Apresento outro link, agora com o Manual de recomendações da ABN em Alzheimer do ano de 2011.
http://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/08/Manual-de-recomenda%C3%A7%C3%B5es-da-ABN-em-Alzheimer-2011.pdf
Este material foi conseguido no site do serviço de neurologia da Universidade Federal de Santa catarina. Consta de artigos muito esclarecedores sobre o tema, desde a definição mais apurada da doença, até o tratamento medicamentoso, sinais e sintomas. O leitor poderá identificar o protocolo clínico através da leitura.
Caso o leitor queira também conferir o próprio site do serviço de neurologia da UFSC, segue aqui o link: http://neurologiahu.ufsc.br/
Muito boa recomendação.
Boa leitura.
Fonte: http://neurologiahu.ufsc.br/protocolos-clinicos/doenca-de-alzheimer/
sábado, 25 de agosto de 2012
Neurologia Filme e Vídeo
Segue abaixo o link de um site muito interessante que trás muitos vídeos de neurologia.
http://www.fotosearch.com.br/video-filme/neurologia.html
Infelizmente, os vídeos são para compra, mas a qualidade do material pode ser conferida nos pequenos vídeos apresentados. O leitor pode verificar essa qualidade e, quem sabe, adquirir algum deles.
Boa apreciação.
Fonte: http://www.fotosearch.com.br/video-filme/neurologia.html
http://www.fotosearch.com.br/video-filme/neurologia.html
Infelizmente, os vídeos são para compra, mas a qualidade do material pode ser conferida nos pequenos vídeos apresentados. O leitor pode verificar essa qualidade e, quem sabe, adquirir algum deles.
Boa apreciação.
Fonte: http://www.fotosearch.com.br/video-filme/neurologia.html
Piadas maldosas não melhoram o humor.
Pessoas com observações mais amáveis têm emoções mais positivas.
Uma observação simpática é muito mais eficaz que o sarcasmo para melhorar o ânimo, constataram pesquisadores da Universidade Stanford que testaram o senso de humor de mais de 70 suíços e americanos. Os psicólogos Andrea Samson e James Gross pediram aos voluntários que fizessem piadas sobre fotografias de conteúdo muito pouco agradável: acidentes de carro, cenas de guerra e animais peçonhentos. Parte das pessoas foi orientada a usar humor positivo, isto é, brincar com os paradoxos da vida ou da condição humana; as outras, porém, estavam livres para tecer comentários maldosos.
Andrea e Gross deram exemplos de respostas para conduzir os voluntários: uma foto de uma cobra atacando um bezerro podia inspirar reflexões simpáticas, como “Parece que alguém tem o olho maior que a barriga”, ou maliciosas, como “Minha bolsa nova está se alimentando”. Depois da série de piadas, os psicólogos conversaram com os participantes e analisaram seu estado de humor. Segundo relataram no Cognition & Emotion, os donos das observações mais amáveis apresentaram, em média, emoções mais positivas. Logo, sugerem os psicólogos, lançar mão do humor negro pode até soar engraçado, mas o efeito disso sobre o autor do comentário não parece ser tão benéfico.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/comportamento.html
Uma observação simpática é muito mais eficaz que o sarcasmo para melhorar o ânimo, constataram pesquisadores da Universidade Stanford que testaram o senso de humor de mais de 70 suíços e americanos. Os psicólogos Andrea Samson e James Gross pediram aos voluntários que fizessem piadas sobre fotografias de conteúdo muito pouco agradável: acidentes de carro, cenas de guerra e animais peçonhentos. Parte das pessoas foi orientada a usar humor positivo, isto é, brincar com os paradoxos da vida ou da condição humana; as outras, porém, estavam livres para tecer comentários maldosos.
Andrea e Gross deram exemplos de respostas para conduzir os voluntários: uma foto de uma cobra atacando um bezerro podia inspirar reflexões simpáticas, como “Parece que alguém tem o olho maior que a barriga”, ou maliciosas, como “Minha bolsa nova está se alimentando”. Depois da série de piadas, os psicólogos conversaram com os participantes e analisaram seu estado de humor. Segundo relataram no Cognition & Emotion, os donos das observações mais amáveis apresentaram, em média, emoções mais positivas. Logo, sugerem os psicólogos, lançar mão do humor negro pode até soar engraçado, mas o efeito disso sobre o autor do comentário não parece ser tão benéfico.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/comportamento.html
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Por que crianças têm dificuldade de compartilhar.
Estudo sugere que o ambiente onde os pequenos vivem e a educação que recebem são decisivos para aperfeiçoar a sociabilidade.
A recusa em emprestar brinquedos ou dividir alimentos pode resultar de conexões neurais imaturas. Um estudo publicado na revista Neuron revela que a interação de centros de controle de impulsos é mais frágil em crianças pequenas e tende a se intensificar com o passar dos anos, na mesma medida em que elas aprendem e colocam em prática estratégias sociais.
Cientistas do Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e do Cérebro, na Alemanha, observaram crianças de 6 a 10 anos e pré-adolescentes tomando decisões simples durante um jogo. Eles deviam dividir fichas que valiam pontos (e prêmios) com um receptor anônimo em duas situações: escolher aleatoriamente quanto ceder sem nenhuma consequência e correr o risco de ter sua oferta recusada se a outra criança a achasse injusta – nesse caso, nenhuma das duas ganharia nada. Ou seja, a segunda tarefa exigia maior habilidade social.
Todos os participantes se comportaram de forma semelhante na primeira situação. Na segunda, porém, os mais jovens fizeram ofertas piores e se revelaram mais propensos a aceitar poucas fichas mesmo percebendo que era injusto. Neuroimagens captadas durante o experimento revelaram menor atividade no córtex pré-frontal, centro de tomada de decisões e autocontrole, das crianças mais novas. Estudos anteriores apontaram que menor atividade nessa região está associada a habilidades sociais menos aprimoradas.
Os autores do estudo sugerem que o ambiente onde a criança vive e a educação que recebe podem ser decisivos para aperfeiçoar a sociabilidade e o controle de impulsos nesse período de amadurecimento neural.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/por_que_criancas_tem_dificuldade_de_compartilhar.html
A recusa em emprestar brinquedos ou dividir alimentos pode resultar de conexões neurais imaturas. Um estudo publicado na revista Neuron revela que a interação de centros de controle de impulsos é mais frágil em crianças pequenas e tende a se intensificar com o passar dos anos, na mesma medida em que elas aprendem e colocam em prática estratégias sociais.
Cientistas do Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e do Cérebro, na Alemanha, observaram crianças de 6 a 10 anos e pré-adolescentes tomando decisões simples durante um jogo. Eles deviam dividir fichas que valiam pontos (e prêmios) com um receptor anônimo em duas situações: escolher aleatoriamente quanto ceder sem nenhuma consequência e correr o risco de ter sua oferta recusada se a outra criança a achasse injusta – nesse caso, nenhuma das duas ganharia nada. Ou seja, a segunda tarefa exigia maior habilidade social.
Todos os participantes se comportaram de forma semelhante na primeira situação. Na segunda, porém, os mais jovens fizeram ofertas piores e se revelaram mais propensos a aceitar poucas fichas mesmo percebendo que era injusto. Neuroimagens captadas durante o experimento revelaram menor atividade no córtex pré-frontal, centro de tomada de decisões e autocontrole, das crianças mais novas. Estudos anteriores apontaram que menor atividade nessa região está associada a habilidades sociais menos aprimoradas.
Os autores do estudo sugerem que o ambiente onde a criança vive e a educação que recebe podem ser decisivos para aperfeiçoar a sociabilidade e o controle de impulsos nesse período de amadurecimento neural.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/por_que_criancas_tem_dificuldade_de_compartilhar.html
Cientistas brasileiros desenvolvem técnica para diagnóstico precoce de Alzheimer.
Recurso identifica os primeiros sinais da doença neurodegenerativa por meio de neuroimagens.
Uma técnica desenvolvida por neurocirurgiões do Hospital do Coração pode facilitar o diagnóstico precoce de Alzheimer, o tipo de demência mais frequente entre idosos, caracterizada pela perda progressiva das funções cognitivas. Os pesquisadores Antônio de Salles e Alessandra Gorgulho, do Hospital do Coração (HCor), desenvolveram originalmente na Universidade da Caliórnia (Ucla), um método capaz de localizar por meio de exames de neuroimagem pontos de desenvolvimento da patologia com grande precisão. Agora, os pesquisadores trazem o projeto para o Brasil.
A técnica consiste em combinar imagens geradas por PET/CT, um equipamento que une os recursos diagnósticos da medicina nuclear e da radiologia, com a ressonância magnética, e permite identificar os locais de maior concentração de células inativas no cérebro do paciente. “Ao visualizar os exames, vemos diferentes áreas do cérebro e suas vias representadas por cores diferentes, dependendo da direção das fibras nervosas. Os locais com baixa absorção de glicose no córtex cerebral representam áreas com função deficiente e são vistas com menos intensidades que as áreas normais. A partir desse indício, intensificamos as análises por meio do uso de comparação e adição de imagens", explica Salles. O neurocirurgião acredita que o recurso pode permitir o desenvolvimento de tratamento precoce ou preventivo de doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento.
A doença de Alzheimer atinge cerca de 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais, 1 milhão estão no Brasil. Este número deve triplicar nos próximos 40 anos, segundo estudo da Alzeimer`s Disease International (ADI), somando 115,4 milhões em 2050. Embora ainda não haja cura, existem tratamentos para atenuar o declínio cognitivo associado a patologia. Por isso, quanto mais cedo o diagnostico, maiores são as chances das intervencões. “Diante da situação, é imprescindível contar com ferramentas capazes de diagnosticar a doença com antecedência e precisão”, conclui Salles.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/cientistas_brasileiros_desenvolvem_tecnica_para_diagnostico_precoce_de_alzheimer.html
Uma técnica desenvolvida por neurocirurgiões do Hospital do Coração pode facilitar o diagnóstico precoce de Alzheimer, o tipo de demência mais frequente entre idosos, caracterizada pela perda progressiva das funções cognitivas. Os pesquisadores Antônio de Salles e Alessandra Gorgulho, do Hospital do Coração (HCor), desenvolveram originalmente na Universidade da Caliórnia (Ucla), um método capaz de localizar por meio de exames de neuroimagem pontos de desenvolvimento da patologia com grande precisão. Agora, os pesquisadores trazem o projeto para o Brasil.
A técnica consiste em combinar imagens geradas por PET/CT, um equipamento que une os recursos diagnósticos da medicina nuclear e da radiologia, com a ressonância magnética, e permite identificar os locais de maior concentração de células inativas no cérebro do paciente. “Ao visualizar os exames, vemos diferentes áreas do cérebro e suas vias representadas por cores diferentes, dependendo da direção das fibras nervosas. Os locais com baixa absorção de glicose no córtex cerebral representam áreas com função deficiente e são vistas com menos intensidades que as áreas normais. A partir desse indício, intensificamos as análises por meio do uso de comparação e adição de imagens", explica Salles. O neurocirurgião acredita que o recurso pode permitir o desenvolvimento de tratamento precoce ou preventivo de doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento.
A doença de Alzheimer atinge cerca de 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais, 1 milhão estão no Brasil. Este número deve triplicar nos próximos 40 anos, segundo estudo da Alzeimer`s Disease International (ADI), somando 115,4 milhões em 2050. Embora ainda não haja cura, existem tratamentos para atenuar o declínio cognitivo associado a patologia. Por isso, quanto mais cedo o diagnostico, maiores são as chances das intervencões. “Diante da situação, é imprescindível contar com ferramentas capazes de diagnosticar a doença com antecedência e precisão”, conclui Salles.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/cientistas_brasileiros_desenvolvem_tecnica_para_diagnostico_precoce_de_alzheimer.html
terça-feira, 21 de agosto de 2012
A viagem pelos neurônios.
Dentro das células nervosas as informações se propagam e se repetem milhões de vezes, permitindo desde o controle dos batimentos cardíacos até a leitura deste texto, por exemplo.
Mais de 100 bilhões de células nervosas se encarregam de nossos pensamentos. Assim como os empregados de uma empresa, são divididas em áreas de produção e competência: cada neurônio é especializado em um âmbito específico da elaboração dos sinais e da coordenação dos comportamentos. E, exatamente como numa empresa, o cérebro funciona somente se aqueles que têm a tarefa de transmitir as informações se comunicam entre si com eficiência. Mas como se dá esse processo?
As células nervosas transmitem informações sob a forma de impulsos elétricos, os potenciais de ação. Estes se difundem pelos prolongamentos da célula, em cujas terminações estão presentes minúsculas protuberâncias em forma de botão, as sinapses. Cada neurônio é conectado a outras células nervosas através de mais de 10 mil desses minúsculos pontos de contato.
Existem dois tipos de sinapse, dependendo de como transmitem a informação: as elétricas – relativamente raras – e as químicas. No primeiro tipo, o sinal elétrico é transmitido pelo contato entre as membranas de dois neurônios. Estas sinapses fazem o papel de mediadoras, entre outras coisas, nos estímulos elétricos das células musculares cardíacas, permitindo a contração do coração.
A maior parte dos neurônios, porém, apresenta sinapses químicas, separadas da célula receptora da chamada fenda sináptica, com apenas 20 nanômetros (1 nanômetro é uma unidade de medida que equivale a 1 bilionésimo de metro). Visto que um potencial de ação não conseguiria ultrapassar esse espaço, os estímulos elétricos devem ser convertidos em sinais químicos que, ao contrário, superam os obstáculos sem dificuldades.
Essas moléculas, os neurotransmissores, se encontram nas células transmissoras no interior de vesículas de membrana esferoidais. Assim que é gerado um potencial de ação, as vesículas se fundem com a membrana celular na terminação de uma sinapse – a membrana pré-sináptica – e liberam a molécula mensageira na fenda sináptica: é a chamada exocitose ou endocitose.
Os pequenos transmissores se difundem através do espaço sináptico e alcançam os receptores nas membranas das células receptoras que, por sua vez, ativam uma cascata química. Esta transforma novamente o sinal químico em impulso elétrico, que se propaga ao longo do neurônio até suas sinapses. E a cada vez o ciclo recomeça.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_viagem_pelos_neuronios.html
Mais de 100 bilhões de células nervosas se encarregam de nossos pensamentos. Assim como os empregados de uma empresa, são divididas em áreas de produção e competência: cada neurônio é especializado em um âmbito específico da elaboração dos sinais e da coordenação dos comportamentos. E, exatamente como numa empresa, o cérebro funciona somente se aqueles que têm a tarefa de transmitir as informações se comunicam entre si com eficiência. Mas como se dá esse processo?
As células nervosas transmitem informações sob a forma de impulsos elétricos, os potenciais de ação. Estes se difundem pelos prolongamentos da célula, em cujas terminações estão presentes minúsculas protuberâncias em forma de botão, as sinapses. Cada neurônio é conectado a outras células nervosas através de mais de 10 mil desses minúsculos pontos de contato.
Existem dois tipos de sinapse, dependendo de como transmitem a informação: as elétricas – relativamente raras – e as químicas. No primeiro tipo, o sinal elétrico é transmitido pelo contato entre as membranas de dois neurônios. Estas sinapses fazem o papel de mediadoras, entre outras coisas, nos estímulos elétricos das células musculares cardíacas, permitindo a contração do coração.
A maior parte dos neurônios, porém, apresenta sinapses químicas, separadas da célula receptora da chamada fenda sináptica, com apenas 20 nanômetros (1 nanômetro é uma unidade de medida que equivale a 1 bilionésimo de metro). Visto que um potencial de ação não conseguiria ultrapassar esse espaço, os estímulos elétricos devem ser convertidos em sinais químicos que, ao contrário, superam os obstáculos sem dificuldades.
Essas moléculas, os neurotransmissores, se encontram nas células transmissoras no interior de vesículas de membrana esferoidais. Assim que é gerado um potencial de ação, as vesículas se fundem com a membrana celular na terminação de uma sinapse – a membrana pré-sináptica – e liberam a molécula mensageira na fenda sináptica: é a chamada exocitose ou endocitose.
Os pequenos transmissores se difundem através do espaço sináptico e alcançam os receptores nas membranas das células receptoras que, por sua vez, ativam uma cascata química. Esta transforma novamente o sinal químico em impulso elétrico, que se propaga ao longo do neurônio até suas sinapses. E a cada vez o ciclo recomeça.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_viagem_pelos_neuronios.html
Uma questão de potência.
As vivências sexuais pré-genitais na infância, acrescidas das experiências socioculturais, constituem a base da identidade sexual masculina e ajudam a compor o imaginário em torno do pênis.
Símbolo de poder, domínio e virilidade, o pênis sempre ocupou posição de relevância na cultura de praticamente todas as civilizações, sendo inegável o fascínio que exerce sobre a humanidade desde os tempos mais remotos. As diversas representações sobre o órgão sexual masculino formaram um imaginário tão poderoso que ultrapassou o senso comum e tornou-se objeto de estudo da ciência. Elemento fundamental na construção da identidade masculina, a forma como o pênis é visto no contexto sociofamiliar e a percepção que o homem tem do valor atribuído a sua posse determinam o desenvolvimento de sua estrutura psicossexual. Para o jornalista americano David M. Friedman, o pênis é o órgão definidor do sexo masculino, pois constitui a mais evidente diferença física entre homens e mulheres. É a presença ou ausência dessa parte do corpo que, ainda no período da gestação, define não apenas o sexo, mas também como todos os demais passarão a interagir com a criança que está por vir. No caso do menino, grande atenção é dada a seus genitais desde a confirmação do sexo. Tal referência lança as sementes para que, no futuro, ele perceba que tem algo de muito valor: seu pênis. Já quando se trata de uma menina, não há interesse algum por seus genitais; ao contrário, seu sexo é identificado pela ausência do pênis. Segundo a teoria psicanalítica, o desenvolvimento sexual infantil ocorre em três fases: oral, anal e fálica. Antes de atingir a fase adulta ou genital, a criança passa por um período de latência, que se estende até a puberdade. Nas fases oral e anal não existe qualquer diferenciação no desenvolvimento de meninos e meninas, enquanto na fálica, por volta dos 3 anos de idade, há um direcionamento da libido para os genitais.
Nessa etapa as diferenças entre os sexos chamam muito a atenção das crianças e é fácil compreender por que, para elas, pode parecer natural que à menina falte algo em vez de ter um corpo diferente, pois, se o pênis é um órgão externo, de fácil visualização, a vagina caracteriza-se como uma parte interna e, consequentemente, não pode ser vista. De acordo com a teoria freudiana, a compreensão infantil é de que o homem tem algo que falta à mulher, sendo natural a associação de certa superioridade dele sobre ela. Ter pênis é entendido como atributo de valor dos meninos e elemento fundamental da identidade masculina. É na fase fálica que os modelos de relação entre homens e mulheres são organizados, e o menino (no caso, o futuro heterossexual, objeto deste artigo) tem no sexo oposto a obtenção de satisfação de seus desejos. O fato de a mãe ser responsável pela sobrevivência do filho e atender não apenas a suas necessidades fisiológicas, mas também afetivas, leva o menino a elegê-la como objeto de seu desejo. É por meio do contato com ela que o garoto tem as primeiras vivências afetivo-sexuais, alicerces para futuras relações com a figura feminina. É muito comum ouvirmos um filho dizendo ser o namorado da mamãe, concretizando, nessa fala, o desejo de ter a mãe só para si. Mas há um impedimento para a realização dessa fantasia infantil, pois essa mulher já tem outro em sua vida: o pai, como figura de autoridade, que impede o menino de ter a mãe como sua. Ao mesmo tempo que é amado e tido como modelo no qual o filho pode se espelhar, é também o grande rival, gerando sentimentos contraditórios de amor e ódio. O garoto deseja a mãe e quer eliminar seu rival, mas teme ser punido com a castração, configurando o que Freud denominou de complexo de Édipo, em referência à peça Édipo rei , de Sófocles (496-405 a.C.). Segundo a teoria psicanalítica, ao temer a castração, o menino reprime a atração sentida pela mãe, o que encerra, assim, a etapa fálica da sexualidade infantil.
Nesse caso, o garoto poderá identificar-se com a figura paterna e, no futuro, buscar para si uma mulher para amar, desejar e, quem sabe, constituir a própria família. No entanto, se essa etapa for assimilada de maneira negativa, o menino talvez se sinta castrado em sua masculinidade e inseguro quanto a sua capacidade de realizações no campo afetivo-sexual.
Todas as experiências sexuais infantis deixarão profundas marcas na memória, algumas conscientes, porém a maioria, inconscientes.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/uma_questao_de__potencia.html
Símbolo de poder, domínio e virilidade, o pênis sempre ocupou posição de relevância na cultura de praticamente todas as civilizações, sendo inegável o fascínio que exerce sobre a humanidade desde os tempos mais remotos. As diversas representações sobre o órgão sexual masculino formaram um imaginário tão poderoso que ultrapassou o senso comum e tornou-se objeto de estudo da ciência. Elemento fundamental na construção da identidade masculina, a forma como o pênis é visto no contexto sociofamiliar e a percepção que o homem tem do valor atribuído a sua posse determinam o desenvolvimento de sua estrutura psicossexual. Para o jornalista americano David M. Friedman, o pênis é o órgão definidor do sexo masculino, pois constitui a mais evidente diferença física entre homens e mulheres. É a presença ou ausência dessa parte do corpo que, ainda no período da gestação, define não apenas o sexo, mas também como todos os demais passarão a interagir com a criança que está por vir. No caso do menino, grande atenção é dada a seus genitais desde a confirmação do sexo. Tal referência lança as sementes para que, no futuro, ele perceba que tem algo de muito valor: seu pênis. Já quando se trata de uma menina, não há interesse algum por seus genitais; ao contrário, seu sexo é identificado pela ausência do pênis. Segundo a teoria psicanalítica, o desenvolvimento sexual infantil ocorre em três fases: oral, anal e fálica. Antes de atingir a fase adulta ou genital, a criança passa por um período de latência, que se estende até a puberdade. Nas fases oral e anal não existe qualquer diferenciação no desenvolvimento de meninos e meninas, enquanto na fálica, por volta dos 3 anos de idade, há um direcionamento da libido para os genitais.
Nessa etapa as diferenças entre os sexos chamam muito a atenção das crianças e é fácil compreender por que, para elas, pode parecer natural que à menina falte algo em vez de ter um corpo diferente, pois, se o pênis é um órgão externo, de fácil visualização, a vagina caracteriza-se como uma parte interna e, consequentemente, não pode ser vista. De acordo com a teoria freudiana, a compreensão infantil é de que o homem tem algo que falta à mulher, sendo natural a associação de certa superioridade dele sobre ela. Ter pênis é entendido como atributo de valor dos meninos e elemento fundamental da identidade masculina. É na fase fálica que os modelos de relação entre homens e mulheres são organizados, e o menino (no caso, o futuro heterossexual, objeto deste artigo) tem no sexo oposto a obtenção de satisfação de seus desejos. O fato de a mãe ser responsável pela sobrevivência do filho e atender não apenas a suas necessidades fisiológicas, mas também afetivas, leva o menino a elegê-la como objeto de seu desejo. É por meio do contato com ela que o garoto tem as primeiras vivências afetivo-sexuais, alicerces para futuras relações com a figura feminina. É muito comum ouvirmos um filho dizendo ser o namorado da mamãe, concretizando, nessa fala, o desejo de ter a mãe só para si. Mas há um impedimento para a realização dessa fantasia infantil, pois essa mulher já tem outro em sua vida: o pai, como figura de autoridade, que impede o menino de ter a mãe como sua. Ao mesmo tempo que é amado e tido como modelo no qual o filho pode se espelhar, é também o grande rival, gerando sentimentos contraditórios de amor e ódio. O garoto deseja a mãe e quer eliminar seu rival, mas teme ser punido com a castração, configurando o que Freud denominou de complexo de Édipo, em referência à peça Édipo rei , de Sófocles (496-405 a.C.). Segundo a teoria psicanalítica, ao temer a castração, o menino reprime a atração sentida pela mãe, o que encerra, assim, a etapa fálica da sexualidade infantil.
Nesse caso, o garoto poderá identificar-se com a figura paterna e, no futuro, buscar para si uma mulher para amar, desejar e, quem sabe, constituir a própria família. No entanto, se essa etapa for assimilada de maneira negativa, o menino talvez se sinta castrado em sua masculinidade e inseguro quanto a sua capacidade de realizações no campo afetivo-sexual.
Todas as experiências sexuais infantis deixarão profundas marcas na memória, algumas conscientes, porém a maioria, inconscientes.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/uma_questao_de__potencia.html
Casais cúmplices são mais abertos a novas experiências.
Sentir segurança nas relações evita desgaste mental e nos deixa mais preparados para digerir novidades.
Amizades e relacionamentos amorosos que inspiram confiança nos deixam mais dispostos para encarar novas experiências. Uma série de artigos publicados na Personality and Social Psychology analisa os fatores que nos tornam mais aptos a explorar e a se apegar – segundo os autores, a segurança nas relações evita grandes situações de desgaste mental, como sentir-se rejeitado, o que nos deixa mais preparados para digerir novidades.
Em um dos experimentos relatados, bebês que perceberam que podem contar com a mãe se aventuraram a explorar com mais frequência brinquedos que nunca viram do que os que não foram encorajados. Em outra pesquisa, voluntários foram incentivados a falar sobre uma relação próxima positiva em sua vida antes de decidir se aceitariam fazer uma breve viagem para o exterior, enquanto outros participantes refletiram sobre um relacionamento negativo. Os primeiros se mostraram muito mais dispostos a fazer o passeio. “Focar emoções negativas esgota nossas reservas de energia mental para planejar e empreender coisas novas. Saber que há algo que nos motiva, por outro lado, funciona como estímulo”, explica uma das autoras, Michelle Luke, da Universidade de Southampton, na Inglaterra.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/casais_cumplices_sao_mais_abertos_a_novas_experiencias.html
Amizades e relacionamentos amorosos que inspiram confiança nos deixam mais dispostos para encarar novas experiências. Uma série de artigos publicados na Personality and Social Psychology analisa os fatores que nos tornam mais aptos a explorar e a se apegar – segundo os autores, a segurança nas relações evita grandes situações de desgaste mental, como sentir-se rejeitado, o que nos deixa mais preparados para digerir novidades.
Em um dos experimentos relatados, bebês que perceberam que podem contar com a mãe se aventuraram a explorar com mais frequência brinquedos que nunca viram do que os que não foram encorajados. Em outra pesquisa, voluntários foram incentivados a falar sobre uma relação próxima positiva em sua vida antes de decidir se aceitariam fazer uma breve viagem para o exterior, enquanto outros participantes refletiram sobre um relacionamento negativo. Os primeiros se mostraram muito mais dispostos a fazer o passeio. “Focar emoções negativas esgota nossas reservas de energia mental para planejar e empreender coisas novas. Saber que há algo que nos motiva, por outro lado, funciona como estímulo”, explica uma das autoras, Michelle Luke, da Universidade de Southampton, na Inglaterra.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/casais_cumplices_sao_mais_abertos_a_novas_experiencias.html
sábado, 18 de agosto de 2012
O elo do silêncio.
Estudo sugere que a fala humana evoluiu de uma linguagem primata ancestral, baseada mais em expressões faciais do que em sons.
Quando comparamos a linguagem humana aos sistemas de comunicação de outros animais, nossa complexidade salta aos olhos. Combinando com grande liberdade um repertório de poucas dezenas de fonemas, somos capazes de produzir milhares de palavras para nomear tudo que nossa mente consegue perceber, fazer e pensar. Os defensores do excepcionalismo humano argumentam que nada parecido existe em nossos parentes mais próximos, os símios africanos. Apesar de limitado, nosso repertório fonêmico é grande o bastante para gerar uma explosão de possíveis combinações, o que só é possível por causa de um aparato fonador especializado. Ainda que bonobos, chimpanzés, gorilas e orangotangos vocalizem durante suas interações sociais, não apresentam um repertório de palavras capaz de representar a variedade de objetos do mundo. Eles contam, claro, com sinais vocais relacionados ao humor, além de muitos gestos e expressões faciais para comunicação de curta distância. No excêntrico teatro símio, o silêncio é de ouro.
Grande parte da elite acadêmica, das ciências biomédicas às humanas, sustenta que a linguagem é a principal linha divisória entre nós e todos os outros animais. Isso faz da expressão verbal humana um mistério evolutivo, sem elos filogenéticos com qualquer outro sistema de comunicação animal. Segundo uma teoria alternativa, defendida há décadas pelo biólogo Peter MacNeilage, a linguagem vocal humana evoluiu através da modificação de movimentos rítmicos faciais realizados por nossos ancestrais primatas. Infelizmente as estruturas necessárias para a produção da fala não se fossilizam, fazendo da abordagem comparativa uma necessidade. Entre os primatas do velho mundo, destaca se uma expressão facial de afiliação chamada abre-fecha labial. Caracterizado por movimentos verticais da mandíbula, esse comportamento quase inaudível é dirigido a outro indivíduo durante interações face a face, envolvendo troca de turnos como num diálogo.
Uma característica fundamental da fala humana é um ritmo em torno de 5 Hz (hertz) relacionado com a taxa de produção de sílabas. Se a fala evoluiu de movimentos faciais rítmicos, seria de esperar que o abre-fecha labial também apresentasse um ritmo próximo a 5 Hz. Para investigar a questão, pesquisadores das Universidades de Princeton e Viena filmaram em raios X os movimentos bucais de macacoscaranguejeiros enquanto realizavam abre-fecha labial ou mastigação.
Embora à primeira vista o abrefecha labial pareça envolver simplesmente a abertura e o fechamento dos lábios, a pesquisa mostrou que o comportamento requer movimentos rápidos e coordenados dos lábios, língua, mandíbula e do osso hioide. Os autores, entre os quais o médico, matemático e neurocientista brasileiro Daniel Takahashi, descobriram que esses movimentos ocorrem 5 vezes por segundo, quase o dobro da velocidade dos movimentos de mastigação. Além disso, análises matemáticas mostraram que os distintos componentes do aparato fonador se articulam durante o abre-fecha labial de modo muito semelhante ao da fala humana. Considerando que os macacos-caranguejeiros são primatas asiáticos que divergiram de nossa linhagem há quase 30 milhões de anos, os resultados sugerem que a fala humana evoluiu a partir de uma linguagem primata ancestral, baseada menos no som do que nas expressões faciais. Talvez a excepcionalidade do Homo sapiens não seja a linguagem e sim o barulho.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_elo_do_silencio.html
Quando comparamos a linguagem humana aos sistemas de comunicação de outros animais, nossa complexidade salta aos olhos. Combinando com grande liberdade um repertório de poucas dezenas de fonemas, somos capazes de produzir milhares de palavras para nomear tudo que nossa mente consegue perceber, fazer e pensar. Os defensores do excepcionalismo humano argumentam que nada parecido existe em nossos parentes mais próximos, os símios africanos. Apesar de limitado, nosso repertório fonêmico é grande o bastante para gerar uma explosão de possíveis combinações, o que só é possível por causa de um aparato fonador especializado. Ainda que bonobos, chimpanzés, gorilas e orangotangos vocalizem durante suas interações sociais, não apresentam um repertório de palavras capaz de representar a variedade de objetos do mundo. Eles contam, claro, com sinais vocais relacionados ao humor, além de muitos gestos e expressões faciais para comunicação de curta distância. No excêntrico teatro símio, o silêncio é de ouro.
Grande parte da elite acadêmica, das ciências biomédicas às humanas, sustenta que a linguagem é a principal linha divisória entre nós e todos os outros animais. Isso faz da expressão verbal humana um mistério evolutivo, sem elos filogenéticos com qualquer outro sistema de comunicação animal. Segundo uma teoria alternativa, defendida há décadas pelo biólogo Peter MacNeilage, a linguagem vocal humana evoluiu através da modificação de movimentos rítmicos faciais realizados por nossos ancestrais primatas. Infelizmente as estruturas necessárias para a produção da fala não se fossilizam, fazendo da abordagem comparativa uma necessidade. Entre os primatas do velho mundo, destaca se uma expressão facial de afiliação chamada abre-fecha labial. Caracterizado por movimentos verticais da mandíbula, esse comportamento quase inaudível é dirigido a outro indivíduo durante interações face a face, envolvendo troca de turnos como num diálogo.
Uma característica fundamental da fala humana é um ritmo em torno de 5 Hz (hertz) relacionado com a taxa de produção de sílabas. Se a fala evoluiu de movimentos faciais rítmicos, seria de esperar que o abre-fecha labial também apresentasse um ritmo próximo a 5 Hz. Para investigar a questão, pesquisadores das Universidades de Princeton e Viena filmaram em raios X os movimentos bucais de macacoscaranguejeiros enquanto realizavam abre-fecha labial ou mastigação.
Embora à primeira vista o abrefecha labial pareça envolver simplesmente a abertura e o fechamento dos lábios, a pesquisa mostrou que o comportamento requer movimentos rápidos e coordenados dos lábios, língua, mandíbula e do osso hioide. Os autores, entre os quais o médico, matemático e neurocientista brasileiro Daniel Takahashi, descobriram que esses movimentos ocorrem 5 vezes por segundo, quase o dobro da velocidade dos movimentos de mastigação. Além disso, análises matemáticas mostraram que os distintos componentes do aparato fonador se articulam durante o abre-fecha labial de modo muito semelhante ao da fala humana. Considerando que os macacos-caranguejeiros são primatas asiáticos que divergiram de nossa linhagem há quase 30 milhões de anos, os resultados sugerem que a fala humana evoluiu a partir de uma linguagem primata ancestral, baseada menos no som do que nas expressões faciais. Talvez a excepcionalidade do Homo sapiens não seja a linguagem e sim o barulho.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_elo_do_silencio.html
A cara do dono.
Não é por acaso que tantos donos de animais partilham traços físicos e até psicológicos com seus bichos de estimação; de fato, na hora de escolher uma raça as pessoas tendem a buscar companheiros com os quais se identificam.
Os opostos se atraem, diz o senso comum. Quando se trata de escolher a raça do animal de estimação, porém, parece que a “sabedoria” popular se engana. Um estudo desenvolvido pelos psicólogos americanos Michael M. Roy e Nicholas J. S. Christenfeld, da Universidade da Califórnia em San Diego, mostrou que, muitas vezes, o que conta mesmo é a semelhança – e não a diferença. Os pesquisadores analisaram vários pares cão-dono. Interessados em saber se realmente as pessoas partilham traços físicos ou psicológicos com seus bichos, eles fotografaram, em um parque público, 45 donos e seus respectivos cães – 25 de raça e 20 vira-latas. Depois, mostraram a voluntários que não tinham acompanhado a pesquisa as fotos dos proprietários, de seu animal e a de outro cão. Em 16 dos 25 casos apresentados os observadores escolheram o par correto. Isso, porém, só ocorreu nos casos dos cães de raça.
Roy e Christenfeld constataram que, de forma mais ou menos consciente, as pessoas tendem a preferir um cachorro que se assemelha a elas, ao menos no caso de animais que possuem características bem definidas e previsíveis. As possibilidades de semelhança com o vira-lata são mais imprecisas já que no caso dos animais sem raça definida é mais difícil antecipar o aspecto futuro do filhote. Nesse caso, talvez fosse necessário levar em conta também a convivência e a relação, mas isso exigiria uma pesquisa mais aprofundada.
O que se sabe de forma cada vez mais detalhada é que bichos de estimação, mais ou menos parecidos com seus donos, fazem bem à saúde das pessoas. Na Universidade de Tel Aviv foi realizado um experimento para avaliar se fazer carinho em um bicho poderia reduzir a ansiedade após 58 voluntários entrarem em contato com uma tarântula. Havia um coelho e uma tartaruga, além de coelhos e tartarugas de brinquedo à disposição dos participantes para que escolhessem qual preferiam tocar. Ao acariciarem os animais de verdade, até mesmo a rígida tartaruga, a ansiedade foi reduzida, inclusive daqueles que não eram particularmente afeiçoados a bichos. Os animais de brinquedo não provocaram o mesmo efeito.
Resultados positivos também têm sido obtidos, em várias partes do mundo, com crianças com dificuldades de aprendizagem, idosos depressivos e doentes físicos e/ou mentais. Os pesquisadores alertam, porém, que o uso de bichos em terapias deve ser benéfico também para o animal, que precisa ser poupado do contato com pessoas que possam lhe causar dor ou desconforto.
Fonte:http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_cara_do_dono.html
Os opostos se atraem, diz o senso comum. Quando se trata de escolher a raça do animal de estimação, porém, parece que a “sabedoria” popular se engana. Um estudo desenvolvido pelos psicólogos americanos Michael M. Roy e Nicholas J. S. Christenfeld, da Universidade da Califórnia em San Diego, mostrou que, muitas vezes, o que conta mesmo é a semelhança – e não a diferença. Os pesquisadores analisaram vários pares cão-dono. Interessados em saber se realmente as pessoas partilham traços físicos ou psicológicos com seus bichos, eles fotografaram, em um parque público, 45 donos e seus respectivos cães – 25 de raça e 20 vira-latas. Depois, mostraram a voluntários que não tinham acompanhado a pesquisa as fotos dos proprietários, de seu animal e a de outro cão. Em 16 dos 25 casos apresentados os observadores escolheram o par correto. Isso, porém, só ocorreu nos casos dos cães de raça.
Roy e Christenfeld constataram que, de forma mais ou menos consciente, as pessoas tendem a preferir um cachorro que se assemelha a elas, ao menos no caso de animais que possuem características bem definidas e previsíveis. As possibilidades de semelhança com o vira-lata são mais imprecisas já que no caso dos animais sem raça definida é mais difícil antecipar o aspecto futuro do filhote. Nesse caso, talvez fosse necessário levar em conta também a convivência e a relação, mas isso exigiria uma pesquisa mais aprofundada.
O que se sabe de forma cada vez mais detalhada é que bichos de estimação, mais ou menos parecidos com seus donos, fazem bem à saúde das pessoas. Na Universidade de Tel Aviv foi realizado um experimento para avaliar se fazer carinho em um bicho poderia reduzir a ansiedade após 58 voluntários entrarem em contato com uma tarântula. Havia um coelho e uma tartaruga, além de coelhos e tartarugas de brinquedo à disposição dos participantes para que escolhessem qual preferiam tocar. Ao acariciarem os animais de verdade, até mesmo a rígida tartaruga, a ansiedade foi reduzida, inclusive daqueles que não eram particularmente afeiçoados a bichos. Os animais de brinquedo não provocaram o mesmo efeito.
Resultados positivos também têm sido obtidos, em várias partes do mundo, com crianças com dificuldades de aprendizagem, idosos depressivos e doentes físicos e/ou mentais. Os pesquisadores alertam, porém, que o uso de bichos em terapias deve ser benéfico também para o animal, que precisa ser poupado do contato com pessoas que possam lhe causar dor ou desconforto.
Fonte:http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_cara_do_dono.html
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Neuroimagens comprovam relação entre culpa e sintomas da depressão.
Conexão entre lobo temporal e córtex pré-frontal é menor em pessoas com a patologia.
Em Luto e melancolia (1917), o psicanalista Sigmund Freud apontou como um dos traços mentais da “melancolia” – como se referia aos transtornos depressivos – a presença de sentimentos exagerados de culpa. Agora, cinco neurocientistas, entre eles o brasileiro Jorge Moll, registraram imagens do cérebro de pessoas com histórico de depressão e descobriram que a “troca de informações” entre regiões envolvidas na autorrecriminação e na percepção de comportamentos socialmente aceitos é deficiente.
Os pesquisadores usaram ressonância magnética funcional (fMRI) para examinar o cérebro de pessoas que se recuperaram dos sintomas da depressão havia mais de um ano e de outras que nunca tiveram o transtorno enquanto elas relatavam como se sentiram em situações como trair a confiança de um amigo ou se recusar a ajudálo. Os resultados, publicados na Archives of General Psychiatry, mostram pela primeira vez a interação entre o lobo temporal, associado ao julgamento de comportamentos, e a região subgenual, área do córtex pré-frontal relacionada ao processamento de emoções e a circuitos neurais responsáveis pela regulação de neurotransmissores como serotonina e dopamina. Segundo os neurocientistas, a conexão entre essas partes é menor em pessoas com histórico de depressão.
Curiosamente, a interação entre essas áreas revelou-se menor apenas quando os voluntários foram induzidos a se culpar – ao desaprovarem a conduta de outras pessoas, não foram detectadas alterações significativas. Estudos complementares já foram iniciados na Inglaterra para avaliar se dissociação entre regiões neurais pode representar risco de desenvolver depressão ou de retorno dos sintomas depois do tratamento.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/neuroimagens_comprovam_relacao_entre_culpa_e_sintomas_da_depressao.html
Em Luto e melancolia (1917), o psicanalista Sigmund Freud apontou como um dos traços mentais da “melancolia” – como se referia aos transtornos depressivos – a presença de sentimentos exagerados de culpa. Agora, cinco neurocientistas, entre eles o brasileiro Jorge Moll, registraram imagens do cérebro de pessoas com histórico de depressão e descobriram que a “troca de informações” entre regiões envolvidas na autorrecriminação e na percepção de comportamentos socialmente aceitos é deficiente.
Os pesquisadores usaram ressonância magnética funcional (fMRI) para examinar o cérebro de pessoas que se recuperaram dos sintomas da depressão havia mais de um ano e de outras que nunca tiveram o transtorno enquanto elas relatavam como se sentiram em situações como trair a confiança de um amigo ou se recusar a ajudálo. Os resultados, publicados na Archives of General Psychiatry, mostram pela primeira vez a interação entre o lobo temporal, associado ao julgamento de comportamentos, e a região subgenual, área do córtex pré-frontal relacionada ao processamento de emoções e a circuitos neurais responsáveis pela regulação de neurotransmissores como serotonina e dopamina. Segundo os neurocientistas, a conexão entre essas partes é menor em pessoas com histórico de depressão.
Curiosamente, a interação entre essas áreas revelou-se menor apenas quando os voluntários foram induzidos a se culpar – ao desaprovarem a conduta de outras pessoas, não foram detectadas alterações significativas. Estudos complementares já foram iniciados na Inglaterra para avaliar se dissociação entre regiões neurais pode representar risco de desenvolver depressão ou de retorno dos sintomas depois do tratamento.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/neuroimagens_comprovam_relacao_entre_culpa_e_sintomas_da_depressao.html
Emoções transparecem da mesma forma na música e na voz.
A associação de sentimentos a diferentes características tonais parte de nossa percepção da fala.
Tente buscar na memória uma melodia que é capaz de mudar seu humor – é muito provável que a distância entre as notas seja a grande responsável pelas emoções despertadas, segundo estudo publicado na Plos One. O neurocientista Daniel Bowling, da Universidade Duke, analisou os intervalos, ou distâncias entre as notas, em melodias de música clássica ocidental e de ragas indianos e descobriu que, nos dois tipos de música, o tamanho do intervalo médio é menor em melodias associadas à tristeza e maior em melodias ligadas à alegria.
Bowling cita como exemplo dessa variação a Sonata ao luar, um clássico do compositor alemão Ludwig van Beethoven. A melodia da primeira parte da peça, que envolve um pequeno conjunto de notas, evoca melancolia para a grande maioria dos voluntários que a ouvem. Já a segunda parte, mais alegre, compreende intervalos maiores entre as notas. Segundo o neurocientista, a música imita os padrões naturais de nosso instrumento mais primitivo: a voz. Para testar essa teoria, ele gravou 40 pessoas falando – metade delas em inglês e o restante em tâmil, um dialeto indiano. Ele observou que as emoções eram relacionadas a padrões melódicos semelhantes: quanto mais monótona a execução da fala, mais triste ela era considerada. “A associação de emoções a diferentes características tonais partiu de nossa percepção da fala”, diz Bowling.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/emocoes_transparecem_da_mesma_forma_na_musica_e_na_voz.html
Tente buscar na memória uma melodia que é capaz de mudar seu humor – é muito provável que a distância entre as notas seja a grande responsável pelas emoções despertadas, segundo estudo publicado na Plos One. O neurocientista Daniel Bowling, da Universidade Duke, analisou os intervalos, ou distâncias entre as notas, em melodias de música clássica ocidental e de ragas indianos e descobriu que, nos dois tipos de música, o tamanho do intervalo médio é menor em melodias associadas à tristeza e maior em melodias ligadas à alegria.
Bowling cita como exemplo dessa variação a Sonata ao luar, um clássico do compositor alemão Ludwig van Beethoven. A melodia da primeira parte da peça, que envolve um pequeno conjunto de notas, evoca melancolia para a grande maioria dos voluntários que a ouvem. Já a segunda parte, mais alegre, compreende intervalos maiores entre as notas. Segundo o neurocientista, a música imita os padrões naturais de nosso instrumento mais primitivo: a voz. Para testar essa teoria, ele gravou 40 pessoas falando – metade delas em inglês e o restante em tâmil, um dialeto indiano. Ele observou que as emoções eram relacionadas a padrões melódicos semelhantes: quanto mais monótona a execução da fala, mais triste ela era considerada. “A associação de emoções a diferentes características tonais partiu de nossa percepção da fala”, diz Bowling.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/emocoes_transparecem_da_mesma_forma_na_musica_e_na_voz.html
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Controlando o preconceito.
Julgar situações com base em experiências prévias é uma forma de autopreservação; mas muitas ideias preconcebidas se baseiam em medos e crenças infundados.
Ser capaz de analisar e responder às circunstâncias de maneira imparcial, desvinculada de preferências, de valores arbitrários ou da memória de acontecimentos anteriores, parece altamente desejável – o caminho para uma vida sem preconceitos. Na prática, porém, essa análise imparcial é quase impossível: somos limitados por vieses do cérebro, isto é, seus “pré-conceitos”. E isso não é ruim.
Muitas vezes é preciso decidir e agir rápido. Visitando um país desconhecido, você acreditaria que é viável andar de ônibus? Você confiaria sua câmera a qualquer passante para tirar uma foto sua? Boa parte do que fazemos e decidimos tão rápido depende de ideias que o cérebro formula automaticamente a partir de generalizações baseadas em nossas experiências prévias, antes que nos demos conta do processo. Esses são nossos pré-conceitos: noções concebidas anteriormente, prontas para serem usadas na hora do aperto, quando uma decisão rápida for necessária.
Quando bem fundamentados em experiências, os pré-conceitos costumam se mostrar acertados e úteis, pois refletem regras aprendidas ao longo da vida. Voltemos ao país desconhecido: ônibus conservados em geral possibilitam uma viagem mais segura; ruas limpas, iluminadas e cheias de transeuntes tendem a ser tranquilas; uma pessoa bemvestida tem boas chances de saber operar sua câmera – e de não sair correndo com ela.
Por serem altamente pessoais, os julgamentos automáticos ajudam a tomar as decisões mais ajustadas para cada um. Eles são amplos e transparecem em várias ocasiões. Por exemplo, não é preciso processar de forma consciente os atributos físicos e intelectuais alheios para sentir quem nos atrai. A atração acontece antes da explicação, como uma racionalização pós-fato.
Contudo, alguns julgamentos não são baseados em experiências, mas apenas em valores pessoais que não necessariamente correspondem à realidade. São fundados em temores injustificados, em doutrinas arbitrárias ou dogmas religiosos ou políticos. Esses são os “pré-conceitos preconceituosos”. Infelizmente não faltam exemplos: homens devem ser mais inteligentes do que mulheres, negros são mais violentos que brancos, seguidores desta, daquela ou de nenhuma religião são imorais e pouco confiáveis.
Curiosamente, é comum que as próprias pessoas que são alvo de discriminações desenvolvam preconceitos no mesmo sentido. Um estudo com voluntários americanos constatou que a amígdala cerebral, fonte de respostas emocionais automáticas, reage mais veementemente, o que sinaliza ansiedade, a retratos de rostos desconhecidos de negros – isso ocorreu tanto nos participantes negros como nos brancos. Da mesma forma, todos associaram mais facilmente palavras negativas aos primeiros, e positivas aos últimos.
Preconceituosos ou não, a questão é que os pré-conceitos influenciam nossas escolhas e o que deveria ser vantagem vira problema quando nossas decisões prejudicam os outros sem qualquer razão. Felizmente, o próprio cérebro tem a solução, quando quer: o córtex pré-frontal, ao se reconhecer infundadamente pré-conceituoso, é capaz de vetar opiniões, decisões e até ações. Leva tempo e requer esforço, é verdade. Mas vale a pena. É a diferença entre ter pré-conceitos, o que todos temos, e deixar que eles se transformem em ações preconceituosas.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/controlando_o_preconceito.html
Ser capaz de analisar e responder às circunstâncias de maneira imparcial, desvinculada de preferências, de valores arbitrários ou da memória de acontecimentos anteriores, parece altamente desejável – o caminho para uma vida sem preconceitos. Na prática, porém, essa análise imparcial é quase impossível: somos limitados por vieses do cérebro, isto é, seus “pré-conceitos”. E isso não é ruim.
Muitas vezes é preciso decidir e agir rápido. Visitando um país desconhecido, você acreditaria que é viável andar de ônibus? Você confiaria sua câmera a qualquer passante para tirar uma foto sua? Boa parte do que fazemos e decidimos tão rápido depende de ideias que o cérebro formula automaticamente a partir de generalizações baseadas em nossas experiências prévias, antes que nos demos conta do processo. Esses são nossos pré-conceitos: noções concebidas anteriormente, prontas para serem usadas na hora do aperto, quando uma decisão rápida for necessária.
Quando bem fundamentados em experiências, os pré-conceitos costumam se mostrar acertados e úteis, pois refletem regras aprendidas ao longo da vida. Voltemos ao país desconhecido: ônibus conservados em geral possibilitam uma viagem mais segura; ruas limpas, iluminadas e cheias de transeuntes tendem a ser tranquilas; uma pessoa bemvestida tem boas chances de saber operar sua câmera – e de não sair correndo com ela.
Por serem altamente pessoais, os julgamentos automáticos ajudam a tomar as decisões mais ajustadas para cada um. Eles são amplos e transparecem em várias ocasiões. Por exemplo, não é preciso processar de forma consciente os atributos físicos e intelectuais alheios para sentir quem nos atrai. A atração acontece antes da explicação, como uma racionalização pós-fato.
Contudo, alguns julgamentos não são baseados em experiências, mas apenas em valores pessoais que não necessariamente correspondem à realidade. São fundados em temores injustificados, em doutrinas arbitrárias ou dogmas religiosos ou políticos. Esses são os “pré-conceitos preconceituosos”. Infelizmente não faltam exemplos: homens devem ser mais inteligentes do que mulheres, negros são mais violentos que brancos, seguidores desta, daquela ou de nenhuma religião são imorais e pouco confiáveis.
Curiosamente, é comum que as próprias pessoas que são alvo de discriminações desenvolvam preconceitos no mesmo sentido. Um estudo com voluntários americanos constatou que a amígdala cerebral, fonte de respostas emocionais automáticas, reage mais veementemente, o que sinaliza ansiedade, a retratos de rostos desconhecidos de negros – isso ocorreu tanto nos participantes negros como nos brancos. Da mesma forma, todos associaram mais facilmente palavras negativas aos primeiros, e positivas aos últimos.
Preconceituosos ou não, a questão é que os pré-conceitos influenciam nossas escolhas e o que deveria ser vantagem vira problema quando nossas decisões prejudicam os outros sem qualquer razão. Felizmente, o próprio cérebro tem a solução, quando quer: o córtex pré-frontal, ao se reconhecer infundadamente pré-conceituoso, é capaz de vetar opiniões, decisões e até ações. Leva tempo e requer esforço, é verdade. Mas vale a pena. É a diferença entre ter pré-conceitos, o que todos temos, e deixar que eles se transformem em ações preconceituosas.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/controlando_o_preconceito.html
Dormir bem, comer melhor.
Estudos recentes confirmam que quanto pior é a qualidade e a quantidade do sono, mais aumenta a probabilidade de acumularmos quilos indesejáveis.
Posso passar às 10 h ou nesse horário você ainda está dormindo?” José ouve muitas vezes esse tipo de pergunta. Sabe bem que, por estar acima do peso, muitas pessoas o consideram um dorminhoco. A verdade, porém, é que ele passa boa parte da noite virando-se inquieto, de um lado para outro na cama e olhando os números luminosos no despertador. O que o rapaz não sabe é que seus quilos a mais podem estar ligados a sua dificuldade de dormir.
Para muitos insones o problema é simplesmente não conseguir “se desligar”; para outros o desafio é não ter tempo para um repouso noturno eficiente. Na realidade, nos últimos 60 anos, moradores de países industrializados sofreram redução de uma a duas horas do tempo de sono, que hoje é de cerca de sete horas por noite. Ao mesmo tempo cresceu muito o número de pessoas com sobrepeso e obesidade mórbida; vários especialistas falam até em uma “epidemia de obesidade”. Dezenas de estudos epidemiológicos que associam os dois fenômenos indicam que entre eles há uma relação estatística. Quanto menos dormimos, mais aumenta a probabilidade de ganharmos alguns quilos a mais – um fato confirmado também por muitos estudos longitudinais.
Mas quais são os mecanismos biológicos da relação entre insônia e obesidade? Céticos ressaltam que a maior parte dos estudos sobre o assunto se baseia apenas nas autoavaliações dos participantes, sem se ater a dados confiáveis e objetivos sobre qualidade do sono obtidos somente com base em avaliações aprofundadas conduzidas nos laboratórios do sono. Por esse motivo são cada vez mais numerosos os pesquisadores que procuram compreender melhor a relação entre qualidade do sono e alimentação por meio de estudos experimentais controlados.
Uma dessas pesquisadoras é a endocrinologista Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago. Em 2004 ela e seus colaboradores pediram a um grupo de rapazes que dormissem, por duas noites, apenas quatro horas, enquanto o outro grupo podia ficar na cama por nove horas. Em seguida, os pesquisadores aplicaram exames em todos os voluntários para avaliar índices hematoquímicos e constataram que a falta de sono fez aumentar a concentração de grelina em cerca de 30%. Esse hormônio, produzido principalmente no estômago, é responsável pela sensação de fome. Seriam talvez as noites “breves” as responsáveis pelo aumento do apetite?
Na prática, a compreensão dos efeitos práticos da complicada interação entre sono e alimentação pode ser útil a qualquer pessoa que queira se livrar dos quilos a mais. Em 2010, uma equipe de pesquisadores dirigida por Arlet Nedeltcheva e Plamen Penev, da Universidade de Chicago, em Illinois, prescreveu a dez voluntários com sobrepeso uma dieta de duas semanas. Os participantes do projeto foram divididos em dois grupos: aos integrantes de um deles era permitido dormir até oito horas e meia por noite e, ao outro, não mais que cinco horas e meia. As pessoas, como é natural, emagreciam em ambos os grupos, mas aqueles que repousavam menos se livravam de apenas metade da gordura corpórea em relação aos outros e, ao mesmo tempo, perdiam 60% a mais da massa muscular (o que costuma ser prejudicial). Todos esses estudos nos levam a pensar que, cada vez mais, as recomendações de dormir bem estarão ao lado dos outros conselhos já estabelecidos nos manuais de dieta.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/dormir_bem_comer_melhor.html
Posso passar às 10 h ou nesse horário você ainda está dormindo?” José ouve muitas vezes esse tipo de pergunta. Sabe bem que, por estar acima do peso, muitas pessoas o consideram um dorminhoco. A verdade, porém, é que ele passa boa parte da noite virando-se inquieto, de um lado para outro na cama e olhando os números luminosos no despertador. O que o rapaz não sabe é que seus quilos a mais podem estar ligados a sua dificuldade de dormir.
Para muitos insones o problema é simplesmente não conseguir “se desligar”; para outros o desafio é não ter tempo para um repouso noturno eficiente. Na realidade, nos últimos 60 anos, moradores de países industrializados sofreram redução de uma a duas horas do tempo de sono, que hoje é de cerca de sete horas por noite. Ao mesmo tempo cresceu muito o número de pessoas com sobrepeso e obesidade mórbida; vários especialistas falam até em uma “epidemia de obesidade”. Dezenas de estudos epidemiológicos que associam os dois fenômenos indicam que entre eles há uma relação estatística. Quanto menos dormimos, mais aumenta a probabilidade de ganharmos alguns quilos a mais – um fato confirmado também por muitos estudos longitudinais.
Mas quais são os mecanismos biológicos da relação entre insônia e obesidade? Céticos ressaltam que a maior parte dos estudos sobre o assunto se baseia apenas nas autoavaliações dos participantes, sem se ater a dados confiáveis e objetivos sobre qualidade do sono obtidos somente com base em avaliações aprofundadas conduzidas nos laboratórios do sono. Por esse motivo são cada vez mais numerosos os pesquisadores que procuram compreender melhor a relação entre qualidade do sono e alimentação por meio de estudos experimentais controlados.
Uma dessas pesquisadoras é a endocrinologista Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago. Em 2004 ela e seus colaboradores pediram a um grupo de rapazes que dormissem, por duas noites, apenas quatro horas, enquanto o outro grupo podia ficar na cama por nove horas. Em seguida, os pesquisadores aplicaram exames em todos os voluntários para avaliar índices hematoquímicos e constataram que a falta de sono fez aumentar a concentração de grelina em cerca de 30%. Esse hormônio, produzido principalmente no estômago, é responsável pela sensação de fome. Seriam talvez as noites “breves” as responsáveis pelo aumento do apetite?
Na prática, a compreensão dos efeitos práticos da complicada interação entre sono e alimentação pode ser útil a qualquer pessoa que queira se livrar dos quilos a mais. Em 2010, uma equipe de pesquisadores dirigida por Arlet Nedeltcheva e Plamen Penev, da Universidade de Chicago, em Illinois, prescreveu a dez voluntários com sobrepeso uma dieta de duas semanas. Os participantes do projeto foram divididos em dois grupos: aos integrantes de um deles era permitido dormir até oito horas e meia por noite e, ao outro, não mais que cinco horas e meia. As pessoas, como é natural, emagreciam em ambos os grupos, mas aqueles que repousavam menos se livravam de apenas metade da gordura corpórea em relação aos outros e, ao mesmo tempo, perdiam 60% a mais da massa muscular (o que costuma ser prejudicial). Todos esses estudos nos levam a pensar que, cada vez mais, as recomendações de dormir bem estarão ao lado dos outros conselhos já estabelecidos nos manuais de dieta.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/dormir_bem_comer_melhor.html
Para manter as aparências.
Passar pelos chamados sonhos de consumo sem ceder a eles pode evitar dívidas, ganho de peso desnecessário e sensação de impotência.
Em algum momento, todos ansiamos por nos sentir importantes, poderosos e populares. O desejo por prestígio é um dos aspectos mais essenciais na orientação do comportamento humano – o lugar que ocupamos na escada social pode determinar, entre outras coisas, com quem nos casaremos e quanto tempo viveremos, por exemplo. No entanto, pesquisas recentes sugerem que algumas tentativas para subir na hierarquia social podem ter o efeito contrário em relação ao esperado: certas atitudes, como ostentar grifes ou comer nos restaurantes mais caros para elevar a autoestima, podem melhorar o ânimo por um curto período, mas, a longo prazo, aumentam os riscos de permanecer em uma posição social desprivilegiada.
Os sentimentos de impotência diante das demandas de consumo e a falta de influência no meio em que vivem podem levar pessoas com baixa autoestima a pagar mais por produtos e serviços e até a comer mais. A médio e longo prazo, a insistência nessa atitude é capaz de torná-las mais pobres, menos atrativas e rebaixar sua posição social em vez de fazê-la crescer. Saber como e quando essas questões influenciam nossas decisões pode ajudar a quebrar o círculo vicioso.
Em um estudo feito em 2008, os psicólogos Derek Rucker e Adam Galinsky, da Universidade Northwestern, descobriram que interferir no sentimento das pessoas quanto à sua posição social pode alterar o valor que elas estão dispostas a pagar por produtos. Os pesquisadores pediram a parte dos participantes do estudo que escrevessem sobre as vezes em que se sentiram poderosos e aos demais que discorressem sobre as ocasiões nas quais experimentaram a sensação de impotência diante de uma situação. Em seguida, perguntaram a todos quanto estariam dispostos a pagar por alguns produtos. Aqueles que haviam escrito sobre se sentir incapazes de agir ofereceram valores significativamente maiores por itens de luxo. Conclusão: o desejo de uma solução rápida para sentimentos de frustração tem o poder de colocar os indivíduos que não se sentem influentes em maior risco de acumular dívidas ou, pelo menos, de fazer alguns investimentos questionáveis.
Além de esvaziar nossa carteira, a sensação de inferioridade pode nos fazer ganhar peso. Para chegarem a essa conclusão, o professor de marketing David Dubois, também da Universidade Northwestern, e seus colegas desenvolveram uma técnica: instruíam metade dos participantes a se imaginar como um profissional de alto escalão, com possibilidade de fazer escolhas, e outra parte como um empregado humilde, sem poder de decisão. Em seguida, eles pediram que escolhessem entre um recipiente pequeno e um grande, nos quais seria servida a mesma quantidade de comida – um pedaço de pizza ou um milk-shake.
Os “funcionários humildes” escolheram os recipientes maiores na maioria das vezes, em relação àqueles que se imaginaram como “patrões”, embora a quantidade de comida fosse a mesma em ambos os casos. Os pesquisadores concluíram que “grandes coisas” podem sinalizar um status mais elevado, o que faz com que as pessoas que se sentem impotentes tendam a comprar produtos com embalagens maiores. Naturalmente, as calorias adicionais contidas nesses pacotes também terão consequências na vida real. De qualquer forma, um dos efeitos colaterais da compra de mais alimento será o ganho de peso – o que, é claro, pode afetar não só a saúde, mas também a maneira como os outros nos veem.
Quando estamos atormentados por sentimentos dolorosos devido ao baixo reconhecimento social, nosso julgamento pode se tornar obscurecido. Podemos focar tanto em como ser mais feliz no momento que nos esquecemos de prestar atenção em como nosso comportamento irá nos afetar a longo prazo. A ligação entre o poder e o tamanho da porção pode explicar, pelo menos em parte, por que a obesidade tem aumentado mais rapidamente entre os americanos mais pobres.
A boa notícia é que manipular o que sinaliza um status social desejado pode orientar as pessoas a fazer melhores escolhas. Quando Dubois e seus colegas alertaram os participantes que a escolha de porções maiores estava relacionada à tentativa de ter maior prestígio social, eles escolheram quantidades menores. Basta estar consciente de que seu comportamento pode estar sob influência de sentimentos de inferioridade para melhorar seu julgamento diante das escolhas.
Por isso, quando você estiver na fila de uma lanchonete, planejando comprar a batata frita tamanho gigante ou aquele refrigerante extra, reflita sobre seu estado emocional. Se alguma coisa o fez se sentir inferiorizado, é provável que você “queira” o tamanho grande por outras razões que não a fome. Tomar consciência das próprias motivações também é útil quando vamos ao supermercado. Se os sentimentos de insegurança estão em alta, seria mais adequado voltar às compras mais tarde, quando se sentir mais confiante. E, assim, ainda fazer um bom negócio.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/para_manter_as_aparencias.html
Em algum momento, todos ansiamos por nos sentir importantes, poderosos e populares. O desejo por prestígio é um dos aspectos mais essenciais na orientação do comportamento humano – o lugar que ocupamos na escada social pode determinar, entre outras coisas, com quem nos casaremos e quanto tempo viveremos, por exemplo. No entanto, pesquisas recentes sugerem que algumas tentativas para subir na hierarquia social podem ter o efeito contrário em relação ao esperado: certas atitudes, como ostentar grifes ou comer nos restaurantes mais caros para elevar a autoestima, podem melhorar o ânimo por um curto período, mas, a longo prazo, aumentam os riscos de permanecer em uma posição social desprivilegiada.
Os sentimentos de impotência diante das demandas de consumo e a falta de influência no meio em que vivem podem levar pessoas com baixa autoestima a pagar mais por produtos e serviços e até a comer mais. A médio e longo prazo, a insistência nessa atitude é capaz de torná-las mais pobres, menos atrativas e rebaixar sua posição social em vez de fazê-la crescer. Saber como e quando essas questões influenciam nossas decisões pode ajudar a quebrar o círculo vicioso.
Em um estudo feito em 2008, os psicólogos Derek Rucker e Adam Galinsky, da Universidade Northwestern, descobriram que interferir no sentimento das pessoas quanto à sua posição social pode alterar o valor que elas estão dispostas a pagar por produtos. Os pesquisadores pediram a parte dos participantes do estudo que escrevessem sobre as vezes em que se sentiram poderosos e aos demais que discorressem sobre as ocasiões nas quais experimentaram a sensação de impotência diante de uma situação. Em seguida, perguntaram a todos quanto estariam dispostos a pagar por alguns produtos. Aqueles que haviam escrito sobre se sentir incapazes de agir ofereceram valores significativamente maiores por itens de luxo. Conclusão: o desejo de uma solução rápida para sentimentos de frustração tem o poder de colocar os indivíduos que não se sentem influentes em maior risco de acumular dívidas ou, pelo menos, de fazer alguns investimentos questionáveis.
Além de esvaziar nossa carteira, a sensação de inferioridade pode nos fazer ganhar peso. Para chegarem a essa conclusão, o professor de marketing David Dubois, também da Universidade Northwestern, e seus colegas desenvolveram uma técnica: instruíam metade dos participantes a se imaginar como um profissional de alto escalão, com possibilidade de fazer escolhas, e outra parte como um empregado humilde, sem poder de decisão. Em seguida, eles pediram que escolhessem entre um recipiente pequeno e um grande, nos quais seria servida a mesma quantidade de comida – um pedaço de pizza ou um milk-shake.
Os “funcionários humildes” escolheram os recipientes maiores na maioria das vezes, em relação àqueles que se imaginaram como “patrões”, embora a quantidade de comida fosse a mesma em ambos os casos. Os pesquisadores concluíram que “grandes coisas” podem sinalizar um status mais elevado, o que faz com que as pessoas que se sentem impotentes tendam a comprar produtos com embalagens maiores. Naturalmente, as calorias adicionais contidas nesses pacotes também terão consequências na vida real. De qualquer forma, um dos efeitos colaterais da compra de mais alimento será o ganho de peso – o que, é claro, pode afetar não só a saúde, mas também a maneira como os outros nos veem.
Quando estamos atormentados por sentimentos dolorosos devido ao baixo reconhecimento social, nosso julgamento pode se tornar obscurecido. Podemos focar tanto em como ser mais feliz no momento que nos esquecemos de prestar atenção em como nosso comportamento irá nos afetar a longo prazo. A ligação entre o poder e o tamanho da porção pode explicar, pelo menos em parte, por que a obesidade tem aumentado mais rapidamente entre os americanos mais pobres.
A boa notícia é que manipular o que sinaliza um status social desejado pode orientar as pessoas a fazer melhores escolhas. Quando Dubois e seus colegas alertaram os participantes que a escolha de porções maiores estava relacionada à tentativa de ter maior prestígio social, eles escolheram quantidades menores. Basta estar consciente de que seu comportamento pode estar sob influência de sentimentos de inferioridade para melhorar seu julgamento diante das escolhas.
Por isso, quando você estiver na fila de uma lanchonete, planejando comprar a batata frita tamanho gigante ou aquele refrigerante extra, reflita sobre seu estado emocional. Se alguma coisa o fez se sentir inferiorizado, é provável que você “queira” o tamanho grande por outras razões que não a fome. Tomar consciência das próprias motivações também é útil quando vamos ao supermercado. Se os sentimentos de insegurança estão em alta, seria mais adequado voltar às compras mais tarde, quando se sentir mais confiante. E, assim, ainda fazer um bom negócio.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/para_manter_as_aparencias.html
Pesquisadores de universidades paulistas criam programa de prevenção de transtorno mentais em jovens.
Acompanhamento sociopsicológico pretende identificar sintomas precoces entre 10 e 24 anos.
Cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) lançaram um projeto para criar um centro de apoio sociopsicológico para acompanhar jovens expostos a fatores de risco para desenvolver dependência química e transtornos mentais, como convivência com violência e drogas.
Chamado provisoriamente de “Espaço Cuca Legal”, o futuro centro de tratamento vai dispor de atividades socioeducativas, como oficinas de leitura, teatro, música e esportes, com acompanhamento de equipe multidisciplinar. Os pesquisadores acreditam que a orientação sobre comportamentos sexuais saudáveis, o estímulo a atividades físicas e esportivas e socioculturais e a conscientização sobre os riscos do consumo de álcool, drogas e o tabagismo na adolescência, podem mudar o comportamento dos jovens e inibir ou retardar o desenvolvimento do surto psicótico.
Um projeto piloto será feito com jovens na região de Vila Maria, zona Norte de São Paulo, que possui cerca de 300 mil habitantes e onde foi criada uma área de capacitação. A ideia é dividir a região em seis áreas (50 mil pessoas cada), que serão mapeadas por agentes de saúde para identificar os casos mais emergentes e encaminhá-los para atendimento no centro de prevenção,
Cerca de 30% dos paulistas apresentam algum distúrbio psíquico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Centros de pesquisas de várias partes do mundo indicam que patologias, como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar, eclodem principalemente durante a adolescência, entre os 10 e 24 anos. A falsa impressão de que os jovens são sempre muito saudáveis, além do estigma das doenças mentais, contribuem para retardar o diagnóstico e o início do tratamento, o que agrava o problema e traz repercussões por toda a vida.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/pesquisadores_de_universidades_paulistas_criam_programa_de_prevencao_de_transtorno_mentais_em_jovens.html
Cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) lançaram um projeto para criar um centro de apoio sociopsicológico para acompanhar jovens expostos a fatores de risco para desenvolver dependência química e transtornos mentais, como convivência com violência e drogas.
Chamado provisoriamente de “Espaço Cuca Legal”, o futuro centro de tratamento vai dispor de atividades socioeducativas, como oficinas de leitura, teatro, música e esportes, com acompanhamento de equipe multidisciplinar. Os pesquisadores acreditam que a orientação sobre comportamentos sexuais saudáveis, o estímulo a atividades físicas e esportivas e socioculturais e a conscientização sobre os riscos do consumo de álcool, drogas e o tabagismo na adolescência, podem mudar o comportamento dos jovens e inibir ou retardar o desenvolvimento do surto psicótico.
Um projeto piloto será feito com jovens na região de Vila Maria, zona Norte de São Paulo, que possui cerca de 300 mil habitantes e onde foi criada uma área de capacitação. A ideia é dividir a região em seis áreas (50 mil pessoas cada), que serão mapeadas por agentes de saúde para identificar os casos mais emergentes e encaminhá-los para atendimento no centro de prevenção,
Cerca de 30% dos paulistas apresentam algum distúrbio psíquico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Centros de pesquisas de várias partes do mundo indicam que patologias, como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar, eclodem principalemente durante a adolescência, entre os 10 e 24 anos. A falsa impressão de que os jovens são sempre muito saudáveis, além do estigma das doenças mentais, contribuem para retardar o diagnóstico e o início do tratamento, o que agrava o problema e traz repercussões por toda a vida.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/pesquisadores_de_universidades_paulistas_criam_programa_de_prevencao_de_transtorno_mentais_em_jovens.html
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Batalha entre neurônios.
Estudo sugere que o cérebro seleciona as células neurais mais competitivas para aprimorar a memória.
Em uma pesquisa publicada no periódico Neuron, o neurocientista Hisashi Umemori da Universidade de Michigan e seus colegas, identificaram um mecanismos cerebral que regula a memória descartando os neurônios “menos eficientes” para conservar os “bons”. Os cientistas focaram o estudo na conexão entre o hipocampo – crucial para a aprendizagem e a memória – e o córtex cerebral, área chave da percepção e da consciência e descobriam que o processo de escolha dos melhores neurônios apefeiçoa o desenvolvimento cerebral.
À medida que as células nervosas crescem, elas se espandem para ligar diferentes circuitos neurais. Com o desenvolvimento do cérebro, essas conexões se tornam mais eficientes. Falhas nesse processo de refinamento abrem caminhos para o desenvolvimento de distúrbios neurológicos, como o Alzheimer, o autismo ou a esquizofrenia. No entanto, para Umemori e sua equipe, a maneira como os neurônios se desenvolvem não é novidade. Eles estavam interessados em descobrir as reações do cérebro quando detecta células neurais menos eficientes.
Os pesquisadores “desligaram” 40 % de determinadas conexões entre neurônios de camundongos geneticamente modificados e observaram que o cérebro eliminou as células inativas após alguns dias, mas poupou as “boas”. Em seguida, Umemori e sua equipe, desativaram todos as células neurais e se surpreendaram com o resultado: os impulsos elétricos se mantiveram normalmente. Depois, os pesquisadores analisaram a parte do hipocampo chamada giro dentado, uma importante área do cérebro responsável pela gênese neuronal durante toda a vida e encontraram outro tipo de competição: a de células “recém-nascidas” com as maduras. Os cientistas bloquearam a capacidade do giro dentado de criar novos neurônios e como resultado o cérebro interrompeu a eliminação das células, mesmo que elas fossem inativas.
O neurocientista acredita que o cérebro tenha um modo eficaz de escolher o grupo de células do sistema nervoso com as melhores conexões. Mas, quando estão nessa espécie de competição e o aparato cerebral identifica todas como inadequadas, não as elimina, pois nesse caso perderia completamente as funções neurais.
“Os resultados sugerem que os processos de aprendizagem estão relacionados a exclusão de neuronios menos efetivos. Quanto mais pudermos entender como esses mecanismos funcionam, mais seremos capazes de compreender o que acontece quando eles não estão funcionando", conclui Umemori.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/batalha_entre_neuronios.html
Em uma pesquisa publicada no periódico Neuron, o neurocientista Hisashi Umemori da Universidade de Michigan e seus colegas, identificaram um mecanismos cerebral que regula a memória descartando os neurônios “menos eficientes” para conservar os “bons”. Os cientistas focaram o estudo na conexão entre o hipocampo – crucial para a aprendizagem e a memória – e o córtex cerebral, área chave da percepção e da consciência e descobriam que o processo de escolha dos melhores neurônios apefeiçoa o desenvolvimento cerebral.
À medida que as células nervosas crescem, elas se espandem para ligar diferentes circuitos neurais. Com o desenvolvimento do cérebro, essas conexões se tornam mais eficientes. Falhas nesse processo de refinamento abrem caminhos para o desenvolvimento de distúrbios neurológicos, como o Alzheimer, o autismo ou a esquizofrenia. No entanto, para Umemori e sua equipe, a maneira como os neurônios se desenvolvem não é novidade. Eles estavam interessados em descobrir as reações do cérebro quando detecta células neurais menos eficientes.
Os pesquisadores “desligaram” 40 % de determinadas conexões entre neurônios de camundongos geneticamente modificados e observaram que o cérebro eliminou as células inativas após alguns dias, mas poupou as “boas”. Em seguida, Umemori e sua equipe, desativaram todos as células neurais e se surpreendaram com o resultado: os impulsos elétricos se mantiveram normalmente. Depois, os pesquisadores analisaram a parte do hipocampo chamada giro dentado, uma importante área do cérebro responsável pela gênese neuronal durante toda a vida e encontraram outro tipo de competição: a de células “recém-nascidas” com as maduras. Os cientistas bloquearam a capacidade do giro dentado de criar novos neurônios e como resultado o cérebro interrompeu a eliminação das células, mesmo que elas fossem inativas.
O neurocientista acredita que o cérebro tenha um modo eficaz de escolher o grupo de células do sistema nervoso com as melhores conexões. Mas, quando estão nessa espécie de competição e o aparato cerebral identifica todas como inadequadas, não as elimina, pois nesse caso perderia completamente as funções neurais.
“Os resultados sugerem que os processos de aprendizagem estão relacionados a exclusão de neuronios menos efetivos. Quanto mais pudermos entender como esses mecanismos funcionam, mais seremos capazes de compreender o que acontece quando eles não estão funcionando", conclui Umemori.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/batalha_entre_neuronios.html
A peste da psicanálise.
Antigamente se dizia, cinicamente, que a inteligência era aquilo que os testes mediam; hoje podemos pensar que a depressão é aquilo que os antidepressivos curam.
Corre na França acalorada controvérsia sobre o atendimento psicanalítico de crianças autistas. Desde um estudo de 2003, financiado pela Caixa Nacional de Seguro de Saúde daquele país, surgem tentativas recorrentes de desqualificar o uso da psicanálise no tratamento dos “transtornos diagnosticados pela primeira vez na infância ou na adolescência”, bem como a antiga tradição de estudos psicopatológicos, embasados na observação clínica e no acompanhamento longitudinal de casos. A contenda se desenvolve de forma mais aguda e devastadora para os maiores interessados: as crianças. A situação chegou ao extremo com a divulgação de um vídeo, editado de maneira grosseira, expondo declarações sem sentido e equívocas de certos psicanalistas. Uma associação de pais requereu que o ministério da saúde francês suspendesse a recomendação do tratamento de crianças autistas pelo método psicanalítico. Tradicionais centros de tratamento de crianças como Bonneuil foram ameaçados de intervenção psiquiátrica e coagidos a empregar formas “administrativamente mais viáveis” de tratamento das dificuldades graves da infância. Bons argumentos acerca desse sequestro medicalizante do sofrimento na infância podem ser encontrados na compilação organizada por Alfredo Jerusalinsky e Silvia Fendrik em O livro negro da psicopatologia contemporânea (Via Lettera, 2011).
Desde o DSM-III verifica-se um expurgo de oposições diagnósticas oriundas da psicanálise, tais como a distinção entre neurose e psicose, bem como a substituição dos antigos quadros clínicos, que definia sintomas em sua lógica de produção, por categorias descritivas e arranjos arbitrários de signos. Enquanto temos uma espantosa proliferação de novos transtornos para os adultos – cogita-se incluir a tensão prémenstrual (TPM) como a mais nova forma de doença mental – no campo da clínica com crianças há um processo inverso de redução e expansão injustificada dos critérios diagnósticos para o autismo.
Por que será que a diagnóstica das doenças mentais dos adultos se pulveriza na medida inversa em que a diagnóstica das crianças se concentra inflacionando o autismo? Que epidemia teria feito as crianças sofrerem de modo cada vez mais igual e os adultos de modo cada vez mais diferente? Por que os sofrimentos se “atualizam” de forma tão afinada com as gerações de medicamentos? Agregados de forma cumulativo, tal como Combo Junky Food, os novos quadros clínicos são recorrentemente definidos de modo reverso. Antigamente se dizia, cinicamente, que a inteligência é aquilo que os testes de inteligência mediam. Hoje ouvimos dizer, analogamente, que a depressão é aquilo que os antidepressivos curam. E que o autismo é aquilo que os neurolépticos aquietam. Efeito da compressão diagnóstica, que exclui a existência de quadros de psicose entre crianças, este limite interesseiro da classificação e da prerrogativa de tratamento prolifera a retórica do pósdiagnóstico. Ou seja, inúmeros casos de cura de autismo – conforme depoimentos de pais de crianças tratadas pela psicanálise – são neutralizados pelo argumento “fatalista” de que se houve melhora é porque o diagnóstico inicial estava errado (não eram verdadeiros autistas). A sobrecarga de diagnósticos de déficit de atenção e hiperatividade (que aparentemente herdou a popularidade das antigas dislexias) e de transtornos do espectro autista parece estar a serviço da supermedicalização. Mas com a nova lei brasileira do ato médico só haverá um tipo de diagnóstico e de indicação de tratamento. E não será o psicanalítico. Enquanto isso as crianças sofrerão caladas, sonolentas e pacificadas; seus pais terão certeza absoluta de que estão fazendo o melhor para seus filhos, os médicos seguirão seus protocolos e a saúde das populações terá sido resguardada contra a peste da psicanálise.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_peste_da_psicanalise.html
Corre na França acalorada controvérsia sobre o atendimento psicanalítico de crianças autistas. Desde um estudo de 2003, financiado pela Caixa Nacional de Seguro de Saúde daquele país, surgem tentativas recorrentes de desqualificar o uso da psicanálise no tratamento dos “transtornos diagnosticados pela primeira vez na infância ou na adolescência”, bem como a antiga tradição de estudos psicopatológicos, embasados na observação clínica e no acompanhamento longitudinal de casos. A contenda se desenvolve de forma mais aguda e devastadora para os maiores interessados: as crianças. A situação chegou ao extremo com a divulgação de um vídeo, editado de maneira grosseira, expondo declarações sem sentido e equívocas de certos psicanalistas. Uma associação de pais requereu que o ministério da saúde francês suspendesse a recomendação do tratamento de crianças autistas pelo método psicanalítico. Tradicionais centros de tratamento de crianças como Bonneuil foram ameaçados de intervenção psiquiátrica e coagidos a empregar formas “administrativamente mais viáveis” de tratamento das dificuldades graves da infância. Bons argumentos acerca desse sequestro medicalizante do sofrimento na infância podem ser encontrados na compilação organizada por Alfredo Jerusalinsky e Silvia Fendrik em O livro negro da psicopatologia contemporânea (Via Lettera, 2011).
Desde o DSM-III verifica-se um expurgo de oposições diagnósticas oriundas da psicanálise, tais como a distinção entre neurose e psicose, bem como a substituição dos antigos quadros clínicos, que definia sintomas em sua lógica de produção, por categorias descritivas e arranjos arbitrários de signos. Enquanto temos uma espantosa proliferação de novos transtornos para os adultos – cogita-se incluir a tensão prémenstrual (TPM) como a mais nova forma de doença mental – no campo da clínica com crianças há um processo inverso de redução e expansão injustificada dos critérios diagnósticos para o autismo.
Por que será que a diagnóstica das doenças mentais dos adultos se pulveriza na medida inversa em que a diagnóstica das crianças se concentra inflacionando o autismo? Que epidemia teria feito as crianças sofrerem de modo cada vez mais igual e os adultos de modo cada vez mais diferente? Por que os sofrimentos se “atualizam” de forma tão afinada com as gerações de medicamentos? Agregados de forma cumulativo, tal como Combo Junky Food, os novos quadros clínicos são recorrentemente definidos de modo reverso. Antigamente se dizia, cinicamente, que a inteligência é aquilo que os testes de inteligência mediam. Hoje ouvimos dizer, analogamente, que a depressão é aquilo que os antidepressivos curam. E que o autismo é aquilo que os neurolépticos aquietam. Efeito da compressão diagnóstica, que exclui a existência de quadros de psicose entre crianças, este limite interesseiro da classificação e da prerrogativa de tratamento prolifera a retórica do pósdiagnóstico. Ou seja, inúmeros casos de cura de autismo – conforme depoimentos de pais de crianças tratadas pela psicanálise – são neutralizados pelo argumento “fatalista” de que se houve melhora é porque o diagnóstico inicial estava errado (não eram verdadeiros autistas). A sobrecarga de diagnósticos de déficit de atenção e hiperatividade (que aparentemente herdou a popularidade das antigas dislexias) e de transtornos do espectro autista parece estar a serviço da supermedicalização. Mas com a nova lei brasileira do ato médico só haverá um tipo de diagnóstico e de indicação de tratamento. E não será o psicanalítico. Enquanto isso as crianças sofrerão caladas, sonolentas e pacificadas; seus pais terão certeza absoluta de que estão fazendo o melhor para seus filhos, os médicos seguirão seus protocolos e a saúde das populações terá sido resguardada contra a peste da psicanálise.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_peste_da_psicanalise.html
A máquina de levitar.
Estrutura criada por engenheiro capta impulsos neurais e ergue as pessoas até 6 metros do chão.
De pé sobre uma superfície circular, o visitante é atado em um equipamento de segurança contra quedas, semelhante aos usados para escalar montanhas. Em sua testa e nas laterais da cabeça são colocados eletrodos, os mesmos usados em exames de eletroencefalograma (EEG), que registram os impulsos elétricos do cérebro e os enviam para microcomputadores. Assim começa a diversão na estrutura The ascent. Criada pelo engenheiro Yehuda Duenyas, do Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York, a máquina que faz pessoas levitar com o poder do pensamento tem atraído curiosos a um teatro na periferia da cidade, onde está instalada.
Os registros neurais são processados e o espectador é iluminado por um feixe colorido – se for vermelho, significa que ele está “distraído” demais para levitar; verde, que tem concentração suficiente para subir cerca de 1 metro; azul, que está com a mente limpa de pensamentos que desviam sua atenção do foco e por isso pode voar. Segundo os organizadores do projeto, a maioria das pessoas não passa da “fase verde”. No entanto, alguns poucos conseguem atingir os 6 metros, marca comemorada com uma explosão de confetes prateados. “Geralmente costumam praticar meditação”, assegura Duenyas.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_maquina_de_levitar.html
De pé sobre uma superfície circular, o visitante é atado em um equipamento de segurança contra quedas, semelhante aos usados para escalar montanhas. Em sua testa e nas laterais da cabeça são colocados eletrodos, os mesmos usados em exames de eletroencefalograma (EEG), que registram os impulsos elétricos do cérebro e os enviam para microcomputadores. Assim começa a diversão na estrutura The ascent. Criada pelo engenheiro Yehuda Duenyas, do Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York, a máquina que faz pessoas levitar com o poder do pensamento tem atraído curiosos a um teatro na periferia da cidade, onde está instalada.
Os registros neurais são processados e o espectador é iluminado por um feixe colorido – se for vermelho, significa que ele está “distraído” demais para levitar; verde, que tem concentração suficiente para subir cerca de 1 metro; azul, que está com a mente limpa de pensamentos que desviam sua atenção do foco e por isso pode voar. Segundo os organizadores do projeto, a maioria das pessoas não passa da “fase verde”. No entanto, alguns poucos conseguem atingir os 6 metros, marca comemorada com uma explosão de confetes prateados. “Geralmente costumam praticar meditação”, assegura Duenyas.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_maquina_de_levitar.html
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