sábado, 30 de janeiro de 2010

NEURUECE prepara I Curso Cearense de Neurociências


A Liga de Neurociências do Curso de Medicina da UECE já se prepara para a realização do I Curso Cearense de Neurociências. Em parceria com a Sociedade Cearense de Neurologia e Neurocirurgia, além do apoio da Universidade Estadual do Ceará, o I Curso Cearense de Neurociências terá uma abordagem completamente e inovadora. A NEURUECE acredita em modelos ativos de aprendizagem, integrando a ampla teoria das neurociências à prática médica. Assim, o Curso contará com aulas interativas, discussões clínicas, vídeos de casos clínicos, imagens e um NeuroQuiz, um jogo de perguntas e respostas para testar o conhecimento adquirido no Curso. Em casa, o participante terá acesso, via site da NEURUECE, às aulas ministradas, a notícias recentes sobre cada tema e a um material complementar de estudo, envolvendo artigos, vídeos, imagens e um resumo sobre o conteúdo ministrado, além da edição em áudio de cada aula, mediante disponibilidade técnica.

O I Curso Cearense de Neurociências terá a participação dos melhores profissionais médicos do estado, contemplado temas como AVC, Cefaléia, Traumatismo craniano e raquimedular, Esclerose Múltipla, Demências, Parkinson e distúrbios do movimento, Epilepsia, Infecções do Sistema Nervoso, Neuroanatomia, Tumores cerebrais, Psicoses, Depressão, Neuroimagem e Neurofarmacologia.

O Curso terá duração de 40h e está previsto para ser realizado entre os dias 26 de abril e 07 de maio de 2010, prometendo revolucionar o conceito de curso de extensão no Ceará.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Vírus da dengue pode levar a transtornos neurológicos


Faperj

Durante a epidemia de dengue de 2002, muitos pacientes não diagnosticados com a doença deram entrada nos hospitais da rede pública com quadros neurológicos. Segundo a neurologista Marzia Puccioni-Sohler, não se tratava de coincidência. Como mostrou na pesquisa que coordena na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a presença do vírus da dengue pode desencadear doenças neurológicas, como a encefalite, a meningite, ou a síndrome de Guillain-Barrè. Para confirmar e também compreender melhor a associação entre a infecção pelo vírus da dengue e as manifestações neurológicas, o estudo pesquisou a produção de anticorpos contra o vírus no sistema nervoso. Essa confirmação não apenas facilita o diagnóstico precoce das doenças associadas à dengue, como permite que se trace um tratamento mais eficaz.

"Nossa dúvida era se a dengue causava ou não doença neurológica. Encontramos tantos casos neurológicos que poderiam estar associados à dengue que, para confirmar essa relação, decidimos testar a presença de anticorpos de fase aguda nesses pacientes, independente de história prévia de dengue. Porque vários deles não apresentavam sintomas da dengue clássica e muitos eram assintomáticos", fala a pesquisadora. Seu estudo "Síntese Intratecal de Anticorpos na Dengue", desenvolvido no Laboratório de Líquido Cefalorraquidiano do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, foi recentemente publicado na revista Neurology, como um dos sete destaques da edição e motivo de entrevista pela American Academy of Neurology. O trabalho contou com apoio do Auxílio à Pesquisa (APQ 1), da FAPERJ.

Entre os casos de dengue provocados pelos vírus da dengue (dos tipos 2 e 3), de 1% a 5% evoluem para doenças neurológicas. Isso tanto pode acontecer pela atuação direta do vírus sobre o sistema nervoso, provocando inflamações – como no caso da mielite e da encefalite –, quanto pelo desenvolvimento de doenças neurológicas devido a uma reação imunológica, cujos sintomas costumam surgir cerca de um mês depois da contaminação pelo vírus.

"No Rio de Janeiro, isso é preocupante. O estado é uma área endêmica, com alta incidência de dengue. Por isso, sugerimos que, em situações de epidemia, os casos de mielite, encefalite e síndrome de Guillain-Barrè sejam investigados. Isso pode ser feito com pesquisa de anticorpos IgM ou procurando detectar a presença de vírus no líquido cefalorraquiano ou no sangue desses pacientes", aponta a neurologista.

A equipe coordenada por Marzia analisou amostras de 10 pacientes com sorologia positiva para dengue – entre eles, casos com sintomas neurológicos de encefalite, mielite, neuromielite óptica e síndrome de Guillain-Barré. Durante a pesquisa, foi possível observar a existência de síntese de anticorpos antidengue no líquido cefalorraquiano de pacientes com mielite. "Isso demonstra que se pode ter um marcador de infecção viral no sistema nervoso. Em pacientes com mielite – inflamação da medula espinhal –, por exemplo, essa produção de anticorpos no sistema nervoso se torna um marcador da ação do vírus da dengue", explica. Para a pesquisadora, esse passa a ser um grande apoio ao diagnóstico à mielite associada à dengue e permite a melhor compreensão da origem desta manifestação neurológica provavelmente relacionada à invasão viral.

Embora nos pacientes com neuromielite óptica e síndrome de Guillain-Barré, não se tenha registrado produção de anticorpos contra o vírus da dengue, isso não significa que não haja relação entre as duas doenças. "Nesses casos, devemos considerar uma provável causa autoimune desencadeada pela presença do vírus", explica Marzia.

A síndrome de Guillain-Barré apresenta características distintas. "Trata-se de uma doença autoimune, precedida por uma infecção, provocada muitas vezes pela entrada de um vírus no sistema nervoso, que ativa o sistema imunológico, gerando uma reação imune contra proteínas do sistema nervoso periférico", explica. Segundo a pesquisadora, esses anticorpos confundem as proteínas do próprio organismo com proteínas do vírus com o qual tiveram contato, e passam a atacá-las. É essa reação que leva à síndrome de Guillain-Barré, doença inflamatória das raízes dos nervos. "Que, nesse caso, é desencadeada pelo vírus da dengue", diz a pesquisadora. A neuromielite ótica também é provocada por processo semelhante.

Os sintomas da dengue já são bem conhecidos: febre alta, dor de cabeça intensa, desânimo e dores nas articulações, mialgia e dor retro-ocular. Nos casos de encefalite, no entanto, há repentina redução do nível de consciência, sonolência, convulsões, déficit neurológico focal, como perda da força de um dos lados do corpo e o paciente passa a não mais responder a estímulos do ambiente. Na mielite, há também a perda de força muscular dos membros inferiores, e o doente perde a capacidade de andar. Na síndrome de Guillain Barre, essa perda de força muscular pode ascender, atingindo também os membros superiores. O risco maior é de se chegar a uma deficiência respiratória.

Pacientes diagnosticados com essas doenças neurológicas associadas à dengue, no entanto, não devem preocupar-se demais. Em geral, elas são benignas. "Tratamos as manifestações neurológicas com medicamentos específicos e os sintomas tendem a desaparecer em alguns dias, sem deixar sequelas", tranquiliza a pesquisadora, embora situações mais graves possam eventualmente ocorrer. Ela esclarece ainda que nos casos de Guillain-Barrè associada à dengue, a doença segue durante 15 a 20 dias. Depois desse processo, os pacientes evoluem com melhora e não há quaisquer consequências. "Apenas num único caso de mielite, entre os que estudamos, houve a perda de força nos membros inferiores, que se manteve por um ano, como sequela da doença neurológica", diz.

A pesquisa é parte do projeto "Implantação da rede de biologia molecular no SUS", coordenado por José Mauro Peralta, do Instituto de Microbiologia da UFRJ (apoio FAPERJ, em parceria com MS – Programa PPSUS), e também contou com a participação do microbiologista Mauro Jorge Cabral Castro, do biólogo Luis Cláudio Faria e das neurologistas Cristiane Soares e Regina Alvarenga.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2010/01/22/virus-da-dengue-pode-levar-a-transtornos-neurologicos.jhtm

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

NEURUECE inicia tradução de arquivos da Academia Americana de Neurologia


Sob orientação do Dr. João José, chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Geral de Fortaleza, os membros ligantes da NEURUECE já iniciaram a tradução de 23 tópicos distintos, que, de acordo com a Academia Americana de Neurologia, correspondem ao conhecimento essencial que se deve ter na área durante a formação médica. O objetivo é disponibilizar e divulgar o material entre os serviços de Neurologia e as escolas médicas de todo o país.

NEURUECE prepara-se para seu Atlas de Neuroanatomia


A Liga de Neurociências da UECE já se prepara para o início da construção do seu Atlas Virtual de Neuroanatomia. Após aval positivo do secretário de saúde do Ceará, Dr. João Ananias, em reunião com a direção do Centro de Ciências da Saúde da UECE, a NEURUECE iniciará o projeto no Serviço de Verificação de Óbitos de Fortaleza. O projeto é coordenado pelos ligantes Diego Fonseca, Flávio Barbosa e Willian Lopes, todos ex-monitores de anatomia humana. O Atlas contemplará ainda correlatos clínicos e artigos atualizados na área, transformando-o em excelente ferramenta para o estudo ampliado da neuranatomia.
O Atlas terá inicialmente distribuição on-line gratuita, sendo posteriormente comercializado impresso.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Discussão de Casos Clínicos

No dia 7 de janeiro de 2010, a Liga de Neurociências da Universidade Estadual do Ceará realizou em sua primeira reunião do ano uma discussão de casos clínicos baseada nas experiências vivenciadas por seus integrantes no Hospital Geral de Fortaleza. O tema "Esclerose Lateral Amiotrófica" foi abordado pelos membros Eurivaldo Valente e Diego Fonseca e contou com a participação de outros integrantes da NEURUECE, alunos de Medicina da UECE e a professora Dra. Aline Alice.

Seguem abaixo algumas fotografias tiradas nesse dia:


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pacientes com Alzheimer têm menos risco de ter câncer


Pessoas com doença de Alzheimer podem ter menos risco de desenvolver câncer e vice-versa. A relação entra as doenças foi descrita em artigo publicado no site da revista Neurology, publicação da Academia Norte-Americana de Neurologia.

"Descobrir as ligações entre essas duas condições poderá nos ajudar a compreendê-las melhor e a abrir novas avenidas para possíveis tratamentos", disse Catherine Roe, da Escola de Medicina da Universidade Washington em Saint Louis, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores analisaram 3.020 pacientes com mais de 65 anos que foram acompanhados por uma média de cinco anos cada um de modo a verificar se desenvolviam demência e por uma média de oito anos para observar o desenvolvimento de tumores.

No início do estudo, 164 pessoas (5,4%) estavam diagnosticadas com Alzheimer e 522 (17,3%) com câncer. Durante a pesquisa, 478 pessoas desenvolveram demência, característica associada à doença de Alzheimer, e em 378 houve nova manifestação de câncer invasivo.

De acordo com o estudo, para aqueles que tinham Alzheimer no início da pesquisa, o risco de desenvolver câncer foi reduzido em 69% em comparação com aqueles que não tinham Alzheimer.

Para indivíduos caucasianos que tinham câncer no começo do estudo, o risco de desenvolver Alzheimer foi reduzido em 43% em relação àqueles que não tinham diagnóstico de câncer. Os resultados, segundo os pesquisadores, não foram evidentes para grupos minoritários.

Fonte: Agência Fapesp/ Bol

domingo, 10 de janeiro de 2010

NEURUECE em novo processo de seleção


A Liga Acadêmica de Neurociências do Curso de Medicina da UECE prepara-se para um novo processo seletivo. Previsto para o final do mês de fevereiro, a NEURUECE abrirá 3 novas vagas, sendo uma delas destinada aos alunos em curso do 2º semestre letivo.
A NEURUECE orgulha-se por poder expandir seu número de vagas em um momento de planejamento e execução de diversos projetos de pesquisa, da construção do primeiro atlas virtual de neuroanatomia do Ceará, da parceria exitosa com a Sociedade Cearense de Neurologia e Neurocirurgia, da organização do Congresso Cearense de Neurologia e Neurocirurgia, das três modalidades de estágio em Neurologia do Hospital Geral de Fortaleza (ambulatório, unidade do AVC e enfermaria), do planejamento do estágio em Neurocirurgia com início previsto para março de 2010 e dos projetos de pesquisa e extensão com o Hospital Infantil Albert Sabin, além da participação programada em eventos como o Congresso Brasileiro de Neurologia no Rio de Janeiro, em agosto de 2010.
Aguardem maiores informações no site da NEURUECE.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Admissões no Departamento de Emergência por cefaleia: por que elas ocorrem e o que podemos fazer quanto a isso?



Autores
: Ang SH, Chan YC, Mahadevan M.Department of Emergency Medicine, Changi General Hospital, Singapore.Publicação: Ann Acad Med Singapore. Novembro 2009.

Resumo:

Introdução:
Muitos pacientes se apresentam ao departamento da emergência (ED, sigla em inglês) com queixa de dor de cabeça e uma proporção significativa dessas visitas resultam em internações hospitalares. Este estudo analisa demografia, apresentação, abordagem, razões para a admissão, diagnósticos e resultados de pacientes internados com a queixa principal de dor de cabeça - para identificar possíveis formas de reduzir tais admissões.

Materiais e Métodos: Uma análise retrospectiva foi feita a partir dos registros médicos eletrônicos / resumos de alta de todos os pacientes adultos admitidos no ED da National University Hospital of Singapura durante um período de 1 ano a partir de Janeiro-dezembro de 2006, com o diagnóstico de cefaleias primárias ou cefaleias secundárias não relacionadas ao trauma, infecção intracraniana, lesão em massa, pressão intracraniana elevada ou grave doença sistêmica.

Resultados: 1276 pacientes adultos se apresentaram ao ED com cefaleias primárias ou cefaleias secundárias não relacionadas com doenças graves em 2006. Este número representou 2% dos atendimentos do ED no período. Duzentos e vinte e três pacientes foram admitido por várias razões - incerteza diagnóstica: 110 (49%), controle da dor: 73 (33%), pedido do paciente: 60 (27%) e outros: 4 (2%). Sessenta e seis por cento dos pacientes tinham imagens de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM cabeça). Dezoito pacientes (8%) tiveram diagnósticos "potencialmente graves" (hemorragia intracraniana, metástase do cérebro , acidente vascular cerebral, meningite, cisticercose, osteomielite cervical, hidrocefalia, convulsões e hipertensão maligna).

Conclusão: Variadas estratégias voltadas para as diversas razões para a admissão, incluindo a formação do médico, o uso de protocolos de avaliação e de imagem para excluir patologia secundária, maior duração do tratamento e avaliação da ED, efetivo controle da dor e educação do paciente podem ajudar a reduzir internações por dor de cabeça.