sábado, 29 de janeiro de 2011

Realizar tarefas sob pressão sobrecarrega o sistema imunológico


Psicólogos da Universidade da Califórnia, em Irwine, nos Estados Unidos, descobriram que realizar tarefas sob pressão (principalmente com o medo do julgamento do que os outros possam pensar a nosso respeito), diminui a liberação de substâncias que evitam infecções. Esse estudo foi publicado na Psychological Science.

Para compreender melhor essa relação, pesquisadores coordenados pela psicóloga social Sally Dickerson pediram a um grupo de voluntários em busca de emprego que usassem apenas 5 minutos para preparar um pequeno discurso, onde deveriam esclarecer por que preenchiam perfeitamente as exigências do emprego ao qual haviam se candidatado. Em seguida, foram submetidos a um curto teste de matemática. Metade dos participantes resolveu as duas atividades com privacidade, enquanto o restante realizou as atividades sob o olhar crítico e atento de dois assistentes da coordenadora do experimento. Durante todo o período de teste, os pesquisadores aferiram a pressão arterial, a frequência cardíaca dos voluntários e, por fim , estes foram submetidos a exames de sangue.

Os participantes dos 2 grupos avaliaram o próprio grau de stress de forma semelhante. Mas quem teve que executar a tarefa sob a pressão do olhar do pesquisador produziu mais TNF-alfa, uma substância mensageira que participa de reações inflamatórias e regula a atividade de diversas células imunológicas. Além disso, os glicocorticóides, que inibem infecções, tiveram essa função prejudicada. Já o sistema imunológico daqueles que realizaram as provas sem serem observados manteve-se estável, apesar do stress inerente a situação.

Fonte: Cerebro-online.blogspot.com

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cirurgia pioneira ‘cura’ depressão aguda de britânica


Uma mulher britânica que sofreu por quase uma década de depressão aguda conseguiu conter o problema graças a uma cirurgia pioneira realizada por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bristol.


A depressão levou Sheila Cook, de 62 anos, a se aposentar precocemente e a deixou incapaz de se vestir ou de se alimentar sozinha. Pensamentos sobre suicídio passaram a ser frequentes.

Mas a operação realizada no hospital Frenchay, em Bristol, restaurou sua vontade de viver.

A técnica, chamada de estimulação cerebral profunda, envolve o uso de fios e eletrodos implantados no cérebro por meio de furos abertos no crânio.

Os eletrodos são ligados a uma bateria que envia pequenas quantidades de eletricidade para estimular ou inibir o funcionamento de áreas específicas do cérebro, responsáveis pelo controle das emoções.

'Túnel escuro'

Os pesquisadores da Universidade de Bristol estão analisando os efeitos de estímulos em duas áreas diferentes do cérebro com oito pacientes diferentes.

Sheila Cook foi a primeira paciente a passar pela operação, que teve bons resultados iniciais.

“Eu somente queria que a vida terminasse. Era como estar em um túnel escuro, mas em vez de luz no fim do túnel, havia apenas escuridão”, disse ela.

“Eu de repente acordei uma manhã e vi que me sentia diferente, que queria me levantar, queria fazer coisas. Minha visão sobre a vida mudou completamente”, disse.

Apesar da melhora inicial, Cook teve uma recaída posterior e acabou passando por uma operação mais radical, numa técnica também pioneira, na qual uma área do cérebro foi danificada para inibir seu funcionamento.

Mas a equipe de pesquisadores esperam desenvolver a técnica de estimulação cerebral profunda para que ela tenha efeito duradouro ou definitivo e evite a necessidade de novas operações, como no caso de Cook.

BBC Brasil

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lágrimas que alteram os sentimentos


Shani Gelstein e colaboradores publicaram no último número da Revista Science, um estudo onde existe uma demonstração que as lágrimas que derramamos quando estamos tristes, podem transmitir um sinal químico.
O significado funcional das lágrimas emocionais, que se acredita ser uma caracteristica única dos humanos, tem confundido os biólogos há anos.
As novas descobertas sugerem que a composição química das lágrimas emocionais é diferente da composição das lágrimas comuns, usadas pelo organismo para proteger os olhos da sujeira.

Em camundongos, as lágrimas contém substancias químicas específicas que transmitem sinais para outros animais, que sentem o seu cheiro.
Shani sustenta que nos humanos (o estudo foi realizado com mulheres) as lágrimas podem também conter um sinal químico que reduz os níveis de testosterona e de excitação sexual nos homens, ou seja, as lágrimas femininas diminuem o impulso sexual dos homens.

O estudo foi realizado com um pequeno grupo de voluntários, onde os homens cheiravam lágrimas recolhidas de mulheres que assistiam um filme triste, ou gotas de solução salina que foram postas para escorrer pelo rosto das mesmas mulheres.
Em experimento duplo-cego, os homens disseram que as lágrimas não tinham nenhum cheiro.

Mas os homens que cheiravam as lágrimas verdadeiras tenderam a achar menos atrativas sexualmente uma série de mulheres cujas fotografias foram mostradas a seguir.
Além disso, os homens que cheiraram as lágrimas também registraram quedas nos seus níveis de excitação fisiológica e na testosterona presente na saliva.
Por último, os homens que cheiraram as lágrimas das mulheres e, em seguida, assistiram a um filme - dentro de uma máquina de ressonância magnética- demonstraram menos atividade nas regiões do cérebro normalmente associadas com a excitação sexual.
Embora o estudo não tenha investigado lágrimas coletadas de homens e crianças, os pesquisadores especulam que elas também possam conter sinais químicos.

Fonte: www.cerebro-online.blogspot.com

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Obesidade provoca encolhimento do cérebro


Área diminuída é responsável pela tomada de decisões


Estudo realizado pela University School of Medicine, de Nova York, nos Estados Unidos, avaliou os efeitos da obesidade na estrutura física do cérebro. Segundo o estudo, pessoas obesas podem apresentar encolhimento do órgão. A pesquisa foi divulgada na revista científica NewScientist.

Ao realizar um exame de ressonância magnética em 63 pacientes, sendo 44 obesos e 19 magros, a equipe liderada pelo pesquisador Antonio Convit observou diferenças no tamanho do cérebro.

As pessoas obesas apresentaram mais água na amígdala, parte do cérebro responsável pelo comportamento alimentar, e um encolhimento na camada externa da parte frontal do cérebro, área envolvida no processamento cognitivo e tomada de decisões.

Com esse resultado, os pesquisadores concluíram que no cérebro dos pacientes obesos existem neurônios a menos ou eles estão encolhidos.

Já é sabido que a obesidade acelera o risco de outras doenças, como explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Ricardo Cohen.

- A obesidade é um fator de risco para diversas outras doenças, em especial o diabetes tipo 2 (resistência à insulina adquirida), que está ligada à disfunção cognitiva.

A doença, que está ligada a outras doenças degenerativas, como o diabetes, atinge 400 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida.

Fonte: R7.com.br

domingo, 9 de janeiro de 2011

Pesquisa indica que chá verde protege contra Alzheimer e câncer


Estudo britânico afirma que compostos benéficos do chá são ativos mesmo depois da digestão


Um estudo da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, indica que o chá verde pode proteger o cérebro de doenças como o Mal de Alzheimer e outros tipos de demência. A pesquisa, divulgada na publicação especializada "Phytomedicine", também sugere que o antigo remédio chinês que tem se popularizado no mundo todo também pode ter um papel muito importante na proteção do corpo contra o câncer.

No estudo, os cientistas investigaram se as propriedades benéficas do chá verde, que já tinham sido comprovadas no chá recém-preparado e não digerido, ainda se mantinham ativas uma vez que o chá fosse digerido.

De acordo com Ed Okello, professor da Escola de Agricultura, Alimento e Desenvolvimento da Universidade de Newcastle e que liderou o estudo, a digestão é um processo vital para conseguir os nutrientes necessários, mas também significa que nem sempre os compostos mais saudáveis dos alimentos serão absorvidos pelo corpo, podendo se perder ou modificar no processo.

"O que foi realmente animador neste estudo é que descobrimos que, quando o chá verde é digerido pelas enzimas do intestino, os compostos químicos resultantes são até mais eficazes contra gatilhos importantes do Alzheimer do que a forma não digerida do chá", disse. "Além disso, também descobrimos que os compostos digeridos (do chá verde) tinham propriedades contra o câncer, desacelerando de forma significativa o crescimento de células do tumor que usamos em nossas experiências."

Na pesquisa, a equipe da Universidade de Newcastle trabalhou em conjunto com cientistas da Escócia, que desenvolveram uma tecnologia que simula o sistema digestivo humano. Graças a esta tecnologia, a equipe de Newcastle conseguiu analisar as propriedades protetoras dos produtos da digestão do chá.


Chás verde e preto


Dois compostos já são conhecidos por seu papel importante no desenvolvimento do Alzheimer, o peróxido de hidrogênio e uma proteína conhecida como beta-amiloide.

Pesquisas anteriores mostraram que compostos conhecidos como polifenóis, presentes nos chás verde e preto, tem propriedades neuroprotetoras, pois se ligam a compostos tóxicos e protegem as células do cérebro.

Quando ingeridos, os polifenóis são quebrados e produzem uma mistura de compostos. Foram estes compostos que os cientistas de Newcastle testaram.

"É uma das razões pela qual temos que ser tão cuidadosos quando fazemos afirmações a respeito dos benefícios para a saúde de vários alimentos e suplementos", disse Okello."Existem certos compostos químicos que sabemos que são benéficos e podemos identificar alimentos que são ricos nestes compostos, mas o que acontece durante o processo de digestão é crucial para saber se estes alimentos estão mesmo nos fazendo bem."


Proteção de células


Os cientistas usaram modelos de células de tumor, expondo estas células a várias concentrações de diferentes toxinas e aos compostos do chá verde digerido.

"Os compostos químicos digeridos (do chá) protegeram as células (saudáveis), evitando que fossem destruídas pelas toxinas", disse Okello. "Também observamos que eles afetaram células cancerosas, desacelerando de forma significativa seu crescimento."

'O chá verde é usado há séculos na medicina tradicional chinesa, e o que temos aqui dá provas científicas do porquê pode ser eficaz contra algumas das doenças mais importantes que enfrentamos hoje", acrescentou.

BBC Brasil
G1