domingo, 14 de outubro de 2012

O NASCIMENTO DA NEUROCIRURGIA BRASILEIRA.

Tem-se abaixo o texto completo de um artigo escrito pelos médicos Sebastião Silva Gusmão e José Gilberto de Souza, que fala sobre o início da neurocirurgia no Brasil. Boa leitura.




RESUMO

Relatam-se a vida profissional dos precursores e pioneiros que possibilitaram o nascimento da neurocirurgia brasileira e a fundação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

PALAVRAS-CHAVE

História da neurocirurgia

SUMMARY

This work presents the professional life of the pioneers that founded the neurological surgery in Brazil and the Brazilian Society of Neurosurgery.

KEY WORDS

History of neurosurgery.


INTRODUÇÃO
As intervenções sobre o crânio, executadas até o surgimento da medicina moderna na metade do século XIX, se restringiam quase apenas ao tratamento das fraturas do crânio e à drenagem de possível hematoma extracerebral e de coleções purulentas associadas1,12.
As conquistas essenciais para o desenvolvimento da neurocirurgia moderna foram o avanço da cirurgia geral, especialmente a anestesia (Morton, 1846) e a anti-sepsia (Lister, 1867) e a teoria das localizações cerebrais (Broca, 1861)10. Ela foi estabelecida nas duas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX graças, principalmente, aos pioneiros Victor Horsley (1857-1916) e Harvey Cushing (1864-1939)1,12.
No Brasil, a moderna neurocirurgia nasceu no final da terceira década do século XX graças ao trabalho de devotados precursores e pioneiros11.

PRECURSORES
No Erário Mineral, o quinto livro médico escrito no Brasil, Luis Gomes Ferreyra, que exerceu a medicina nas cidades de Sabará e Vila Rica, em Minas Gerais, descreve a primeira intervenção neurocirúrgica relatada no Brasil18,13,17 (figura 1). Trata-se de trauma cranioencefálico, com fraturas expostas e afundamento ósseo, causado pela queda de galho de árvore sobre a cabeça de um escravo, na região de Sabará, em 1710. Ferreyra retirou os fragmentos ósseos afundados, fez hemostasia, protegeu a falha óssea e aplicou aguardente na ferida, até a cicatrização completa. O paciente recuperou-se, voltando ao trabalho.
Nas três primeiras décadas do século XX os casos de neurotraumatologia e abscessos cerebrais eram operados pelos cirurgiões gerais nos principais centros médicos do país. Augusto Paulino Soares de Souza e Américo Gonçalves Valério apresentaram, em 1922, no Segundo Congresso Brasileiro de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal relatório intitulado A cirurgia nervosa no Brasil16. A quase totalidade dos casos refere-se a trauma e abscesso.
O ensino oficial da neurologia foi inaugurado em 1912, quando da criação a Disciplina de Neurologia, distinta da Psiquiatria, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sendo designado para a regê-la Antônio Austregésilo Rodrigues Lima (1876 - 1961), que chefiava o Serviço de Neurologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro15.
No final da década de 1920, as condições eram propícias para o início da neurocirurgia no Brasil. A neurologia e a cirurgia geral estavam bem estabelecidas em nosso meio, especialmente no Rio de Janeiro, e a neurocirurgia encontrava-se plenamente estabelecida como especialidade com a obra de Cushing. Os primeiros passos foram dados por Brandão Filho e, a seguir, por Alfredo Monteiro, os precursores da neurocirurgia no Brasil.
Augusto Brandão Filho
Augusto Brandão Filho (1881 - 1957) foi professor de Clínica Cirúrgica da Faculdade Nacional de Medicina, da Universidade do Brasil. Exerceu sua atividade cirúrgica no Hospital da Misericórdia, no Rio de Janeiro. Foi um dos mais hábeis cirurgiões de seu tempo e tinha também fino espírito científico.
Foi o primeiro brasileiro a ir além da cirurgia do trauma e tentar o tratamento cirúrgico dos tumores cerebrais. Foi também o pioneiro dos exames neuroradiológicos em nosso país. Foi o primeiro a realizar no Brasil a ventriculografia e a angiografia cerebral. Na realização destes exames contou com a colaboração de dois grandes vultos da medicina. Na ventriculografia foi ajudado por Manoel de Abreu (1894 – 1962), futuro inventor, em 1936, da fotografia da imagem fluoroscópica, conhecida como abreugrafia3. Na angiografia cerebral foi auxiliado pelo próprio inventor do método, Egas Moniz7,2.
No livro Tumores do encéfalo: algumas observações comentadas5 relata seis casos de intervenção sobre o crânio operados no período de 1927 a 1931 e a estes acrescenta um sétimo publicado em 19243. Todos os sete casos foram operados em fase avançada de hipertensão intracraniana e faleceram. A indicação cirúrgica baseava-se apenas no exame neurológico e no exame radiológico simples do crânio. Apenas um caso foi submetido a ventriculografia.
Brandão Filho faz comentários pormenorizados sobre as causas dos erros de localização e sobre o insucesso do tratamento, tendo como base os grandes mestres da neurocirurgia do começo do século XX. Em cinco dos casos expôs o quiasma óptico e em dois a fossa posterior. Em dois casos de exposição do quiasma óptico não foi encontrado o tumor, o qual estava situado em outra região, como ficou demonstrado pela necropsia. A exploração da região do quiasma baseava-se no déficit visual e no exame radiológico simples de crânio que mostrava deformação da sela turca. Brandão Filho, com base nos trabalhos da literatura, identifica a causa do erro como sendo devida a não diferenciação das alterações da sela turca por acometimento primário de tumor hipofisário e por hipertensão intracraniana. Um tumor da fossa posterior, possivelmente neurinoma do acústico, não foi identificado devido a não exposição do ângulo ponto-cerebelar. O sétimo caso, submetido a ventriculografia, tratava-se de hidrocefalia e foi submetido a craniectomia da fossa posterior.
Além da cirurgia dos tumores cerebrais, Brandão Filho realizou também o tratamento cirúrgico da neuralgia do trigêmeo. Relata dois casos, um operado em 1922 e outro em 1923 por meio da secção da raiz sensitiva do trigêmeo4.
Brandão Filho expunha em pormenor a técnica cirúrgica empregada por meio de texto e ilustrações precisos. Em seus comentários demonstrava estar a par dos trabalhos dos grandes mestres da neurocirurgia do começo do século XX. Além do título de « príncipe dos cirurgiões », merece também o de precursor da neurocirurgia no Brasil.
Alfredo Alberto Pereira Monteiro
Alfredo Alberto Pereira Monteiro (1891 - 1961) graduou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1914, obtendo no mesmo ano, com apenas 23 anos, a Livre-docência de anatomia da referida faculdade.
Em 1928, Antônio Austregésilo convoca-o a iniciar a neurocirurgia no Brasil. No mesmo ano, juntamente com seu assistente José Ribe Portugal, inicia esta especialidade, realizando os procedimentos cirúrgicos na Santa Casa do Rio de Janeiro.
Em 1932, é investido na recém criada Cátedra de Neurocirurgia da Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1935, abandona a especialidade e se transfere para a Cátedra de Técnica Operatória e de Cirurgia Experimental.
Apesar de abandonar a especialidade, Alfredo Monteiro foi o primeiro professor de neurocirurgia no Brasil e deu impulso à especialidade, publicando vários trabalhos sobre o assunto. No seu tratado de Técnica Cirúrgica , em três volumes, deu importância destacada às técnicas neurocirúrgicas. Merece, juntamente com Brandão Filho, o título de precursor da neurocirurgia brasileira11.

PIONEIROS
José Ribe Portugal, incentivado por Antônio Austregésilo, e Elyseu Paglioli são os pioneiros da neurocirurgia no Brasil e os criadores das duas primeiras escolas neurocirúrgicas em nosso meio.
Antônio Austregésilo (1876 - 1960), além de pioneiro da neurologia brasileira, indicou o caminho da neurocirurgia a José Ribe Portugal. Em 1928, visita nos Estados Unidos os serviços de Cushing e Frazier. Ficou vivamente impressionado com a neurocirurgia americana e com os métodos precisos de diagnóstico, que naquela época eram a ventriculografia e a pneumoencefalografia, idealizadas por Dandy em 1918.
Imediatamente após seu regresso, faz criar o Serviço de Neurocirurgia. Convoca Alfredo Alberto Pereira Monteiro, brilhante cirurgião-geral e catedrático de anatomia, o qual escolheu para seu assistente José Ribe Portugal que participava como assistente de sua disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental9,14.
José Ribe Portugal
José Ribeiro Portugal (1901 – 1992) (figura 2) graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro em 1927 e, no ano seguinte, como prêmio à sua proficiência, é nomeado Professor Assistente da Cadeira de Anatomia desta mesma Faculdade.
Em 1928, inicia com Alfredo Monteiro os primeiros procedimentos cirúrgicos na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Quando Alfredo Monteiro abandona o encargo, Portugal decide dedicar-se completamente à neurocirurgia.
Em 1929, Portugal aos 28 anos de idade, submete-se aos exames para Livre Docência de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com tese intitulada Contribuição à neurotomia retrogasseriana. O tratamento da neuralgia do trigêmeo foi seu alvo de preocupação durante toda a sua atividade como neurocirurgião.
Em 1930, Portugal foi nomeado assistente extranumerário da Cadeira de Medicina Operatória da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1932, assume a chefia do recém-criado Serviço de Neurocirurgia do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, com cem leitos.
No início, Portugal foi um autodidata. Sua prática era guiada pela literatura neurocirúrgica e pela correspondência com os grandes mestres da neurocirurgia da época: Cushing, Frazier e Adson. Persistiu no aprimoramento técnico, cercando-se de aparelhagem e instalações modernas, educou um corpo de auxiliares, ministrando cursos e proferindo conferências.
Em 1930, Portugal passou a freqüentar o Serviço de Manuel Balado (1897 - 1942), em Buenos Aires, em rápidas visitas anuais. Em 1945, visita os serviços de Hohn Scarff, Ingraham, Matson, Grant, Gross e Dandy. Após o Congresso Mundial de Neurocirurgia em Paris, visita os serviços de Olivecrona, Sjokvist, Norman Dott e Jefferson.
Prosseguindo em sua brilhante carreira, Portugal passou a ocupar, mais tarde, a Cátedra de Neurocirurgia na Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro. Em 1965, passou a atuar no serviço do Hospital de Clínicas, do qual se aposentou em 1970.
Foi membro titular e fundador das mais importantes sociedades brasileiras de ciências neurológicas : Academia Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e Academia Brasileira de Neurocirurgia. Foi Membro Emérito da Academia Nacional de Medicina.
É autor de várias publicações neurocirúrgicas, distinguindo-se as que se referem à neuralgia do trigêmeo e aos meningiomas. Foi cirurgião exímio, possuidor de técnica primorosa6,11.
Como mestre de didática insuperável, formou uma plêiade de discípulos que se transformaram em grandes mestres : Santos Machado, Jaime Viana, Renato Tavares Barbosa, Mário Coutinho, Pedro Sampaio, Francisco Guerra, Otoide Pinheiro, Feliciano Pinto, Gianni Maurélio Temponi e Mário Brock.
Elyseu Paglioli
Elyseu Paglioli (1898 - 1985) (figura 3) formou-se pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre em 1923 e na conclusão do curso obteve o doutoramento por meio de uma tese sobre Relações anatômicas do ouvido médio com o ápice do rochedo, gânglio de Gasser e sexto par, com deduções clínicas . Desde logo interessou-se pela anatomia humana, sendo, em 1924, nomeado, por portaria, preparador da cadeira de anatomia humana.
Resolveu retornar para São Francisco de Paula, onde crescera, trabalhando nesta cidade por curto período, onde realizou seus primeiros procedimentos neurocirúrgicos. A convite de Sarmento Leite, voltou para Porto Alegre.
Em 1928, conquistou a docência de anatomia com a tese Circulação venosa dos núcleos centrais do cérebro. Em 1929, após concurso, foi nomeado docente livre da Cadeira de Anatomia. Inicia, nessa época, as intervenções neurocirúrgicas com grande dificuldade, em conseqüência da precariedade de recursos.
Em 1930 dirige-se para Paris, permanecendo oito meses como assistente de De Martel (1875 – 1940), o pioneiro da neurocirurgia francesa. Ao regressar, Paglioli traz os equipamentos necessários e inicia a neurocirurgia no Hospital Alemão (hoje Hospital Moinhos de Vento), no final de 1930. Forma uma equipe de trabalho com o oftalmologista Ivo Corrêa Meyer e o neurologista Frederico Ritter.
Passa a exercer intensa atividade neurocirúrgica e em 1932 publica trabalho sobre tumores do ângulo ponto-cerebelar operados com êxito. No ano de 1933 apresenta na Academia Nacional de Medicina monografia sobre Cirurgia crânio-encefálica no qual apresenta 11 casos de tumores cerebrais operados com sucesso. Até esta época as intervenções eram feitas com o paciente em posição sentada e exclusivamente sob anestesia local.
Em 1936 foi nomeado Docente Livre de Clínica Propedêutica Cirúrgica, após concurso no qual defendeu a tese Circulação venosa dos núcleos pardos centrais do cérebro. Em 1938 fez concurso para a Cátedra de Clínica Propedêutica cirúrgica, tendo apresentado a tese Ventriculografia, um dos primeiros e mais completos trabalhos sobre o assunto, tendo merecido o prefácio de seu mestre De Martel.
Elyseu Paglioli foi quem teve a idéia de fundar a Sociedade Latino-Americana de Neurocirurgia. Com Alejandro Schroeder, de Montevidéu e Rafael Babini de Rosário, organizou o primeiro congresso da especialidade na América Latina, em 1945.
Em 1946 é inaugura o Instituto de Neurocirurgia da Santa Casa com capacidade para 112 leitos, onde passa a desenvolver a neurocirurgia com melhores condições e forma vários especialistas, entre os quais João Alberto Martins Dahne, Eduardo Beck Paglioli, Mário Schinini Cademartori, Nelson Pires Ferreira, Nelson Aspesi, Ricardo Gavenski, Carlos Ferrari, Zaluar Campos, Manoel Krimberg, Antônio Mazzaferro, Frederico Kliemann e Djacir Figueiredo.
Além da intensa atividade neurocirúrgica, Paglioli dedicou-se também à política e à administração. Foi indicado para prefeito de Porto Alegre por seu amigo, o presidente Getúlio Vargas, em 1950. Ficou na prefeitura por apenas um ano, deixando-a para assumir a Reitoria da Universidade do Rio Grande do Sul, na qual permaneceu durante doze anos. Em 1961, deixou a Reitoria para ocupar o cargo de Ministro da Saúde durante o governo João Goulart.
Elyseu Paglioli foi fundador de várias entidades, sendo as mais importantes a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o Comitê Permanente dos Congressos Latino-Americanos de Neurocirurgia e a Academia Brasileira de Neurocirurgia11.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA

Em Bruxelas, Bélgica, durante o Primeiro Congresso Internacional de Cirurgia Neurológica , por iniciativa de José Ribe Portugal e José Geraldo Albernaz foi fundada, em 26 de julho de 1957, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Foram membros fundadores: José Ribe Portugal, J. L. Brito e Cunha, Renato Tavares Barbosa, Paulo Niemeyer, Henrique Austregésilo, Aloysio Mattos Pimenta, Carlos Sacramento, Elyseu Paglioli, Zaluar Campos, Manoel Caetano de Barros, Moacir Bernardes, e José Geraldo Albernaz. Portugal foi eleito presidente e Albernaz secretário provisório da nova sociedade e redator dos estatutos e regulamentos.
O Primeiro Congresso da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia foi realizado em Petrópolis, no Hotel Quitandinha de 18 a 20 de julho de 1958 (figura 4).
Até 1960, os presidentes foram eleitos pelo período de um ano e o Congresso da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia se realizava anualmente. Assim, a presidência foi ocupada até esta data por: José Ribe Portugal (1957-1958), Aloysio de Mattos Pimenta (1958 – 1957), Elyseu Paglioli (1959 – 1960).
Em 1960 o mandato passou a ser de dois anos e os congressos realizados a cada dois anos, sendo a presidência ocupada respectivamente por: Manoel Caetano de Barros (1960 – 1962), José Geraldo Albernaz (1962 – 1964), Rolando Ângelo Tenuto (1964 – 1966), Jayme Martins Viana (1966 – 1968), José Ribe Portugal (1968 – 1970), Renato Tavares Barbosa (1970 – 1972), Francisco Cotta Pacheco (1972 – 1974), Elyseu Paglioli (1974 – 1976) (em substituição a João Dahne), Djacir Gurgel de Figueirêdo (1976 – 1978), Laélio de Almeida Lucas (1978 – 1980), José Gilberto de Souza (1980 – 1982), Paulo Mangabeira Albernaz Filho (1982 – 1984), Virgílio A. Novaes (1984 – 1986), Paulo Andrade de Melo (1986 – 1988), Nelson P. Ferreira (1988 – 1990), Gilberto Machado de Almeida (1990 – 1992), Carlos Batista Alves de Souza (1992 – 1994), Léo Fernando da Silva Ditzel (1994- 1996), Carlos Telles (1996 – 1998), Ronald Fiuza (1998 – 2000).
A partir de 1998, ocorreu a desvinculação entre as presidências da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e do Congresso desta Sociedade. Assim, Fernando Menezes Braga assumiu, em 1998, a presidência do Congresso do ano 2000 e Ronald Fiúza a presidência da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.
Em 1959, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia foi filiada à World Federation of Neurosurgical Societies.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Fonte: http://www.sbhm.org.br/index.asp?p=especialidades_view&codigo=47

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