quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O feminino e o masoquismo.

As transformações do lugar e do papel da mulher.




No ensaio Moral sexual “civilizada” e doença nervosa moderna, de 1908, Sigmund Freud afirma que as mulheres pagaram um preço bem mais alto do que os homens na constituição da civilização moderna, em razão dos sacrifícios eróticos e existenciais a que foram submetidas. Por essa razão, a histeria e a depressão (ou melancolia) tornaram-se as duas formas psicopatológicas que melhor representaram as perturbações psíquicas das mulheres recenseadas por Freud nos textos sobre a sexualidade feminina. Se, na histeria, a figura da mulher se contrapunha ativamente a sua redução à maternidade, na melancolia, a hemorragia libidinal ganhava destaque. Seja pela melancolia, seja pela histeria, o que estava sempre em pauta era o masoquismo como marca inconfundível do psiquismo feminino.

Em contrapartida, aos homens a liberdade sexual foi outorgada por meio da constituição de uma rede disseminada de bordéis, onde a luxúria podia ser cultivada com a garantia do controle sanitário das doenças sexualmente transmissíveis, a cargo da nova gestão médica do espaço social. A obrigatoriedade dos exames médicos das prostitutas era condição essencial para o exercício da profissão. Assim, enquanto a figura da mulher era caracterizada pela passividade e pelo masoquismo, a do homem distinguia-se pela atividade e pelo sadismo. De qualquer maneira, o poder feminino se realizaria de duas formas, na gestão do espaço doméstico e nas relações da família com as instituições médica e escolar. Cabia à mãe, então, relacionar-se com tais instituições, tendo em vista a promoção da saúde e da educação das crianças, na medida em que esses indicadores seriam os signos insofismáveis da qualidade de vida da população.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_feminino_e_o_masoquismo.html

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