde havia fundado o Instituto Cajal (1922), destinado á pesquisas sobre neuro-histologia.
Além do Nobel recebeu muitas outras honrarias e prêmios como o Premio Echegaray de La Real Academia de Ciencias de Madrid. Seus principais livros foram Manual de Histología (1886), Textura del sistema nervioso del hombre y de los vertebrados (1904), Degeneración y Regeneración del sistema nervioso (1914) e El Mundo visto a los ochenta años (1934).
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Fontes: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/Santiago.html
http://scottbrothertonblog.wordpress.com/2010/06/03/scientist-photography-santiago-ramon-y-cajal/
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