terça-feira, 25 de outubro de 2011

Efeito psíquico do desemprego.



Depressão, ansiedade e desequilíbrio físico-emocional deixam marcas difíceis de apagar.
O desemprego é a segunda maior fonte de estresse para os brasileiros. A primeira é a violência, segundo dados da Isma-Brasil de 2007. O estudo, no qual foram entrevistadas quase 800 pessoas entre 18 e 65 anos, revelou que a preocupação é maior entre os jovens. E não é para menos: cerca de metade dos brasileiros desempregados tem entre 16 e 24 anos. “O futuro do país será marcado por uma população numerosa de idosos que passou grande parte da vida lutando contra os sintomas do estresse”, afirma a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da entidade.


A incerteza em relação ao próprio sustento tira o sono de qualquer um. No caso dos brasileiros, a situação afeta principalmente os que têm baixa escolaridade. “Vivemos no país dos bicos; as pessoas aceitam o que vier pela frente”, diz a psicóloga organizacional Ana Cristina Limongi, professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP). Essa instabilidade desencadeia um círculo vicioso do qual fazem parte depressão, desequilíbrio emocional, ansiedade e deterioração da saúde física. A conclusão é de um estudo coordenado por Richard H. Price, pesquisador da Universidade de Michigan, publicado no Journal of Occupational Health Psychology. A média de idade dos participantes era de 36 anos, sendo a maioria mulheres (59%), branca (75%) e casada (52%). Dois anos depois da primeira entrevista, os participantes da pesquisa – com origem social, formação escolar e grau de instrução variados – foram novamente avaliados. Nessa ocasião, 71% dos voluntários já estavam empregados. Ainda assim, relatavam os efeitos negativos da ruptura em sua vida profissional.


O problema não se resolve completamente quando a pessoa encontra um novo emprego. Segundo Price, o desemprego deixa marcas psíquicas por no mínimo dois anos e interfere na disposição e na forma como o indivíduo lida com as demandas da nova ocupação. Para o pesquisador, o desemprego deixa uma “herança psíquica”.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/herancas_do_desemprego.html

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