segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Função simbólica.

A importância da figura paterna


Em sua teoria, o psicanalista francês Jacques Lacan colocou ênfase na função simbólica do pai. Ou seja: não é imprescindível que a família obedeça à organização tradicional (pai-mãe-filhos) para que a criança se constitua de forma razoavelmente saudável. O pai do complexo de Édipo, pai que introduz a Lei a separar o filho da mãe (para o bem de ambos, para que não permaneçam em uma relação simbiótica e doentia), não precisa existir de corpo presente, como marido da mãe. O pai representa a interdição e o limite no processo de subjetivação do filho.


Isso não quer dizer que a presença física do genitor, em carne e osso, não faça diferença. Porém, mais importante que o pai concreto (que em muitos casos não assume esse papel) é que haja alguém (ou algo) capaz de propiciar a necessária separação entre mãe e filho, separação esta que, se persistir, provavelmente levará a uma psicose.


Também na teoria, o desejo do homem está voltado para a mulher e não para a criança – daí decorre a ideia de que o pai seja entendido apenas como rival da criança na disputa pelo amor da mãe. Mas a experiência clínica revela, com frequência, variadas versões masculinas do desejo de paternidade. De fato, em alguns casos, há o anseio, ainda que inconsciente, de que o filho confirme a potência paterna, bem como o desejo de ter descendentes a quem ensinar o que aprende e acredita – o que de certa forma constitui uma fantasia de imortalidade por meio da perpetuação das próprias conquistas.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_funcao_simbolica.html

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