sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pessoas em estado vegetativo podem estar conscientes?



Estudo sugere que, em casos raros, o paciente percebe o que acontece ao seu redor.
O paciente abre os olhos, sem expressão alguma. Boceja e, por vezes, chega a gritar. Ele parece, ao mesmo tempo, consciente e indiferente ao que acontece ao seu redor. Há meses permanece assim. Será capaz de pensar? Talvez, segundo estudo publicado em 2006 na revista Science. A equipe conduzida pelo neurocientista Adrian Owen, da Universidade de Cambridge, pediu a uma paciente em estado vegetativo persistente (EVP) que se imaginasse fazendo diversas tarefas, como jogar tênis e caminhar pelos cômodos de sua casa. Enquanto isso seu cérebro era analisado por meio da técnica de ressonância magnética funcional (fRMI). Os resultados mostraram imagens comparáveis às de pessoas saudáveis, que compreendem os comandos e decidem obedecer ou não.


“Obviamente, alterações que podem indicar alguma atividade cerebral não são detectadas em todos os pacientes em EVP; em alguns deles simplesmente não há mais estrutura cerebral suficiente”, diz Owen, aludindo ao caso da americana Terry Schiavo, que permaneceu por 15 anos em estado vegetativo e virou notícia quando seus pais contestaram a decisão do marido de interromper a alimentação e deixá-la morrer. O imageamento cerebral já havia mostrado que parte considerável de seu cérebro estava atrofiada; os médicos foram unânimes em afirmar que o caso dela era irreversível, o que pesou na decisão judicial de desligar os aparelhos que a mantinham viva, em março de 2005.


Contudo, o prognóstico nem sempre é definitivo e inalterável. Para o especialista, a medicina sempre investiu pouco nesses pacientes, na crença de que nada podia ser feito além dos cuidados paliativos que os mantêm alimentados, limpos e confortáveis até a hora da morte. Vez por outra, porém, um deles desperta, sem que se conheçam os fatores que contribuíram para a recuperação. “O cérebro é um órgão frágil, mas pode reagir de forma inesperada. Não devemos descartar os casos em que os pacientes estão conscientes do seu entorno mas não conseguem mexer nenhuma parte do corpo. Outros, ainda, podem estar apenas inconscientes e desacordados. O desafio da medicina de reabilitação é identificar todas essas possibilidades”, afirma Owen.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/conceito_morte.html

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