Hans Berger (1873 - 1941)
Psiquiatra alemão nascido em Neuses, peóximo de Coburg, Thüringia, Germânia, conhecido como o pai da eletroencefalografia e o inventor do eletroencefalógrafo (1929).
Formado em medicina na Universidade de Jena (1893-1897), iniciou o desenvolvimento de suas atividades profissionais como assistente em psiquiatria clinica de Otto Binswanger (1852-1929), no Hospital Psiquiátrico de Alma. Tornou-se professor na Universidade de Jena (1919) ensinando psiquiatria.
Graças à sua obstinação, trabalhando na cidade de Jena, anunciou ao mundo científico e médico que era possível registrar as fracas correntes elétricas geradas no cérebro humano, sem a necessidade de abrir o crânio, e mostrá-las na forma de um registro em papel. Desde então a humanidade compreendeu que a atividade mental estava relacionada à atividade elétrica do cérebro.
A história dessa descoberta foi marcada por rivalidades, pesquisas feitas em segredo e descrédito de grande parte da comunidade científica. Mas o eletroencefalograma, passaria a ter grande relevância tanto na pesquisa básica quanto na clínica, tornando-se um instrumento de diagnóstico decisivo na identificação de tumores e distúrbios cerebrais. Professor emérito na universidade local (1938), morreu em Jena, Alemanha.
Mais sobre a biografia do Dr. Hans Berger pode ser conferido clicando aqui.
Fontes: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/HansBerg.html
http://www.faqs.org/health/bios/26/Hans-Berger.html
domingo, 9 de setembro de 2012
Freud e o Homem dos Ratos.
Freud tratou um jovem cujo trabalho foi publicado como "Homem dos Ratos" (1909) (Vol. X da Coleção das Obras Completas de Freud daEditora Imago) . Freud procurou formular, a partir do estudo do caso, uma explicação sobre a neurose obsessivo-compulsiva à luz da teoria psico-sexual do desenvolvimento. Para tanto, realizou uma descrição rica e precisa de rituais e obsessões que seu paciente apresentava, buscando interpretá-los à luz de sua teoria. Tal concepção prevaleceu até pouco tempo atrás, quando novos fatos vieram modificar essas concepções.
O paciente, um jovem de educação universitária, apresentou-se a Freud com a queixa de obsessões desde sua infância, mas com uma maior intensidade nos últimos 4 anos de sua vida. Sofria de TEMORES de que algo acontecesse a duas pessoas de quem mais gostava - seu pai e uma jovem a quem admirava. Além disso, tinha consciência de IMPULSOS COMPULSIVOS - tais como, por exemplo, de cortar sua garganta com uma navalha -, produzindo posteriormente PROIBIÇÕES, muitas vezes em conexão com coisas triviais, como no dia em que a jovem de quem gostava ia partir, e ele bateu com o pé numa pedra da estrada em que caminhava, e foi obrigado a afastá-la do caminho, pondo-a à beira da estrada, pois lhe veio a idéia de que o carro dela iria passar e poderia acidentar-se nessa pedra. Contudo, minutos depois pensou que era um absurdo, e foi obrigado a voltar e recolocar a pedra à sua posição original.
A experiência que precipitou a primeira consulta do paciente com Freud ocorreu quando estava em manobras em uma unidade militar. Um oficial descreveu uma forma de tortura na qual o prisioneiro ficava sentado nú, amarrado sobre um recipiente contendo ratos, que buscavam escavar seu ânus em busca de uma saída. Tal pensamento passou a invadir sua mente sem que fosse capaz de evitá-lo, causando-lhe grande aflição. Achava que isso poderia acontecer com a jovem de quem gostava e com o pai, já falecido há 9 anos. Como forma de evitar essa obsessão, empregava uma fórmula particular, dizendo a si mesmo: "Mas", acompanhado por um gesto de repúdio, e depois: "O que é que você está pensando?"
O jovem passou anos combatendo essas e outras idéias, conforme relatou, perdendo, deste modo, muito tempo de sua vida. Vários tratamentos haviam sido tentados, com nenhum efeito positivo.
A análise de Freud concentrou-se na ambivalência do paciente para com seu pai e a jovem a quem cortejava, originada em sua sexualidade precoce e intensa e sentimentos antigos de raiva contra seu pai - que haviam sido severamente reprimidos. O símbolo do rato levou Freud e o paciente a uma série de associações que incluíam erotismo anal, lembranças de excitações anais quando o paciente em criança eliminava lombrigas (que Freud interpretava como simbolizando um pênis), e o fato de ter sido espancado pelo pai aos 4 anos de idade por ter mordido uma pessoa. Associou ainda com problemas antigos do pai do paciente com o jogo (em alemão, um jogador é uma spielratte - ou rato-do-jogo), a idéia infantil do parto anal e a própria experiência real de haver tido verminose quando criança. Após um ano de análise, o paciente curou-se de seus sintomas e, nas palavras de Freud, "o delírio dos ratos desapareceu".
Comentários
De uma forma muito rica e detalhada Freud descreveu os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo (até bem pouco: neurose obsessivo-compulsiva): obsesões e compulsões, rituais de asnulação, que procurou interpretar à luz de seu modelo psicosexual do desenvolvimento. Particularmente são ricas suas descrições sobre a forma de pensar do paciente obsessivo-compulsivo modernamente retomadas e valorizadas pelas teorias cognitivas do TOC: a importância exagerada do pensamento, a dificuldade de conviver com a incerteza, a necessidade do controle, o perfeccionismo, o responsabilidade exagerada. Freud destacou ainda o isolamento dos afetos em relação às idéias, a ambivalência, a anulação, o Superego severo, como fenômenos associados ao TOC, e em função dos sintomas do seu paciente supervalorizou os sintomas relacionados com ânus, fezes, defecação e sadismo, que no seu entender apoiavam sua teoria.
O Homem dos Ratos é um exemplo de um lado da genial capacidade de Freud para captar e descrever fenômenos clínicos, e ao mesmo tempo de viezes nos quais incorria em função de suas próprias teorias. De qualquer forma sua descrição detalhada e sua interpretação elegante à luz de suas próprias idéias, prevaleceram por quase um século como a teoria sobre a origem do transtono obsessivo-compulsivo, embora fossem de pouca utilidade no seu tratamento.
Atualmente, o transtorno obsessivo-compulsivo é visto como um transtorno neuropsiquiátrico, para cuja origem concorrem fatores de ordem biológica, como vulnerabilidade genética, disfunção neuroquímica cerebral, o ambiente familiar em que foi educado. Tem sido também muito valorizada a relação funcional entre obsessões e compulsões, ou seja o fato de o paciente descobrir (aprender) que os rituais aliviam a ansiedade associada às obsessões e passa por este motivo a repetí-los. Tem sido também destacadas determinadas crenças errôneas que auxiliam na manutenção da doença: como a avaliação irreal do risco, a importância exagerada que estes pacientes dão aos seus pensamentos, o perfeccionismo, e necessidade de ter controle e certeza entre outros. Seu tratamento, em função desses novos fatos, passou a ser a farmacoterapia associada à terapia cognitivo-comportamental, e não mais a psicanálise.
Mais acerca do homem dos ratos pode ser conferido clicando aqui.
Bibliografia:
Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Volume X (1909): Duas Histórias Clínicas (O "Pequeno Hans" e o "Homem dos Ratos"). Imago Editora Ltda, Rio de Janeiro.
Fontes: http://www.ufrgs.br/toc/prof5.htm
O paciente, um jovem de educação universitária, apresentou-se a Freud com a queixa de obsessões desde sua infância, mas com uma maior intensidade nos últimos 4 anos de sua vida. Sofria de TEMORES de que algo acontecesse a duas pessoas de quem mais gostava - seu pai e uma jovem a quem admirava. Além disso, tinha consciência de IMPULSOS COMPULSIVOS - tais como, por exemplo, de cortar sua garganta com uma navalha -, produzindo posteriormente PROIBIÇÕES, muitas vezes em conexão com coisas triviais, como no dia em que a jovem de quem gostava ia partir, e ele bateu com o pé numa pedra da estrada em que caminhava, e foi obrigado a afastá-la do caminho, pondo-a à beira da estrada, pois lhe veio a idéia de que o carro dela iria passar e poderia acidentar-se nessa pedra. Contudo, minutos depois pensou que era um absurdo, e foi obrigado a voltar e recolocar a pedra à sua posição original.
A experiência que precipitou a primeira consulta do paciente com Freud ocorreu quando estava em manobras em uma unidade militar. Um oficial descreveu uma forma de tortura na qual o prisioneiro ficava sentado nú, amarrado sobre um recipiente contendo ratos, que buscavam escavar seu ânus em busca de uma saída. Tal pensamento passou a invadir sua mente sem que fosse capaz de evitá-lo, causando-lhe grande aflição. Achava que isso poderia acontecer com a jovem de quem gostava e com o pai, já falecido há 9 anos. Como forma de evitar essa obsessão, empregava uma fórmula particular, dizendo a si mesmo: "Mas", acompanhado por um gesto de repúdio, e depois: "O que é que você está pensando?"
O jovem passou anos combatendo essas e outras idéias, conforme relatou, perdendo, deste modo, muito tempo de sua vida. Vários tratamentos haviam sido tentados, com nenhum efeito positivo.
A análise de Freud concentrou-se na ambivalência do paciente para com seu pai e a jovem a quem cortejava, originada em sua sexualidade precoce e intensa e sentimentos antigos de raiva contra seu pai - que haviam sido severamente reprimidos. O símbolo do rato levou Freud e o paciente a uma série de associações que incluíam erotismo anal, lembranças de excitações anais quando o paciente em criança eliminava lombrigas (que Freud interpretava como simbolizando um pênis), e o fato de ter sido espancado pelo pai aos 4 anos de idade por ter mordido uma pessoa. Associou ainda com problemas antigos do pai do paciente com o jogo (em alemão, um jogador é uma spielratte - ou rato-do-jogo), a idéia infantil do parto anal e a própria experiência real de haver tido verminose quando criança. Após um ano de análise, o paciente curou-se de seus sintomas e, nas palavras de Freud, "o delírio dos ratos desapareceu".
Comentários
De uma forma muito rica e detalhada Freud descreveu os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo (até bem pouco: neurose obsessivo-compulsiva): obsesões e compulsões, rituais de asnulação, que procurou interpretar à luz de seu modelo psicosexual do desenvolvimento. Particularmente são ricas suas descrições sobre a forma de pensar do paciente obsessivo-compulsivo modernamente retomadas e valorizadas pelas teorias cognitivas do TOC: a importância exagerada do pensamento, a dificuldade de conviver com a incerteza, a necessidade do controle, o perfeccionismo, o responsabilidade exagerada. Freud destacou ainda o isolamento dos afetos em relação às idéias, a ambivalência, a anulação, o Superego severo, como fenômenos associados ao TOC, e em função dos sintomas do seu paciente supervalorizou os sintomas relacionados com ânus, fezes, defecação e sadismo, que no seu entender apoiavam sua teoria.
O Homem dos Ratos é um exemplo de um lado da genial capacidade de Freud para captar e descrever fenômenos clínicos, e ao mesmo tempo de viezes nos quais incorria em função de suas próprias teorias. De qualquer forma sua descrição detalhada e sua interpretação elegante à luz de suas próprias idéias, prevaleceram por quase um século como a teoria sobre a origem do transtono obsessivo-compulsivo, embora fossem de pouca utilidade no seu tratamento.
Atualmente, o transtorno obsessivo-compulsivo é visto como um transtorno neuropsiquiátrico, para cuja origem concorrem fatores de ordem biológica, como vulnerabilidade genética, disfunção neuroquímica cerebral, o ambiente familiar em que foi educado. Tem sido também muito valorizada a relação funcional entre obsessões e compulsões, ou seja o fato de o paciente descobrir (aprender) que os rituais aliviam a ansiedade associada às obsessões e passa por este motivo a repetí-los. Tem sido também destacadas determinadas crenças errôneas que auxiliam na manutenção da doença: como a avaliação irreal do risco, a importância exagerada que estes pacientes dão aos seus pensamentos, o perfeccionismo, e necessidade de ter controle e certeza entre outros. Seu tratamento, em função desses novos fatos, passou a ser a farmacoterapia associada à terapia cognitivo-comportamental, e não mais a psicanálise.
Mais acerca do homem dos ratos pode ser conferido clicando aqui.
Bibliografia:
Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Volume X (1909): Duas Histórias Clínicas (O "Pequeno Hans" e o "Homem dos Ratos"). Imago Editora Ltda, Rio de Janeiro.
Fontes: http://www.ufrgs.br/toc/prof5.htm
Dor de cabeça é um dos males que mais afetam a população mundial.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a dor de cabeça é um dos problemas de saúde mais comuns em todo o mundo, porém, o tratamento tem sido negligenciado. Os especialistas estimam que até 75% dos adultos de 18 a 65 anos sofreram com dores de cabeça no ano passado.
De acordo com o estudo, poucos casos são diagnosticados por um profissional. Desses, cerca de 40% estão associados à enxaqueca e tensões e 10% ocorrem por uso excessivo de remédios. O estudo mostra que metade das pessoas com dor de cabeça buscou a automedicação e apenas 10% procuraram um neurologista, percentual ainda menor na África e no Sudeste Asiático.
A OMS aponta que a dor de cabeça impõe alto custo financeiro à sociedade, como a perda de produtividade dos trabalhadores, que custa mais que as medidas preventivas de saúde. Nesse sentido, a organização recomenda o aumento dos investimentos no tratamento e na prevenção das dores. Foram analisados dados de 101 países, que respondem por 86% da população mundial.
O leitor poderá ler as diretrizes do Ministério da Saúde para controle das cefaléias clicando aqui.
Fonte: http://www.daherchade.com.br/index.php?noticias-neurologia
De acordo com o estudo, poucos casos são diagnosticados por um profissional. Desses, cerca de 40% estão associados à enxaqueca e tensões e 10% ocorrem por uso excessivo de remédios. O estudo mostra que metade das pessoas com dor de cabeça buscou a automedicação e apenas 10% procuraram um neurologista, percentual ainda menor na África e no Sudeste Asiático.
A OMS aponta que a dor de cabeça impõe alto custo financeiro à sociedade, como a perda de produtividade dos trabalhadores, que custa mais que as medidas preventivas de saúde. Nesse sentido, a organização recomenda o aumento dos investimentos no tratamento e na prevenção das dores. Foram analisados dados de 101 países, que respondem por 86% da população mundial.
O leitor poderá ler as diretrizes do Ministério da Saúde para controle das cefaléias clicando aqui.
Fonte: http://www.daherchade.com.br/index.php?noticias-neurologia
Doutora em neurologia dá dicas de como melhorar a memória.
Com certeza você já passou por aquela sensação de ter esquecido o que ia falar, ou pensar ter perdido os óculos, sem lembrar que eles estavam na sua cabeça. Tânia Novaretti, doutora em Neurologia pela Faculdade de Medicina da USP, explica, na entrevista que segue, que a memória, muitas vezes, não é a culpada, e sim, a chamada “atenção dividida”
É comum ver queixas de perda de memória entre idosos. Por que isso acontece após determinada idade?
Idosos normais não são um grupo homogêneo: idade, níveis de atividade e intelectuais são variáveis estatisticamente significativas para diferenciar a performance dos idosos normais. Muitos idosos (principalmente os que estão ativos) negam uma perda substancial da memória, coisa que alguns jovens já se queixam. Isso acontece porque nossos órgãos envelhecem.
Inegavelmente, desde os quarenta anos já apresentamos mudanças no desempenho cerebral, nossos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato) já não têm a mesma capacidade de mandar informações, começamos a perder músculos e equilíbrio. Nossa atenção piora, principalmente quando fazemos várias coisas ao mesmo tempo (atenção dividida). Nos mais idosos perdem-se: emprego de vocabulário preciso, de forma ativa (nomeação, conversação), produção de frases completas e compreensão das mesmas, tarefas que envolvam organização, iniciativa, planejamento, eleição de relevância em narrativas espontâneas, produtividade (taxa de informações), precisão referencial e retenção de conteúdos em recordação imediata e tardia.
Os tempos de reação em atividades complexas, que requerem processamento mental, declinam rapidamente a partir dos sessenta anos, enquanto as tarefas sensoriais simples sofrem lentificação gradual, ao longo da vida.
O desempenho torna-se mais lento e impreciso com o passar da idade, principalmente quando existe a necessidade de decisão, escolha entre várias alternativas, mais ainda se as decisões implicam um julgamento sobre relações espaciais.
E as pessoas com menos de 60 anos, por que elas, às vezes, reclamam de lapsos de memória?
Normalmente quando se queixam de falta de memória, os mais jovens se referem a esquecer onde colocaram objetos, terem seguido o caminho habitual, quando queriam fazer outro diferente, ou terem vários compromissos e terem esquecido algum. Não se trata, nesses casos, de doença da memória, mas de atenção dividida. Quando dividimos nossa atenção, não conseguimos ter um bom desempenho na tarefa. Dirige-se pensando no que fazer quando chegar ao destino ou “ruminando” um problema pessoal, não prestando atenção ao caminho. Dessa forma, a memória de procedimentos (dirigir, por exemplo) levará a pessoa para o destino habitual.
Há um remédio que pode melhorar o desempenho da atenção e da memória?
Antes de pensarmos em medicações, necessitamos diagnosticar se, de fato, há um problema de atenção ou memória. Se houver uma doença, por exemplo, Transtorno do Déficit de Atenção, existem medicamentos; se houver uma demência como a Doença de Alzheimer, existem medicamentos; porém, não existem medicamentos para que pessoas sadias melhorem seu desempenho.
Há muitas maneiras de melhorar a memória:
:: Novos aprendizados: qualquer novo aprendizado: um esporte, aprender uma nova língua, cozinhar, dançar. O cérebro que aprende rejuvenesce.
:: Exercícios de atenção: prestar atenção quando entra nos lugares, no que come, nos cheiros que encontra, nas músicas que escuta, no que vê. Relembrar seu dia, esforçando-se para lembrar os detalhes. Relembrar dias prazerosos: Onde eu estava no último ano novo? Com quem? Com que roupa?
:: Relaxamento: as pessoas tensas não prestam atenção.
:: Tentar associar fatos e imagens, visualizando-os.
:: Comer frutas e verduras, alimentos ricos em vitaminas do complexo B, vitais ao cérebro.
:: Tomar muita água. Um cérebro desidratado aprende menos.
:: Dormir bem. As memórias são consolidadas durante o sono.
Esquecemos o que íamos dizer porque estamos com nossa atenção dividida. Geralmente o assunto está chato e estamos apenas “jogando conversa fora”. A melhor maneira de evitar isso é estar por inteiro nos lugares: aproveitar ao máximo a experiência que estamos vivendo agora.
Às vezes esquecemos coisas simples que acabamos de fazer ou que sempre estão em nossa cabeça por qual motivo?
Tanto pela atenção dividida quanto por excesso de compromissos. Estamos emocionalmente sempre um passo à frente do nosso corpo e nossas funções motoras não conseguem ser completadas adequadamente.
Quando subitamente “emburrecemos”, esquecendo, por exemplo, nosso próprio telefone, estamos muito ansiosos. Sempre que estamos muito ansiosos temos dificuldade em acessar informações da nossa memória.
Administrar o tempo de uma forma realista é a melhor maneira de diminuir a ansiedade e melhorar a atenção. Quanto “de verdade” demoro a ficar pronto? Quanto tempo leva, “de verdade”, para chegar ao meu compromisso? Quando coloco expectativas reais na minha vida, rendo mais e procrastino (vulgo embaço) menos.
São boas dicas: relembrar seu dia, ficar atento ao que realiza no momento, decorar (ao contrário do que aprendemos na escola, não é o oposto de entender) músicas, poesias, receitas culinárias, parar de dizer que tem memória ruim (isso deixa o cérebro sem responsabilidade de lembrar).
É verdade que dormir após o almoço pode melhorar o desempenho do cérebro no que diz respeito ao aprendizado e à memória?
Para algumas pessoas um pequeno cochilo (não mais que 20 minutos) pode melhorar a disposição e a atenção. Dormir bem à noite melhora a memória.
É verdade que o jogo Sudoku é um ótimo método para exercitar o cérebro?
É um dos bons métodos, pois o Sudoku necessita de atenção, estratégia, raciocínio e orientação espacial. Todos os jogos ajudam a treinar a memória, assim como a leitura e, principalmente, novos aprendizados.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/doutora-em-neurologia-da-dicas-de-como-melhorar-a-memoria-3312536.html
É comum ver queixas de perda de memória entre idosos. Por que isso acontece após determinada idade?
Idosos normais não são um grupo homogêneo: idade, níveis de atividade e intelectuais são variáveis estatisticamente significativas para diferenciar a performance dos idosos normais. Muitos idosos (principalmente os que estão ativos) negam uma perda substancial da memória, coisa que alguns jovens já se queixam. Isso acontece porque nossos órgãos envelhecem.
Inegavelmente, desde os quarenta anos já apresentamos mudanças no desempenho cerebral, nossos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato) já não têm a mesma capacidade de mandar informações, começamos a perder músculos e equilíbrio. Nossa atenção piora, principalmente quando fazemos várias coisas ao mesmo tempo (atenção dividida). Nos mais idosos perdem-se: emprego de vocabulário preciso, de forma ativa (nomeação, conversação), produção de frases completas e compreensão das mesmas, tarefas que envolvam organização, iniciativa, planejamento, eleição de relevância em narrativas espontâneas, produtividade (taxa de informações), precisão referencial e retenção de conteúdos em recordação imediata e tardia.
Os tempos de reação em atividades complexas, que requerem processamento mental, declinam rapidamente a partir dos sessenta anos, enquanto as tarefas sensoriais simples sofrem lentificação gradual, ao longo da vida.
O desempenho torna-se mais lento e impreciso com o passar da idade, principalmente quando existe a necessidade de decisão, escolha entre várias alternativas, mais ainda se as decisões implicam um julgamento sobre relações espaciais.
E as pessoas com menos de 60 anos, por que elas, às vezes, reclamam de lapsos de memória?
Normalmente quando se queixam de falta de memória, os mais jovens se referem a esquecer onde colocaram objetos, terem seguido o caminho habitual, quando queriam fazer outro diferente, ou terem vários compromissos e terem esquecido algum. Não se trata, nesses casos, de doença da memória, mas de atenção dividida. Quando dividimos nossa atenção, não conseguimos ter um bom desempenho na tarefa. Dirige-se pensando no que fazer quando chegar ao destino ou “ruminando” um problema pessoal, não prestando atenção ao caminho. Dessa forma, a memória de procedimentos (dirigir, por exemplo) levará a pessoa para o destino habitual.
Há um remédio que pode melhorar o desempenho da atenção e da memória?
Antes de pensarmos em medicações, necessitamos diagnosticar se, de fato, há um problema de atenção ou memória. Se houver uma doença, por exemplo, Transtorno do Déficit de Atenção, existem medicamentos; se houver uma demência como a Doença de Alzheimer, existem medicamentos; porém, não existem medicamentos para que pessoas sadias melhorem seu desempenho.
Há muitas maneiras de melhorar a memória:
:: Novos aprendizados: qualquer novo aprendizado: um esporte, aprender uma nova língua, cozinhar, dançar. O cérebro que aprende rejuvenesce.
:: Exercícios de atenção: prestar atenção quando entra nos lugares, no que come, nos cheiros que encontra, nas músicas que escuta, no que vê. Relembrar seu dia, esforçando-se para lembrar os detalhes. Relembrar dias prazerosos: Onde eu estava no último ano novo? Com quem? Com que roupa?
:: Relaxamento: as pessoas tensas não prestam atenção.
:: Tentar associar fatos e imagens, visualizando-os.
:: Comer frutas e verduras, alimentos ricos em vitaminas do complexo B, vitais ao cérebro.
:: Tomar muita água. Um cérebro desidratado aprende menos.
:: Dormir bem. As memórias são consolidadas durante o sono.
Esquecemos o que íamos dizer porque estamos com nossa atenção dividida. Geralmente o assunto está chato e estamos apenas “jogando conversa fora”. A melhor maneira de evitar isso é estar por inteiro nos lugares: aproveitar ao máximo a experiência que estamos vivendo agora.
Às vezes esquecemos coisas simples que acabamos de fazer ou que sempre estão em nossa cabeça por qual motivo?
Tanto pela atenção dividida quanto por excesso de compromissos. Estamos emocionalmente sempre um passo à frente do nosso corpo e nossas funções motoras não conseguem ser completadas adequadamente.
Quando subitamente “emburrecemos”, esquecendo, por exemplo, nosso próprio telefone, estamos muito ansiosos. Sempre que estamos muito ansiosos temos dificuldade em acessar informações da nossa memória.
Administrar o tempo de uma forma realista é a melhor maneira de diminuir a ansiedade e melhorar a atenção. Quanto “de verdade” demoro a ficar pronto? Quanto tempo leva, “de verdade”, para chegar ao meu compromisso? Quando coloco expectativas reais na minha vida, rendo mais e procrastino (vulgo embaço) menos.
São boas dicas: relembrar seu dia, ficar atento ao que realiza no momento, decorar (ao contrário do que aprendemos na escola, não é o oposto de entender) músicas, poesias, receitas culinárias, parar de dizer que tem memória ruim (isso deixa o cérebro sem responsabilidade de lembrar).
É verdade que dormir após o almoço pode melhorar o desempenho do cérebro no que diz respeito ao aprendizado e à memória?
Para algumas pessoas um pequeno cochilo (não mais que 20 minutos) pode melhorar a disposição e a atenção. Dormir bem à noite melhora a memória.
É verdade que o jogo Sudoku é um ótimo método para exercitar o cérebro?
É um dos bons métodos, pois o Sudoku necessita de atenção, estratégia, raciocínio e orientação espacial. Todos os jogos ajudam a treinar a memória, assim como a leitura e, principalmente, novos aprendizados.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/doutora-em-neurologia-da-dicas-de-como-melhorar-a-memoria-3312536.html
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Por que Neuroeducação?
Grande parte do fascínio das Neurociências está em sua capacidade de estudar os aspectos mais complexos do cérebro humano.
Como é possível contemplarmos imagens de beleza majestosa e ouvirmos músicas que tocam nossa mais profunda emoção. Mais inconcebível ainda, como podemos contemplar nossa existência e conceituar nossa própria mortalidade? Certamente, o cérebro humano, uma massa de 100 bilhões de neurônios, conversando uns com os outros via neurotransmissores e impulsos elétricos, é um órgão maravilhoso e espantoso!
Apesar desse fascínio, por décadas os neurocientistas se mantiveram nos níveis mais primários de funcionamento do cérebro, trabalhando exaustivamente em experimentos para entender como determinadas moléculas e células nervosas trabalham. Para complicar as coisas, grande parte dessa inestimável pesquisa foi baseada não em cérebros humanos, mas em estruturas nervosas de lesmas do mar, peixe-zebra e macacos Rhesus. A maioria dos avanços científicos ao longo da história são resultado dessas pesquisas e as metodologias nela utilizadas permanecem como pedras angulares de como a Ciência deve prosseguir. No entanto, isso faz com que os neurocientistas procurem fugir de questões de fundo cognitivo, artístico ou filosófico. Consequentemente, quando eles se deparam com o conceito de Neuroeducação, a reação típica é de perplexidade do quanto as Neurociências poderiam contribuir com a Educação.
Artistas têm sido comparados a neurocientistas que tentam descobrir que combinações de cores, sons, palavras, sabores, texturas ou padrões atraem mais o nosso cérebro. Ao invés de conduzir experimentos em um laboratório, um artista usa seu meio de comunicação para uma audiência alvo para expressar algo de significante. Da mesma forma, os educadores podem ser comparados a neurocientistas no sentido de procurarem formas de melhor estimular, informar e moldar a mente de seus estudantes, jovens ou não, no laboratório que é a Escola. O objetivo implícito de toda Educação é transformar o cérebro ampliando a base de conhecimentos e tornando mais eficaz o funcionamento mental, um processo neural difuso conhecido como plasticidade que afeta nosso cérebro de forma estrutural e funcional.
Isso é muito claro: quando aprendemos alguma coisa, modificamos nosso cérebro do ponto de vista bioquímico, sináptico, anatômico e hemodinâmico.
Professores, estudantes, artistas e cientistas assim compartilham de um objeto comum de interesse - o cérebro. A partir dessa perspectiva, então, a questão não é exatamente descobrir se neurocientistas e educadores têm algo em comum, mas, ao invés disso, entender por que esses profissionais permaneceram tão distantes uns dos outros todo esse tempo, até começarem agora a trabalhar juntos.
Parece-me que educadores e cientistas são como carros trafegando em lados opostos de uma rodovia, se preocupando apenas com os obstáculos diretamente frontais, se esquecendo do canteiro central, ainda que dividam a mesma rodovia. O fato é que a maioria dos neurocientistas nunca ensinou crianças em uma sala de aula e grande parte dos professores não cogitam realizar experimentos em laboratório. Mais do que isso é que um indivíduo não precisa ser um professor qualificado para ser um bom cientista, nem conhecer a fisiologia do cérebro para ser um bom professor.
Projeção tridimensional da superfície cerebral em processos de ativação e desativação associados à improvisação musical em músicos de jazz através de Ressonância Magnética Funcional [de Limb CJ, Braun AR (2008) Neural Substrates of Spontaneous Musical Performance: An fMRI Study of Jazz Improvisation. PLoS ONE 3(2): e1679].
O paradigma natural é que os professores devem trabalhar bem com seus alunos e os cientistas trabalharem bem com os dados, e isso vem sendo feito há séculos. No entanto, se esse paradigma for mantido por ambos os grupos, eles continuarão trafegando em direções opostas a despeito de estarem na mesma rodovia.
O que mudou então? Tecnologia! Vivemos em uma época de disseminação rápida de informação atingindo um ritmo diferente de tudo o que foi testemunhado até hoje. Esta explosão de informação virtual tem afetado todos os aspectos da sociedade moderna, especialmente o compartilhamento da informação científica e como o cérebro do estudante absorve novos conhecimentos. Por isso também responde o surgimento de toda uma nova geração de métodos científicos incluindo a Ressonância Magnética Funcional (RMF), Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) e Magnetoencefalografia (MEG) que permitem o acesso ao funcionamento do cérebro humano em condições 'naturais' em um grau sem precedentes.
Estas novas modalidades de estudar o cérebro nos encoraja a fazer perguntas que não dizem respeito apenas aos níveis elementares da função, mas também para as mais complexas funções cognitivas humanas.
Enquanto os processos cognitivos pertinentes à arte eram primariamente de domínio dos filósofos, hoje nós podemos realmente examinar o que o cérebro está fazendo, como ele executa tarefas, como resolve problemas de matemática, como processa a leitura de um livro ou improvisa uma melodia.
Nós podemos ainda não ter o conhecimento suficiente para interpretar os dados gerados pelas Neurociências, mas nós certamente temos um melhor senso para qual direção devemos seguir.
Talvez ainda não tenha sido suficientemente enfatizada quão únicas são as oportunidades científicas para a área da Educação nos dias de hoje: temos os métodos disponíveis para estudar a função neural durante as mais variadas tarefas - como pensamos, aprendemos e ensinamos - de forma quantitativa semelhante à forma como os cientistas estudam qualquer outro complexo processo neural.
Nós podemos hoje explicitamente estudar os processos cerebrais que são mais relevantes à educação em um nível nunca antes imaginado. Embora possa demorar cem anos para que possamos entender como o conhecimento neurocientífico pode nos ajudar a ensinar álgebra para alunos do 9 º ano, podemos, pelo menos, começar a nos dirigir por esse caminho. Tendo em vista às importantes descobertas das Neurociências na última década, seria insensato não fazê-lo. E quem poderá saber onde chegarão nossos conhecimentos sobre o cérebro daqui a vinte, cinquenta ou cem anos?
De todos os atributos humanos, a capacidade de elaborar comportamentos não previamente programados está entre os mais fascinantes. A cada dia nós executamos uma série de novos comportamentos não planejados. Esses comportamentos podem ser bastante simples (como ter uma conversa improvisada sobre o clima), ou extremamente elaborados (encontrar uma solução para um problema de longo prazo).
Em muitos aspectos, a criatividade é a chave para a humanidade, é a forma como inovamos, avançamos e crescemos. Se não fosse o espírito criativo seria difícil acreditar que os seres humanos criariam a roda ou as várias formas de gerar e aproveitar a eletricidade. É a criatividade que nos permite resolver problemas e descobrir novas soluções para melhorar velhas soluções. É facilmente perceptível que existem múltiplas formas de criatividade e que cada uma precisa ser estudada de uma maneira diferente se quisermos entendê-las. No entanto, eu penso que os professores não ensinam seus alunos para que eles simplesmente regurgitem os conhecimentos de volta. Da mesma forma que não ensinam modos de pensar para que sejam memorizados pelos seus alunos. A esperança implícita e o objetivo de toda educação é permitir que os alunos sejam capazes de interiorizar e lidar com a informação, recombinando-a de diversas e inovadoras formas habilitando-os a resolver problemas de forma independente. É assim que inovamos e melhoramos a condição humana, é isso que implica ensinar uma criança.
Por várias razões eu passei a me interessar pelos processos neurais ennvolvidos em comportamentos criativos. Eu escolhi utilizar a improvisação musical como uma forma de estudar os processos neurais que envolvem a criatividade, mas espero estar estudando ao mesmo tempo algo maior do que a música, algo para entender como o cérebro capta o que precisa e faz algo diferente, inesperado e maravilhoso.
Através da Neuroeducação, espero que possamos aprender um dia como os cérebros são educados e a maneira mais eficaz para facilitar estes processos. Eu percebo, entretanto, que os cientistas vão continuar a descobrir mais e mais informações e os professores continuarão a fazer o melhor que podem para os seus alunos. No entanto, através destes tipos de esforços, eu aposto que estudantes no ano de 3010 receberão uma educação que, com a ajuda das Neurociências, sofreu uma evolução radical.
© May 2010 The Johns Hopkins University New Horizons for Learning.
Com a permissão do Dr. H. John Castellani do programa Novos Horizontes para o Aprendizado da Universidade Johns Hopkins.
Why Neuroeducation?
Dr. Charles Limb
Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade John Hopkins
Diretor de Pesquisa em Iniciativas em Neuroeducação da Escola de Educação da Universidade Johns Hopkins
Baltimore, EUA
Fonte: http://aprendercrianca.com.br/congresso/index.php?option=com_k2&view=item&id=31%3Apor-que-neuroeducacao&Itemid=538
Como é possível contemplarmos imagens de beleza majestosa e ouvirmos músicas que tocam nossa mais profunda emoção. Mais inconcebível ainda, como podemos contemplar nossa existência e conceituar nossa própria mortalidade? Certamente, o cérebro humano, uma massa de 100 bilhões de neurônios, conversando uns com os outros via neurotransmissores e impulsos elétricos, é um órgão maravilhoso e espantoso!
Apesar desse fascínio, por décadas os neurocientistas se mantiveram nos níveis mais primários de funcionamento do cérebro, trabalhando exaustivamente em experimentos para entender como determinadas moléculas e células nervosas trabalham. Para complicar as coisas, grande parte dessa inestimável pesquisa foi baseada não em cérebros humanos, mas em estruturas nervosas de lesmas do mar, peixe-zebra e macacos Rhesus. A maioria dos avanços científicos ao longo da história são resultado dessas pesquisas e as metodologias nela utilizadas permanecem como pedras angulares de como a Ciência deve prosseguir. No entanto, isso faz com que os neurocientistas procurem fugir de questões de fundo cognitivo, artístico ou filosófico. Consequentemente, quando eles se deparam com o conceito de Neuroeducação, a reação típica é de perplexidade do quanto as Neurociências poderiam contribuir com a Educação.
Artistas têm sido comparados a neurocientistas que tentam descobrir que combinações de cores, sons, palavras, sabores, texturas ou padrões atraem mais o nosso cérebro. Ao invés de conduzir experimentos em um laboratório, um artista usa seu meio de comunicação para uma audiência alvo para expressar algo de significante. Da mesma forma, os educadores podem ser comparados a neurocientistas no sentido de procurarem formas de melhor estimular, informar e moldar a mente de seus estudantes, jovens ou não, no laboratório que é a Escola. O objetivo implícito de toda Educação é transformar o cérebro ampliando a base de conhecimentos e tornando mais eficaz o funcionamento mental, um processo neural difuso conhecido como plasticidade que afeta nosso cérebro de forma estrutural e funcional.
Isso é muito claro: quando aprendemos alguma coisa, modificamos nosso cérebro do ponto de vista bioquímico, sináptico, anatômico e hemodinâmico.
Professores, estudantes, artistas e cientistas assim compartilham de um objeto comum de interesse - o cérebro. A partir dessa perspectiva, então, a questão não é exatamente descobrir se neurocientistas e educadores têm algo em comum, mas, ao invés disso, entender por que esses profissionais permaneceram tão distantes uns dos outros todo esse tempo, até começarem agora a trabalhar juntos.
Parece-me que educadores e cientistas são como carros trafegando em lados opostos de uma rodovia, se preocupando apenas com os obstáculos diretamente frontais, se esquecendo do canteiro central, ainda que dividam a mesma rodovia. O fato é que a maioria dos neurocientistas nunca ensinou crianças em uma sala de aula e grande parte dos professores não cogitam realizar experimentos em laboratório. Mais do que isso é que um indivíduo não precisa ser um professor qualificado para ser um bom cientista, nem conhecer a fisiologia do cérebro para ser um bom professor.
Projeção tridimensional da superfície cerebral em processos de ativação e desativação associados à improvisação musical em músicos de jazz através de Ressonância Magnética Funcional [de Limb CJ, Braun AR (2008) Neural Substrates of Spontaneous Musical Performance: An fMRI Study of Jazz Improvisation. PLoS ONE 3(2): e1679].
O paradigma natural é que os professores devem trabalhar bem com seus alunos e os cientistas trabalharem bem com os dados, e isso vem sendo feito há séculos. No entanto, se esse paradigma for mantido por ambos os grupos, eles continuarão trafegando em direções opostas a despeito de estarem na mesma rodovia.
O que mudou então? Tecnologia! Vivemos em uma época de disseminação rápida de informação atingindo um ritmo diferente de tudo o que foi testemunhado até hoje. Esta explosão de informação virtual tem afetado todos os aspectos da sociedade moderna, especialmente o compartilhamento da informação científica e como o cérebro do estudante absorve novos conhecimentos. Por isso também responde o surgimento de toda uma nova geração de métodos científicos incluindo a Ressonância Magnética Funcional (RMF), Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) e Magnetoencefalografia (MEG) que permitem o acesso ao funcionamento do cérebro humano em condições 'naturais' em um grau sem precedentes.
Estas novas modalidades de estudar o cérebro nos encoraja a fazer perguntas que não dizem respeito apenas aos níveis elementares da função, mas também para as mais complexas funções cognitivas humanas.
Enquanto os processos cognitivos pertinentes à arte eram primariamente de domínio dos filósofos, hoje nós podemos realmente examinar o que o cérebro está fazendo, como ele executa tarefas, como resolve problemas de matemática, como processa a leitura de um livro ou improvisa uma melodia.
Nós podemos ainda não ter o conhecimento suficiente para interpretar os dados gerados pelas Neurociências, mas nós certamente temos um melhor senso para qual direção devemos seguir.
Talvez ainda não tenha sido suficientemente enfatizada quão únicas são as oportunidades científicas para a área da Educação nos dias de hoje: temos os métodos disponíveis para estudar a função neural durante as mais variadas tarefas - como pensamos, aprendemos e ensinamos - de forma quantitativa semelhante à forma como os cientistas estudam qualquer outro complexo processo neural.
Nós podemos hoje explicitamente estudar os processos cerebrais que são mais relevantes à educação em um nível nunca antes imaginado. Embora possa demorar cem anos para que possamos entender como o conhecimento neurocientífico pode nos ajudar a ensinar álgebra para alunos do 9 º ano, podemos, pelo menos, começar a nos dirigir por esse caminho. Tendo em vista às importantes descobertas das Neurociências na última década, seria insensato não fazê-lo. E quem poderá saber onde chegarão nossos conhecimentos sobre o cérebro daqui a vinte, cinquenta ou cem anos?
De todos os atributos humanos, a capacidade de elaborar comportamentos não previamente programados está entre os mais fascinantes. A cada dia nós executamos uma série de novos comportamentos não planejados. Esses comportamentos podem ser bastante simples (como ter uma conversa improvisada sobre o clima), ou extremamente elaborados (encontrar uma solução para um problema de longo prazo).
Em muitos aspectos, a criatividade é a chave para a humanidade, é a forma como inovamos, avançamos e crescemos. Se não fosse o espírito criativo seria difícil acreditar que os seres humanos criariam a roda ou as várias formas de gerar e aproveitar a eletricidade. É a criatividade que nos permite resolver problemas e descobrir novas soluções para melhorar velhas soluções. É facilmente perceptível que existem múltiplas formas de criatividade e que cada uma precisa ser estudada de uma maneira diferente se quisermos entendê-las. No entanto, eu penso que os professores não ensinam seus alunos para que eles simplesmente regurgitem os conhecimentos de volta. Da mesma forma que não ensinam modos de pensar para que sejam memorizados pelos seus alunos. A esperança implícita e o objetivo de toda educação é permitir que os alunos sejam capazes de interiorizar e lidar com a informação, recombinando-a de diversas e inovadoras formas habilitando-os a resolver problemas de forma independente. É assim que inovamos e melhoramos a condição humana, é isso que implica ensinar uma criança.
Por várias razões eu passei a me interessar pelos processos neurais ennvolvidos em comportamentos criativos. Eu escolhi utilizar a improvisação musical como uma forma de estudar os processos neurais que envolvem a criatividade, mas espero estar estudando ao mesmo tempo algo maior do que a música, algo para entender como o cérebro capta o que precisa e faz algo diferente, inesperado e maravilhoso.
Através da Neuroeducação, espero que possamos aprender um dia como os cérebros são educados e a maneira mais eficaz para facilitar estes processos. Eu percebo, entretanto, que os cientistas vão continuar a descobrir mais e mais informações e os professores continuarão a fazer o melhor que podem para os seus alunos. No entanto, através destes tipos de esforços, eu aposto que estudantes no ano de 3010 receberão uma educação que, com a ajuda das Neurociências, sofreu uma evolução radical.
© May 2010 The Johns Hopkins University New Horizons for Learning.
Com a permissão do Dr. H. John Castellani do programa Novos Horizontes para o Aprendizado da Universidade Johns Hopkins.
Why Neuroeducation?
Dr. Charles Limb
Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade John Hopkins
Diretor de Pesquisa em Iniciativas em Neuroeducação da Escola de Educação da Universidade Johns Hopkins
Baltimore, EUA
Fonte: http://aprendercrianca.com.br/congresso/index.php?option=com_k2&view=item&id=31%3Apor-que-neuroeducacao&Itemid=538
HGF realiza o II Encontro de Neurologia Infantil.
No próximo dia 22 de setembro, será realizado o II Encontro de Neurologia Infantil do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), por meio do Ambulatório de Prematuros, no Auditório. As inscrições são gratuitas, abertas ao público externo, podendo ser feitas, até o dia 21 de setembro, pelo email: prematuroshgf@bol.com.br ou por meio da Seção de Estudo e Aperfeiçoamento (SEAP) – 3101.3183/3101.7099.
O objetivo do evento é promover discussões sobre o seguimento do prematuro e motivar pesquisas, visando a melhoria da qualidade de assistência a esse grupo de pacientes. De acordo com a Coordenadora do Ambulatório de Prematuros, Silvana Silton, o II Encontro de Neurologia Infantil visa mostrar a importância do acompanhamento dos prematuros por uma equipe multiprofissional, que evita ou detecta precocemente a manifestação de alterações no bebê, relacionadas ao neurodesenvolvimento, audição, visão, nutrição e crescimento dos bebês.
“O primeiro Encontro foi voltado ao Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e, desta vez, o foco foi para o Ambulatório de Prematuros, pelo fato deste estar bem estruturado, desde 2010, e vir crescendo em termos de organização e atendimento, com uma equipe muito boa, entre: enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, além de neonatologistas, neorologistas infantis, oftalmologistas e radiologistas”, afirma a Neuropediatra, Liana Coelho. Ela, também, ressalta que o HGF tem uma maternidade grande, com um número alto de recém-nascidos, que tem tido uma sobrevida melhor, com menos morbidade, ou seja, mais bebês prematuros estão tendo mais qualidade de vida e menos sequelas.
Serviço
Inscrição
Data: Até o dia 21 de setembro
Dados: Nome completo, profissão, especialização, local de trabalho e email
Local: Enviar para prematuroshgf@bol.com.br ou pelo SEAP 3101.3183/3101.7099
Programação
8h – Abertura
8h10 – O seguimento ambulatorial (Doelam Coelho - Enfermeira neonatologista
Mesa Redonda: Meu paciente é prematuro, como acompanhá-lo?
8h30 – Visão do Neonatologista (Fabíola Arraes - Neonatologista)
8h50 – Condutas do neuropediatra (André Cabral - Neuropediatra)
9h10 – Sinais de alarme ao desenvolvimento (Liana Coelho – Neuropediatra)
9h30 – Ultrassonografia transfontanela (Andréa Picanço – Radiologista)
9h50 – Mesa Redonda
Mesa Redonda: Meu paciente é prematuro, como acompanhá-lo?
10h20 – Seguimento oftalmológico (Islane Verçosa – Oftalmologista)
10h40 – Estimulação visual (Marisol Cavalcante – Terapeuta ocupacional)
11h – Avaliação do gastroenterologista (Vera Regina Apoliano – Gastroenterologista pediátrico)
11h20 – Acompanhamento do pneumologista (Alexssanda Maia – Pneumologista pediátrico)
11h40 – Mesa redonda
Encerramento
Assessoria de Comunicação do HGF
Rafaele Esmeraldo Menezes ( rafaele.menezes@hgf.ce.gov.br / 85 3101.7086 – 9694.6541)
Fonte: http://www.hgf.ce.gov.br/index.php/noticias/44437-hgf-realiza-o-ii-encontro-de-neurologia-infantil
O objetivo do evento é promover discussões sobre o seguimento do prematuro e motivar pesquisas, visando a melhoria da qualidade de assistência a esse grupo de pacientes. De acordo com a Coordenadora do Ambulatório de Prematuros, Silvana Silton, o II Encontro de Neurologia Infantil visa mostrar a importância do acompanhamento dos prematuros por uma equipe multiprofissional, que evita ou detecta precocemente a manifestação de alterações no bebê, relacionadas ao neurodesenvolvimento, audição, visão, nutrição e crescimento dos bebês.
“O primeiro Encontro foi voltado ao Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e, desta vez, o foco foi para o Ambulatório de Prematuros, pelo fato deste estar bem estruturado, desde 2010, e vir crescendo em termos de organização e atendimento, com uma equipe muito boa, entre: enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, além de neonatologistas, neorologistas infantis, oftalmologistas e radiologistas”, afirma a Neuropediatra, Liana Coelho. Ela, também, ressalta que o HGF tem uma maternidade grande, com um número alto de recém-nascidos, que tem tido uma sobrevida melhor, com menos morbidade, ou seja, mais bebês prematuros estão tendo mais qualidade de vida e menos sequelas.
Serviço
Inscrição
Data: Até o dia 21 de setembro
Dados: Nome completo, profissão, especialização, local de trabalho e email
Local: Enviar para prematuroshgf@bol.com.br ou pelo SEAP 3101.3183/3101.7099
Programação
8h – Abertura
8h10 – O seguimento ambulatorial (Doelam Coelho - Enfermeira neonatologista
Mesa Redonda: Meu paciente é prematuro, como acompanhá-lo?
8h30 – Visão do Neonatologista (Fabíola Arraes - Neonatologista)
8h50 – Condutas do neuropediatra (André Cabral - Neuropediatra)
9h10 – Sinais de alarme ao desenvolvimento (Liana Coelho – Neuropediatra)
9h30 – Ultrassonografia transfontanela (Andréa Picanço – Radiologista)
9h50 – Mesa Redonda
Mesa Redonda: Meu paciente é prematuro, como acompanhá-lo?
10h20 – Seguimento oftalmológico (Islane Verçosa – Oftalmologista)
10h40 – Estimulação visual (Marisol Cavalcante – Terapeuta ocupacional)
11h – Avaliação do gastroenterologista (Vera Regina Apoliano – Gastroenterologista pediátrico)
11h20 – Acompanhamento do pneumologista (Alexssanda Maia – Pneumologista pediátrico)
11h40 – Mesa redonda
Encerramento
Assessoria de Comunicação do HGF
Rafaele Esmeraldo Menezes ( rafaele.menezes@hgf.ce.gov.br / 85 3101.7086 – 9694.6541)
Fonte: http://www.hgf.ce.gov.br/index.php/noticias/44437-hgf-realiza-o-ii-encontro-de-neurologia-infantil
Uma única dose de LSD ajuda a diminuir consumo de álcool.
As diferentes percepções provocadas pelo alucinógeno contribuem para ver problemas de outras perspectivas.
O ácido lisérgico (LSD), um dos mais potentes alucinógenos conhecidos, pode ser usado no tratamento de dependentes de álcool, sugere artigo publicado no Journal of Psychopharmacology. Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega analisaram os resultados de seis estudos feitos nos anos 60 e 70 com pessoas que tomaram o alucinógeno enquanto tentavam se manter abstinentes da bebida. Um dos estudos relatados mostrou que o índice de abstinência foi de 59% entre as pessoas que ingeriram LSD, contra 38% no grupo de controle. Em outro, os que receberam a dose da droga psicodélica revelaram 15% mais chances de se manter sóbrios seis meses depois do tratamento.
Segundo os autores do artigo, os neurocientistas Pål-Orjan Johansen e Teri Krebs, as alterações sensoriais e as diferentes percepções psíquicas desencadeadas pelo alucinógeno parecem ajudar as pessoas a ver a si mesmas e a seus problemas de diferentes perspectivas. Assim, sugerem Johansen e Teri, o LSD pode agir como uma espécie de catalisador químico do “momento da clareza”, como denominam com base nos relatos de pacientes em tratamento. Os pesquisadores, porém, são enfáticos ao afirmar que o estudo explora apenas o potencial do LSD como estratégia de redução de danos no caso da dependência de álcool. O uso recreativo da droga pode causar dependência psicológica e desencadear surtos psicóticos. Os resultados, porém, reforçam outras pesquisas que apontam o potencial de uso terapêutico dos alucinógenos.
Recentemente, por exemplo, comprovou-se que a metilenodioximetanfetamina (MDMA), psicoativo do ecstasy, pode atenuar sintomas de transtorno de estresse pós-traumático e que a psilocibina, substância encontrada em cogumelos alucinógenos, pode aliviar a ansiedade e a dor em pacientes com câncer terminal. As principais dificuldades para estudar as drogas psicodélicas, afirmam os autores do artigo, ainda são a resistência de universidades e da indústria farmacêutica em financiar esse tipo de pesquisa e a burocracia para obter as drogas de forma legal.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/uma_unica_dose_de_lsd_ajuda_a_diminuir_consumo_de_alcool.html
O ácido lisérgico (LSD), um dos mais potentes alucinógenos conhecidos, pode ser usado no tratamento de dependentes de álcool, sugere artigo publicado no Journal of Psychopharmacology. Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega analisaram os resultados de seis estudos feitos nos anos 60 e 70 com pessoas que tomaram o alucinógeno enquanto tentavam se manter abstinentes da bebida. Um dos estudos relatados mostrou que o índice de abstinência foi de 59% entre as pessoas que ingeriram LSD, contra 38% no grupo de controle. Em outro, os que receberam a dose da droga psicodélica revelaram 15% mais chances de se manter sóbrios seis meses depois do tratamento.
Segundo os autores do artigo, os neurocientistas Pål-Orjan Johansen e Teri Krebs, as alterações sensoriais e as diferentes percepções psíquicas desencadeadas pelo alucinógeno parecem ajudar as pessoas a ver a si mesmas e a seus problemas de diferentes perspectivas. Assim, sugerem Johansen e Teri, o LSD pode agir como uma espécie de catalisador químico do “momento da clareza”, como denominam com base nos relatos de pacientes em tratamento. Os pesquisadores, porém, são enfáticos ao afirmar que o estudo explora apenas o potencial do LSD como estratégia de redução de danos no caso da dependência de álcool. O uso recreativo da droga pode causar dependência psicológica e desencadear surtos psicóticos. Os resultados, porém, reforçam outras pesquisas que apontam o potencial de uso terapêutico dos alucinógenos.
Recentemente, por exemplo, comprovou-se que a metilenodioximetanfetamina (MDMA), psicoativo do ecstasy, pode atenuar sintomas de transtorno de estresse pós-traumático e que a psilocibina, substância encontrada em cogumelos alucinógenos, pode aliviar a ansiedade e a dor em pacientes com câncer terminal. As principais dificuldades para estudar as drogas psicodélicas, afirmam os autores do artigo, ainda são a resistência de universidades e da indústria farmacêutica em financiar esse tipo de pesquisa e a burocracia para obter as drogas de forma legal.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/uma_unica_dose_de_lsd_ajuda_a_diminuir_consumo_de_alcool.html
domingo, 2 de setembro de 2012
Seja seu melhor amigo.
Analisar os próprios erros com generosidade, mas sem poupar críticas, pode trazer benefícios terapêuticos.
Refletir sobre os próprios problemas equilibrando crítica e gentileza – como se estivéssemos ajudando um amigo a pesar perdas e ganhos de uma situação ruim – tem poder terapêutico, afirmam pesquisadores da Universidade da Califórnia. O grupo, que estuda os efeitos da autocompaixão, relatou na Psychological Science os resultados positivos de um estudo com homens recém-divorciados que foram incentivados a falar consigo mesmos como se conversassem com alguém de quem realmente gostavam e que passava por algo difícil.
“Não se trata de ter pena ou ser complacente. Compaixão é tentar entender a dor do outro e ajudá-lo a enxergar atitudes que contribuem para o sofrimento”, define a psicóloga Kristin Neff, professora da Universidade do Texas, especialista no tema, que acompanhou o trabalho do grupo. Estudos anteriores mostram que pessoas com autocompaixão evitam críticas duras e generalizações negativas sobre si e sobre os outros. “Elas têm maior tendência a encarar os erros como aprendizado”, diz a psicóloga, ressaltando que isso não significa serem condescendentes com o que desaprovam.
Várias pesquisas revelam que pessoas excessivamente críticas e as que revelam autocompaixão têm, em média, desempenho acadêmico e profissional semelhante – com a diferença de que as últimas reagem melhor quando não conseguem atingir algum objetivo. Segundo Kristin, isso ocorre porque elas não associam o sentimento de valor pessoal ao sucesso.
Em outro estudo da Universidade da Califórnia, voluntários disseram se sentir melhor depois de escrever cartas de apoio a pessoas que viveram experiências traumáticas, como machucar alguém em um acidente de trânsito. “Como muitos de nós descobrem intuitivamente, aproveitar oportunidades de ajudar os outros desvia o foco de problemas pessoais e, muitas vezes, revela que algo que antes considerávamos uma tragédia na verdade não é”, explica uma das autoras da pesquisa, Juliana Breines. E cultivar a autocompaixão, segundo Kristin, pode ser mais simples do que parece. Ela menciona um experimento que mostra que envolver os braços ao redor do próprio corpo, em um generoso “autoabraço”, nos deixa mais propensos a agir gentilmente.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/seja_seu_melhor_amigo.html
Refletir sobre os próprios problemas equilibrando crítica e gentileza – como se estivéssemos ajudando um amigo a pesar perdas e ganhos de uma situação ruim – tem poder terapêutico, afirmam pesquisadores da Universidade da Califórnia. O grupo, que estuda os efeitos da autocompaixão, relatou na Psychological Science os resultados positivos de um estudo com homens recém-divorciados que foram incentivados a falar consigo mesmos como se conversassem com alguém de quem realmente gostavam e que passava por algo difícil.
“Não se trata de ter pena ou ser complacente. Compaixão é tentar entender a dor do outro e ajudá-lo a enxergar atitudes que contribuem para o sofrimento”, define a psicóloga Kristin Neff, professora da Universidade do Texas, especialista no tema, que acompanhou o trabalho do grupo. Estudos anteriores mostram que pessoas com autocompaixão evitam críticas duras e generalizações negativas sobre si e sobre os outros. “Elas têm maior tendência a encarar os erros como aprendizado”, diz a psicóloga, ressaltando que isso não significa serem condescendentes com o que desaprovam.
Várias pesquisas revelam que pessoas excessivamente críticas e as que revelam autocompaixão têm, em média, desempenho acadêmico e profissional semelhante – com a diferença de que as últimas reagem melhor quando não conseguem atingir algum objetivo. Segundo Kristin, isso ocorre porque elas não associam o sentimento de valor pessoal ao sucesso.
Em outro estudo da Universidade da Califórnia, voluntários disseram se sentir melhor depois de escrever cartas de apoio a pessoas que viveram experiências traumáticas, como machucar alguém em um acidente de trânsito. “Como muitos de nós descobrem intuitivamente, aproveitar oportunidades de ajudar os outros desvia o foco de problemas pessoais e, muitas vezes, revela que algo que antes considerávamos uma tragédia na verdade não é”, explica uma das autoras da pesquisa, Juliana Breines. E cultivar a autocompaixão, segundo Kristin, pode ser mais simples do que parece. Ela menciona um experimento que mostra que envolver os braços ao redor do próprio corpo, em um generoso “autoabraço”, nos deixa mais propensos a agir gentilmente.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/seja_seu_melhor_amigo.html
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