quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Você pode me ouvir agora? Como os neurônios "decidem" como transmitir informações .




Há bilhões de neurônios no cérebro e em qualquer momento, dezenas de milhares desses neurônios pode estar tentando enviar sinais uns aos outros. Muito parecido com uma pessoa que tenta ser ouvida pelo seu amigo em uma sala lotada, os neurônios precisam descobrir a melhor maneira de obter a sua mensagem seja ouvida acima do barulho. Pesquisadores do Centro para a base Neural da cognição, um programa conjunto entre a Carnegie Mellon University e da Universidade de Pittsburgh, encontrei duas maneiras que os neurônios isso, cria um mecanismo fundamental pelo qual os neurônios se comunicam. Os resultados foram publicados em uma edição em linha adiantada das continuações da National Academy of Sciences (PNAS). "Os neurônios enfrentam um dilema universal de comunicações. Eles podem falar e serem ouvidos por toda parte, ou eles podem falar individualmente e dizer mais. Ambos são importantes. Queríamos descobrir como os neurônios escolher entre essas estratégias", disse Nathan Urbano, a Dr. Frederick A. Schwertz Distinguir Professor de Ciências Biológicas e chefe do Departamento de Ciências Biológicas da CMU.



Os neurônios se comunicam através do envio de impulsos elétricos denominados potenciais de ação ou "picos". Estes pontos de informação de código muito parecido com uma versão do código Morse com apenas pontos e sem traços. Grupos de neurônios pode optar por transmitir informações de duas maneiras: pela adição simultânea ou pela adição separadamente. Para descobrir como o cérebro decidiu que o método a utilizar para processar uma entrada sensorial, os investigadores olharam célula mitral neurônios no bulbo olfativo do cérebro - a parte do cérebro que classifica os cheiros e um modelo comum para estudar o processamento da informação global. Electrofisiologia fatia e simulações de computador, os pesquisadores descobriram que o cérebro teve uma estratégia inteligente para garantir que a mensagem dos neurônios estava sendo ouvida. Sobre a escala de tempo curto de alguns milisegundos, o cérebro envolvidos seus circuitos inibitórios para fazer o fogo neurônios em sincronia. Essa queima, simultânea correlacionados cria um sinal muito alto, mas simples. O efeito foi muito parecido com uma multidão em um evento esportivo cantando "Let's go time!" Nos curtos intervalos de tempo, neurônios individuais produzidos a mesma mensagem curta, aumentando a eficácia com que a actividade foi transmitida para outras áreas do cérebro. Os investigadores dizem que na comunicação humana e neuronal da mesma forma, esta comunicação coletivo funciona bem para mensagens simples, mas não por mais tempo ou mais mensagens complexas que contêm informações mais complexas. Os neurônios estudados utilizado prazos mais longos (em torno de um segundo) para transmitir esses conceitos mais complexos. Maior intervalo de tempo, os circuitos inibitórios gerado uma forma de competição entre os neurônios, de modo que os neurônios mais fortemente ativada silenciou a atividade de neurônios ativados fraca, aumentando as diferenças em suas taxas de disparo e fazendo a sua actividade menos correlacionados. Cada neurônio é capaz de comunicar uma outra peça de informação sobre o estímulo sem ser abafado pela vibração de neurônios concorrentes. Seria como estar em um grupo onde cada pessoa falasse de cada vez. O quarto seria muito mais silencioso do que uma arena esportiva ea audiência imediata seria capaz de ouvir e aprender muito mais informações complexas. Os pesquisadores acreditam que as descobertas podem ser aplicadas para além do sistema olfactivo para outros sistemas neurais, e talvez até mesmo ser utilizado em outros sistemas biológicos. "Através da biologia, da genética à ecologia, os sistemas devem completar várias funções simultaneamente. A solução que encontramos na neurociência pode ser aplicado a outros sistemas para tentar entender como eles conseguem competir demandas", disse Urban. Os co-autores do estudo incluem Brent Doiron, professor assistente de matemática na Universidade de Pittsburgh, e Sonya Giridhar, um estudante de doutoramento no Centro de Neurociências de Pitt. Ambos são membros do Centro para a base Neural da cognição. O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional de Surdez e Outros Distúrbios da Comunicação, o National Institutes of Health e do National Science Foundation.

Fonte: http://neurocurso.com/neuronews/1171-voce-pode-me-ouvir-agora-como-os-neuronios-qdecidemq-como-transmitir-informacoes.html

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dossiê: De bem com a vida - Alegria como remédio.

Como foi mostrado em outros posts, a revista Mente e Cérebro publicou uma trilogia de reportagens acerca dos mecanismos cerebrais que medeiam o amor e o desejo. Agora, vamos postar outra trilogia dessa revista que fala sobre a felicidade: como podemos desenvolver melhor esse sentimento, como o cérebro processa as ações que desencadeiam a melhora da qualidade de vida.
Segue abaixo na íntegra a primeira parte.


Alegria fortalece o corpo e a mente, além de nos preparar para melhor enfrentar tempos de crise
por Barbara L. Fredrickson

Há 70 anos, Cecilia O'Payne fez seus votos perpétuos na congregação das Irmãs Pobres de Nossa Senhora em Milwaukee, Estados Unidos. Na ocasião, a madre superiora lhe pediu que escrevesse um breve relato sobre a própria vida, incluindo fatos decisivos da infância e dos tempos de escola, bem como experiências de natureza religiosa que tivessem contribuído para levá-la ao convento.



Décadas depois, o relato de Cecilia foi publicado, juntamente com as anotações de outras noviças que haviam ingressado na congregação na mesma época. Três psicólogos da Universidade de Kentucky decidiram examinar o material. Eles realizaram, na ocasião, um amplo estudo sobre envelhecimento e mal de Alzheimer. Os psicólogos David Snowdon, Wallace Friesen e Deborah Danner avaliaram 178 relatos autobiográficos, a fim de definir seu “teor emocional” com base em manifestações de felicidade, interesse, amor e esperança. O que observaram foi notável: aparentemente, as freiras alegres viveram até dez anos mais que as que pouco enxergavam o lado bom de sua existência terrena.

Há muito tempo cientistas notaram que, em geral, as pessoas que se sentem bem vivem mais. Essa descoberta, porém, suscita mais perguntas que respostas. Como pode a confiança no futuro ajudar no prolongamento da expectativa de vida? É possível que bons sentimentos vividos hoje tenham conseqüências de tão longo prazo? E, se é assim, como encarar as emoções positivas: são uma questão de destino ou podem ser geradas deliberadamente?

Uma nova disciplina, a “psicologia positiva”, começa a dar as primeiras respostas a essas perguntas. Fundada há uma década, é fruto da iniciativa de Martin E. P. Seligman, então presidente da Associação Americana de Psicologia (APA). Como muitos psicólogos, ele dedicou boa parte de sua carreira de pesquisador ao estudo das doenças mentais. No que se refere à busca de uma cura para transtornos psíquicos, progressos significativos foram feitos nos últimos 50 anos. Por outro lado, a psicologia produziu poucos métodos capazes de ajudar as pessoas a alcançar maior plenitude pessoal. Seligman queria corrigir esse desequilíbrio e com a ajuda do psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, da Universidade de Chicago, recomendou aos pesquisadores que se dedicassem à investigação daquilo que “faz a vida valer a pena”.

Há diversas razões para os sentimentos considerados positivos terem sido alvo de pouca atenção no passado. Em primeiro lugar, essas emoções são mais difíceis de investigar que seus equivalentes negativos. Alegria, prazer e satisfação não se distinguem entre si com tanta nitidez quanto irritação, tristeza e medo. Assim, a ciência diferencia apenas um punhado de bons sentimentos: para cada emoção positiva identificada existem três ou quatro negativas.



Também nossas possibilidades de expressão corporal revelam-se mais bem compartimentadas quando se trata de emoções que causam desconforto. No mundo todo, qualquer pessoa é capaz de distinguir com precisão uma expressão raivosa ou triste ou amedrontada. No pólo oposto, toda expressão espontânea de contentamento – seja ela de júbilo, vitória ou bemaventurança – apresenta sempre os mesmos atributos: os cantos da boca se alçam e os músculos em torno dos olhos contraem-se involuntariamente, fazendo com que as maçãs do rosto se elevem e pequenas rugas surjam ao redor dos olhos.

Problemas ancestrais

A distribuição desigual de recursos atinge até o sistema nervoso autônomo, que comanda órgãos internos, vasos sangüíneos e glândulas. Há 20 anos, os psicólogos Paul Ekman e Wallace Friesen, da Universidade da Califórnia em São Francisco, e Robert Levenson, da Universidade de Indiana, demonstraram que irritação, medo e tristeza provocam reações mensuráveis do corpo, o que não se verifica em relação a diversas emoções prazerosas.

Por fim, também a metodologia de investigação representa um problema. Com freqüência, cientistas tentaram abordar a questão dos bons sentimentos valendo-se de modelos desenvolvidos para seus congêneres negativos. Estes trazem consigo o impulso para que se aja de determinada maneira: a irritação gera a necessidade do ataque, o medo compele à fuga, o nojo produz o desejo de vomitar. É claro que nem sempre obedecemos às cegas a tais impulsos; ainda assim, a margem de manobra no tocante à ação se estreita num instante. Quem sente medo não apenas pensa na fuga: também seu corpo se prepara para essa ação, elevando tanto a freqüência cardíaca como a pressão arterial.

Vistas dessa maneira, as emoções desconfortáveis nada mais são do que soluções eficazes para problemas recorrentes com que já se debatiam nossos ancestrais. Emoções positivas, no entanto, não se deixam explicar com tanta facilidade. Do ponto de vista evolutivo, alegria, prazer e gratidão parecem ter sido de pouca utilidade na garantia da sobrevivência. Terão representado alguma vantagem na nossa capacidade de adaptação ou apenas sinalizariam ausência de perigo?

A influência que estados de ânimo positivos exercem sobre pensamento e comportamento admite investigação psicológica. Em um de nossos experimentos, mostramos trechos curtos de filmes às pessoas, com o intuito de induzi-las a determinado estado emocional. Um bando de pingüins brincalhões gingando no gelo gerou alegria; pacíficas cenas da Natureza, serenidade. O medo foi suscitado com imagens de alturas vertiginosas, e a tristeza, mediante cenas de morte e de funerais. As imagens-controle mostravam um velho e aborrecido protetor de tela de computador.

Imediatamente após essa pequena sessão de cinema, testamos a capacidade dos participantes de entreter novos pensamentos. Para tanto, mostramos a eles um conjunto de três figuras geométricas e perguntamos qual de dois outros conjuntos mais se parecia com o primeiro. Não se tratava de obter uma resposta certa ou errada: em um caso, as figuras se assemelhavam em sua configuração geral; em outro, no detalhe. Esse “exame de vista” mostrava, porém, se uma pessoa percebia, antes, a impressão geral ou se, ao contrário, se concentrava nos detalhes. Os resultados revelaram que os bem-humorados tenderam a se orientar pela forma global – sinal de pensamento mais abrangente. Os mal-humorados, ou neutros, se concentraram nos detalhes.

Mais que talento

Efeitos semelhantes foram observados pela psicóloga Alice Isen, da Universidade Cornell, em Nova York. A fim de mensurar o efeito dos sentimentos positivos sobre a criatividade, ela usou o teste das “associações remotas” do psicólogo Sarnoff Mednick. A tarefa dos participantes consistia em, diante de três palavras, encontrar uma quarta que apresentasse nexo temático com as anteriores. Se, por exemplo, as palavras são “humor”, “quadro” e “noite”, a resposta correta é “negro”. Antigamente esse teste era empregado para determinar diferenças individuais de criatividade. Isen, no entanto, aplicou-o apenas a pessoas consideradas bem-humoradas. As mais contentes foram as que demonstraram melhor capacidade associativa. Criatividade, portanto, não é só questão de talento, mas também de humor apropriado.

Em outros experimentos, a psicóloga investigou se a capacidade diagnóstica de um médico dependia de sua disposição emocional. Ela deu a alguns médicos um saquinho de doces e pediu que pensassem em voz alta enquanto examinavam o caso de um paciente com um problema no fígado. Comparados aos demais, os médicos premiados com doces não apenas avaliaram com mais rapidez os diferentes dados, como demonstraram menor tendência a se fixar em um único pensamento, revelando-se dispostos a descartar conclusões precipitadas. Outro experimento semelhante mostrou que mediadores bem humorados saíram-se melhor no encaminhamento de negociações complexas. Conclusão: o pensamento das pessoas que se sentem bem é mais criativo, mais flexível, mais abrangente e mais aberto.

Assim como as emoções positivas dão origem a novas idéias e novas possibilidades de ação, elas podem conduzir também a mudanças profundas e duradouras. Quando as crianças riem em plena folia ou os adultos se divertem jogando futebol, sua motivação pode ser meramente hedonista; mas o fato é que, ao fazê-lo, estão construindo recursos físicos, intelectuais e sociais: o movimento faz bem à saúde, as estratégias de jogo contribuem para a capacidade de solucionar problemas, a camaradagem fortalece laços sociais. Estudos mostram que algo semelhante acontece também com macacos, ratos e esquilos.

Testamos também a relação entre resistência psíquica e alegria de viver. Solicitamos aos participantes dessa experiência que descrevessem seu estado emocional e sua visão do futuro. Entrevistamos o mesmo grupo de pessoas seis meses depois. Nesse meio tempo, as torres gêmeas do World Trade Center vieram abaixo. Como era de esperar, quase todos estavam abatidos na segunda entrevista e mais da metade foi diagnosticada com depressão. No entanto, aqueles nos quais havíamos identificado, no início do ano, maior capacidade de resistência seguiram nutrindo alguns sentimentos positivos, mesmo depois do 11 de Setembro. A gratidão foi o mais mencionado. Os otimistas disseram, por exemplo, ter constatado que “a maioria das pessoas neste mundo é boa”. O ânimo manifestado diante da vida claramente os havia protegido da depressão.

Encontramos, enfim, uma maneira de medir o efeito fisiológico provocado pelas emoções positivas. Era plausível supor que sentimentos bons modificassem a reação do organismo ao stress. Isso fica muito evidente no sistema nervoso autônomo e na circulação cardiovascular.

De coração aberto

Em um de nossos experimentos, submetemos os participantes a uma situação de pressão, comunicando-lhes que teriam exatamente um minuto para preparar um discurso, que seria registrado em vídeo e avaliado pelos demais participantes. O prazo curtíssimo para o cumprimento da tarefa gerou angústia e elevou a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Logo em seguida, mostramos a cada um deles um de quatro filmes: dois deles estimulavam sentimentos positivos – diversão e contentamento –, ao passo que o terceiro pouco os afetava e o quarto causava tristeza. Enquanto assistiam ao filme, acompanhamos os indicadores de stress.

Nos indivíduos que assistiram a um dos filmes alegres, o nível de stress retornou ao inicial com mais rapidez que nas pessoas que viram o filme neutro. E os que só podiam se entristecer com o quarto filme foram os que precisaram de mais tempo para se recuperar do susto. Fica evidente que os sentimentos positivos exerceram influência benéfica no sistema cardiovascular. Contudo, são ainda em grande parte desconhecidos os mecanismos cognitivos e fisiológicos por trás desses processos. Tampouco nossa pergunta inicial encontra-se respondida: de que forma os sentimentos positivos promovem a longevidade? Está claro que fazem mais que produzir mero bem-estar momentâneo. Sua atuação moderadora em situações estressantes sugere que eles poderiam, a longo prazo, reduzir o dano causado ao sistema cardiovascular pelos sentimentos negativos. A isso vem se somar, no entanto, outro fenômeno: quem está contente hoje já está a caminho de ser igualmente mais feliz no futuro.

Junto com o psicólogo Thomas Joiner, da Universidade do Estado da Flórida, examinamos se o ânimo positivo e o pensamento mais abrangente estimulam ou mesmo fortalecem um ao outro. Com o auxílio de testes-padrão feito com intervalo de cinco semanas, comparamos o estado de ânimo e a postura mental de 138 estudantes universitários. O resultado foi que a disposição positiva na primeira etapa redundou, na segunda, num incremento desse mesmo estado de ânimo e em maior abrangência de pensamento. Do mesmo modo, mas em sentido inverso, o pensamento mais abrangente na primeira etapa incrementou tanto o ânimo positivo como a abrangência de pensamento na segunda. Ou seja, pessoas em geral bem-humoradas evidentemente se deixam levar com mais facilidade numa contínua espiral ascendente.

Sentimentos positivos não modificam apenas o indivíduo: atuam de forma contagiosa. Boas ações geram contentamento, porque podemos nos orgulhar delas, embora muitas vezes praticá-las seja uma forma de fugir das próprias dores e fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem para nós. O fato é que os que receberam ajuda sentem-se agradecidos, e mesmo “espectadores” casuais se alegraram. Numa reação em cadeia, os sentimentos positivos conduzem a uma postura mental abrangente e à solicitude, o que, por sua vez, desencadeia mais emoções positivas.

Isso mostra que necessitamos de métodos que nos permitam experimentar sentimentos positivos com mais freqüência. Decerto, o humor e o riso parecem oferecer o caminho mais curto; em tempos difíceis, todavia, é mais fácil falar do que fazer. Meu conselho é que procuremos a felicidade em todas as situações da vida. Quem deseja descobrir algo de bom num mundo complexo e, em parte, opressivo, precisa apelar para as próprias forças e para as de seus semelhantes. Afinal, o mais poderoso aliado no caminho para a maturidade e a força interior é nossa consciência.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/dossie/dossie_de_bem_com_a_vida_-_alegria_como_remedio.html

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Estimulação não-invasiva do cérebro pode melhorar a deglutição após AVC.



Os doentes com AVC que receberam a estimulação elétrica cerebral associada a exercícios de deglutição apresentou maior melhora na capacidade de deglutição do que os pacientes que não receberam este estímulo, de acordo com um estudo piloto relatou em curso: Jornal da Associação Americana do Coração .

Dificuldade em engolir, conhecidos como disfagia, é uma complicação comum e grave derrame. Ela pode levar à aspiração, quando o alimento ou matéria estranha acidentalmente entra nos pulmões causando pneumonia. Aspiração e pneumonia aspirativa são complicações comuns após o curso e pode ser mortal. A estimulação cerebral não-invasiva utilizada neste estudo (Direct Estimulação Transcraniana atual, ou ETCC) usa uma corrente elétrica fraca. É transmitida por meio de eletrodos colocados no couro cabeludo, para aumentar a atividade em áreas específicas do cérebro.

Os pesquisadores observaram: Pacientes que receberam a estimulação do cérebro aumenta a sua capacidade de engolir por mais de 2,5 pontos em uma escala de sete pontos em engolir, em comparação com pouco mais de um ponto entre os que não receberam o tratamento. Isto foi estatisticamente significante, portanto, não era provavelmente devido ao acaso. Em geral, a capacidade de engolir melhorou pelo menos dois pontos em 86 por cento dos pacientes que receberam a estimulação, e em 43 por cento daqueles que não fizeram.

Embora esses percentuais mostraram uma tendência de melhora, não atingiu significância estatística, provavelmente devido ao tamanho pequeno estudo. "Mais estudos são necessários para refinar essa intervenção promissora, explorando os efeitos dos parâmetros de estimulação, a freqüência de estimulação, eo tempo da intervenção para melhorar as funções de deglutição em pacientes disfágicos tempos", os pesquisadores observaram. O estudo envolveu 14 pacientes recrutados a partir do centro de internação curso no Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston. Todos os pacientes haviam sofrido um acidente vascular cerebral isquêmico nos últimos 1-7 dias. Os participantes foram randomizados para que alguns receberam ETCC para as regiões do cérebro que controlam a deglutição, enquanto outros receberam "estimulação sham".

Aqueles que recebem estimulação sham foram preparados como se estivessem indo receber ETCC, mas não o fez. Os autores são: Sandeep Kumar, MD; Cynthia W. Wagner, MS, CCC-SLP; Frayne Colleen, MS, CCC-SLP, Zhu Lin, BS; Selim Magdy, MD, Ph.D.; Feng Wuwei, MD, MS; e Gottfried Schlaug, MD, Ph.D. Os Institutos Nacionais de Saúde eo Centro de Integração de Medicina e Tecnologia Inovadora financiou o estudo.

Fonte: http://neurocurso.com/neuronews/1175-nao-invasiva-de-estimulacao-do-cerebro-pode-melhorar-a-degluticao-apos-avc.html

Vinho para limpar e proteger as artérias.

Ingestão moderada da bebida diminui riscos de doenças cardiovasculares.




Fim de ano é tempo de brindar. Se for com vinho – e sem exageros – especialistas garantem que a comemoração pode ser bastante saudável. No centro das explicações de como esta bebida pode prevenir doenças estão os flavonóides, substâncias que podem influenciar muitos fatores que participam na formação e na evolução da placa arteriosclerótica. Estudos epidemiológicos e experimentais apontam para o efeito do vinho na diminuição da arteriosclerose, e o mecanismo envolvido foi recentemente descoberto. Os flavonóides presentes no vinho tinto podem diminuir a produção de ET-1, um poderoso vasoconstritor endógeno, bem como aumentar a secreção de óxido nítrico, de efeito vasodilatador, pelas células endoteliais. Um segundo tipo de evidência, obtida em uma série de estudos in vitro e in vivo, mostra que os componentes polifenólicos do vinho tinto, somados ao álcool, poderiam ativamente impedir o início e a progressão da arteriosclerose. As substâncias polifenólicas do vinho geralmente são divididas em dois grupos, os flavonóides e os não-flavonóides.

Os flavonóides presentes no vinho tinto e no suco de uva promovem dilatação endotelial. Os fenóis do vinho tinto bloqueiam a produção da endotelina (ET-1), um potente vasoconstritor que induz a proliferação de células musculares lisas cuja produção é fator-chave no desenvolvimento da doença vascular aterosclerótica. Os polifenóis dos diferentes vinhos tintos diminuem a síntese e suprimem a transcrição gênica da ET-1, como observado em cultura de células endoteliais de aorta bovina. A inibição da síntese de endotelina foi diretamente correlacionada com o total de polifenóis presentes na cultura. Os vinhos branco e rosê não promoveram efeito similar.

Já a atividade antioxidante dos flavonóides se dá pelo aumento da resistência da oxidação do LDL (colesterol ruim), que é tóxica para as células endoteliais e tem papel significativo no desenvolvimento e progressão das placas arterioscleróticas. Em estudo em que foi ministrado suco de uva por 14 dias para 15 adultos com doença arterial, os pesquisadores observaram aumento de 34,5% no tempo de oxidação do LDL. Além disso, ocorreu importante aumento no fluxo sangüíneo por meio de vasodilatação.

Os flavonóides abundantes no vinho tinto e no suco de uva são a quercetina e a catecina. Além de ser um potente antioxidante, a quercetina induz relaxamento do anel aórtico in vitro. A catecina é representante da família de antioxidantes e está presente não somente no vinho tinto, mas também nos vegetais, frutas, chás e chocolates. Assim, o consumo de grande quantidade de catecina pode explicar, pelo menos em parte, o efeito protetor da dieta mediterrânea, rica em frutas, vegetais e vinho tinto.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/flavonoides_para_limpar_e_proteger_as_arterias.html

Cérebro de 2,5 mil anos é descoberto intacto na Inglaterra.

O cérebro intacto foi retirado de um crânio datado de 673 e 482 AC.




Pesquisadores da Universidade de York fizeram uma descoberta curiosa na Inglaterra. Eles encontraram um crânio humano de 2,5 mil anos e, dentro dele, o cérebro praticamente intacto. Os cientistas ficaram intrigados com o fato de um órgão tão frágil ter se preservado tanto tempo. A descoberta foi publicada na revista Yorkshire Archaeology Today. As informações são do site Live Science.

O crânio, datado entre 673 e 482 a.C, foi retirado de um fosso lamacento da Idade do Ferro, no local da planejada expansão do campus leste da universidade. "Foi simplesmente incrível pensar que o cérebro de alguém que morreu há tantos milhares de anos pôde persistir mesmo em terra úmida", disse Sonia O'Connor, pesquisadora na Universidade de Bradford, ao site Live Science. O'Connor liderou uma equipe de pesquisadores que avaliou o estado do cérebro, depois que foi encontrado, em 2008. "É particularmente surpreendente, porque se você falar com patologistas que lidam com cadáveres eles diriam que o primeiro órgão a se deteriorar seria o cérebro, por causa de seu teor de gordura", explicou O'Connor, segundo o site.

De acordo com os pesquisadores, há evidências de que o crânio pertenceu a um homem entre 26 e 45 anos e de que o mesmo teria sido enforcado. O'Connor diz que o achado pode ter sido enterrado rapidamente após a morte em um ambiente úmido, onde a ausência de oxigênio impediu que o cérebro entrasse em estado de putrefação.

Fonte: http://neurocurso.com/neuronews/1176-cerebro-de-2,5-mil-anos-e-descoberto-intacto-na-inglaterra.html

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Estudo diz que separação amorosa causa sensação de dor física .



Um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, mostra que a região do cérebro que responde pela dor física é a mesma que reage quando uma pessoa está envolvida em uma separação amorosa ou em um caso de rejeição. As informações são da Associated Press. "Estes resultados dão novo significado à ideia de que a rejeição 'dói'", escreveu o professor de psicologia Ethan Kross no estudo publicado na terça-feira da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

O coautor do estudo Edward Smith, da Universidade de Columbia, explica que a pesquisa mostra que eventos psicológicos ou sociais podem afetar regiões do cérebro que os cientistas acreditavam que fossem dedicadas apenas à dor física. O estudo envolveu 40 voluntários que haviam passado por uma separação indesejada nos seis meses anteriores e que diziam que esse fato dava sensação de rejeição.

Na experiência, os voluntarios viam fotos de seus antigos parceiros e tentavam pensar na separação. Depois, viam fotos de amigos e tentavam pensar em momentos positivos com aquelas pessoas. Também havia um aparelho posicionado em seus braços que ora produzia um calor reconfortante e ora esquentava o suficiente para causar dor. A duas situações negativas - pensar sobre a perda e o calor que queima - causaram respostas na mesma região do cérebro, de acordo com o estudo.

Fonte: http://neurocurso.com/neuronews/1177-estudo-diz-que-separacao-amorosa-causa-sensacao-de-dor-fisica.html

Férias: entre a aventura e o descanso.

Viajar pode nos ajudar a encontrar o equilíbrio entre a alienação e a segurança.



“Durante 11 meses, devemos viver, no 12o, desejamos viver: nossas existências prosaicas anseiam, uma vez por ano, uma vida poética.” Com essas palavras, o escritor alemão Theodor Fontane (1819-1898) zombava da mania de viajar de seus contemporâneos. Tirar férias para compensar a banalidade cotidiana? Talvez. “Nosso instinto errante e vagabundo é principalmente paixão, erotismo.

Assim como optamos por determinado estilo de roupa, escolhemos entre as diversas formas de passar as férias de acordo com o prestígio que oferecem determinados destinos, constata o sociólogo Gerhard Schulze. Mas se perguntarmos a quem está partindo o que espera da viagem, a maioria responde simplesmente: relaxar. Outros tantos dizem querer acumular novas energias, fugir da rotina, ter maior contato com a natureza ou apenas se divertir. É curioso que, até agora, os efeitos benéficos de viajar tenham sido pouco estudados do ponto de vista científico. Para a nossa espécie, o ímpeto de viajar não é artificial. De fato, o Homo sapiens viajou a maior parte de sua existência, e há alguns milhares de anos certas populações do neolítico tornaram-se nômades.

O psicólogo ambiental Roger S. Ulrich, da Universidade do Texas, também aponta a importância da história evolutiva. Os resultados de suas pesquisas sugerem qual deveria ser a meta de uma viagem repousante. Em 1987, esse psicólogo suscitou certo alvoroço ao publicar, na revista Science, um estudo sobre pessoas operadas de cálculo biliar: os pacientes que podiam contemplar, de seus leitos, uma paisagem verdejante, recuperavam-se mais rapidamente que outros em condições clínicas idênticas, mas cujo panorama visual era limitado a uma parede de tijolos. Uma série sucessiva de experimentos levou Ulrich a concluir que a amenidade de uma paisagem natural tranqüiliza o homem moderno porque no tempo de nossos ancestrais era sinônimo de alimento e segurança.

Mas a ação positiva das férias sobre a psique vai bem além do efeito antiestresse. Para pesquisar os fatores de bem-estar válidos em geral para quem viaja, Bettina Graf comparou dois tipos de turista que não poderiam ser mais distintos: os turistas solitários de mochila nas costas (os globetrotter ou mochileiros), que vagam por terras longínquas sem destino preciso, e os aficionados pelo trailer, que todos os anos passam as férias em um acampamento (e, freqüentemente, sempre no mesmo). É de supor que os motivos pelos quais os dois grupos viajam sejam bastante diferentes. Mas em que sentido?

A psicologia ambiental sugere uma hipótese. Essa disciplina parte do pressuposto de que o ambiente é uma fonte de estímulo que, regulada pela formação reticular do tronco do encéfalo, ativa o córtex cerebral e o coloca em um determinado estado de excitação interior, cujo espectro vai do sono a uma grande agitação; em geral, nos sentimos mais confortáveis em um grau de excitação intermediário. Nossas ações surgem, assim, da necessidade de manter o nível de excitação que preferimos. Portanto, se estamos estressados, procuramos nas férias calma e segurança, mas, se estamos entediados, ansiamos por emoção e aventura.



Mas, ao lado dos efeitos positivos, a viagem encerra também, embora isto seja mais raro, perigos para a psique. Quando não se consegue a adaptação ao ambiente estranho, a conseqüência pode ser uma crise psíquica. No caso dos longos trajetos que envolvem vários fusos horários, pode ocorrer o temido jet lag. O ritmo biológico, o “relógio interior”, é prejudicado. Além do cansaço e dos problemas de insônia, foram observados também casos de ligeira depressão, relata Gregory Katz, da Universidade Hebraica, de Jerusalém. Para as pessoas que já sofrem de transtornos psíquicos, perambular em excesso pelo mundo pode piorar a doença.

Alguns mochileiros descrevem o retorno a casa como altamente deprimente, exprimindo sua vontade de dar as costas para a vida cotidiana, por não estarem mais dispostos (ou não conseguirem mais) a aceitar suas regras e condições. Mas se essa vontade de fuga pode se traduzir em emigração efetiva, logo surgem os problemas. Afinal, também em terras estranhas é preciso ganhar dinheiro, além do que, o mundo vai aos poucos perdendo o ar de novidade, e o paraíso começa a mostrar suas fissuras. Assim, muitas vezes falham as tentativas dos mochileiros de melhorar de modo duradouro a própria condição existencial voltando as costas para o mundo “real”. Entre os que acampam, por outro lado, o percentual de êxito é mais elevado. Muitos deles, de fato, deixam de lado a vida profissional e conseguem mesmo viver no mundo lúdico e de sonho que criaram.

Em suma, tanto em uma viagem de trailer feita com a família e os amigos quanto em uma viagem solitária e de bicicleta à Índia, o princípio básico é o mesmo: a busca do prazer. Se no cotidiano a luta pela vida relega nossos desejos a segundo plano, na viagem de férias ocorre o contrário. A chave para um “lazer bem-sucedido”, parece ser que a viagem compense a realidade banal da vida normal e favoreça o bem-estar. Pelo menos durante esse certo período, criamos um mundo de sonho que compensa as frustrações do cotidiano.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/ferias_entre_a_aventura_e_o_descanso.html

Mais parecidos do que gostaríamos.

Comportamento de pessoas e animais é afetado pelas vitórias e derrotas do passado.



A forma como encaramos vitórias e derrotas moldam a sociedade, de forma muito parecida com o que ocorre entre os bichos. Na opinião de alguns pesquisadores, inclusive, seria importante aprendermos como nós mesmos nos comportamos. Afinal, ninguém duvida que por baixo do fino verniz da civilização, a vida do Homo sapiens é um vale-tudo, similar a uma selva. Assim como eles, estamos em competição permanente por sexo, alimento e proteção do território. Há, inevitavelmente, vencedores e perdedores. E, embora não possamos dizer que os bichos entram nas disputas em busca de prazer, certamente há satisfação em obter o objeto pelo qual se empenhou, muitas vezes, a própria vida.

Assim como acontece com as pessoas, o resultado de uma disputa também é influenciado por fatores psicológicos sutis em alguns animais. As experiências passadas são importantes e o comportamento dos membros de determinada espécie é afetado de modo característico pelas vitórias e derrotas do passado, ou pelo simples fato de terem assistido a uma luta. Mais que isso: esses fatores psicológicos parecem ter drástico efeito em sociedades animais e nos seus níveis de agressão. Já é possível prever, por exemplo, se a interação dos membros do grupo será autocrática ou meritocrática e se haverá pacificadores para separar as brigas antes que saiam de controle. Essas mesmas regras podem explicar a dinâmica das sociedades humanas. O pesquisador Gordon Schuett, da Universidade do Arizona, por exemplo, analisa os efeitos de vitória, de derrota e de espectador. Ele estuda a mortífera víbora Agkistrodon contortrix. A maior parte das agressões dessas serpentes ocorre entre machos que disputam a fêmea. Para descobrir se o fato de ganhar ou perder afeta o desempenho do animal em lutas posteriores, Schuett colocou uma fêmea no centro de uma arena e posicionou um macho em cada extremidade. Os machos estavam “virgens” em termos dos efeitos de vitória ou derrota, sem ter se envolvido em disputas entre seis e 12 meses antes do estudo.



Agkistrodon contortrix


No início, o tamanho falou mais alto: em cada uma das 32 lutas, o macho maior saiu vencedor e ganhou a fêmea. Mas Schuett estava mais interessado no que aconteceria depois. Terminadas as batalhas iniciais, ele pegou dez vencedores e dez perdedores e os colocou diante de um novo macho do mesmo tamanho, mas sem experiência anterior. Observou então que os vencedores da primeira rodada não eram mais propensos a vencer se comparados a seus adversários – em outras palavras, não havia um efeito de vitória. Mas os machos que haviam sido derrotados tinham grande tendência a perder de novo. E, quando aqueles que tinham perdido duas vezes tiveram uma última chance, os resultados foram ainda mais desanimadores – nenhum deles venceu. Schuett havia descoberto um caso evidente da ação do efeito de derrota.

Muitos animais, incluindo peixe-espada, grilo e rato, apresentam os efeitos de vitória e derrota. Vários outros, como a cobra do estudo e o peixe-paraíso só são afetados pela derrota. Ainda não encontramos espécies em que somente o efeito de vitória esteja presente, mas isso só o tempo dirá. O pesquisador Lee Alan Dugatkin, professor associado da Universidade de Louisville, em Kentucky, autor de vários livros sobre comportamento animal e um grupo de colegas usaram simulações no computador para observar como os efeitos de vitória e de derrota influenciam a formação e a estabilidade de hierarquias sociais. “Em nossa arena digital, começamos com quatro participantes. Cada um tem uma força determinada e dispõe de duas informações sobre si mesmo: capacidade de combate aparente (baseada em seus atributos físicos como tamanho e velocidade) e sua habilidade real de combate, na qual interfere também o fator psicológico ligado ao histórico de vitórias e derrotas, o chamado fator de influência na auto-confiança”, conta Dugatkin. E cada participante conhece a força aparente de luta de seu adversário – mas não a força real.

Quando dois adversários se encaram, há algumas possibilidades. “Se ambos decidem não lutar, cada um vai para um canto, o que costuma acontecer quando os dois têm estimativas baixas de sua própria capacidade de luta, um tipo de postura muitas vezes observado entre animais selvagens (ou em seres humanos). Se um participante decide atacar (porque acredita ser superior ao oponente), mas o outro não age da mesma forma, observa-se uma seqüência de 'ataque-recuo.” Ou seja: segundo o pesquisador, a luta só pode ocorre se ambos acreditarem que têm chance de ganhar, apostando na inferioridade do adversário. “Neste caso, o vencedor é aquele com maior força de combate”, explica Dugatkin. Os efeitos de vitória e de derrota produzem hierarquias muito diferentes nos grupos de animais. Quando o primeiro está ativo, aparece uma organização linear, com uma clara ordem de importância. A domina B, que domina C, que domina D, por exemplo. É o tipo de hierarquia encontrado entre pombos, em várias espécies de insetos e nos canídeos que vivem em grupo, como lobos e hienas. Esses animais estão cientes de sua própria posição no ranking e da de cada indivíduo do grupo.



Se o efeito de derrota predomina, surge uma hierarquia muito mais autocrática, como as observadas entre gorilas e muitas espécies de peixes e insetos. Nesses grupos sociais, o animal mais importante, ou “alfa”, é evidente, mas o lugar dos outros membros é difícil de decifrar, já que há pouca interação. Esse tipo de hierarquia também aparece quando o efeito de vitória e o de derrota estão atuantes. Ainda mais intrigante é a descoberta de que há grandes diferenças entre os tipos de interação social nessas duas categorias de sociedade. Disputas são tudo que interessa quando só o efeito de vitória predomina. O ataque-recuo, por outro lado, tem mais chance de acontecer quando o efeito de derrota está em ação ou quando os dois efeitos agem simultaneamente. Assim, muitos têm estimativas baixas de sua capacidade de luta, por isso são propensos a evitar interações agressivas.

Dugatkin ampliou sua pesquisa para incluir o efeito de observação e notou que os animais alteram sua avaliação sobre a habilidade de luta dos outros depois de observá-los em ação. Se A eleva sua estimativa da habilidade de B quando B vence, isso se chama efeito de observação de vitória. Se A reduz sua avaliação de B quando B perde, trata-se de um efeito de observação de derrota. Quando acabam de perder uma disputa, algumas aves são muitas vezes atacadas pelos espectadores, o que raramente acontece com as que acabaram de ganhar.

Um estudo recente do pesquisador Rui Oliveira, da Universidade de Lisboa, lançou luz sobre a questão de como o fato de ter vencido, perdido ou observado uma luta afeta o desempenho posterior de um animal. A equipe coordenada por Oliveira descobriu que, quando um peixe ciclídeo adulto assiste a uma briga, seus níveis de androgênio se elevam. Os cientistas acreditam que isso possa instigar os observadores a atacar os perdedores – e aumentar suas chances de derrotá-los. Em outras palavras, esses peixes experimentam uma elevação em seus hormônios sexuais bem parecida com a descarga de testosterona que muitos humanos costumavam sentir ao assistir a uma partida de futebol.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/mais_parecidos_do_que_gostariamos.html

Encantos da música.

Sons melódicos influem no bem-estar físico e mental.



A música nos consola, anima, marca momentos especiais e favorece a criação de laços, mesmo não sendo necessária para a sobrevivência ou a reprodução. Cientistas já concluíram que sua influência pode ser um evento casual, que surge de sua capacidade de mobilizar sistemas do cérebro constituídos com outros objetivos – como dar conta da linguagem, da emoção e do movimento. Em seu livro “Como a mente funciona”, o psicólogo Steven Pinker, da Universidade Harvard, compara a música a uma “guloseima auditiva”, feita para “pinicar” áreas cerebrais envolvidas em funções importantes. Mas, como resultado desse acaso, os sons harmoniosos oferecem um novo sistema de comunicação, com base mais em percepções sutis que em significados. Pesquisas recentes mostram, por exemplo, que a música conduz certas emoções de forma consistente: o que sentimos ao ouvir algumas canções e melodias é bastante similar ao que todas as outras pessoas na mesma sala sentem.

Evidências também indicam que a música faz aflorar respostas previsíveis em pessoas de culturas diversas, com capacidades intelectuais e sensoriais variadas. Até mesmo recém-nascidos e adultos com cognição prejudicada apreciam a musicalidade. “A música parece ser a forma mais direta de comunicação emocional, uma parte importante da vida humana, como a linguagem e os gestos”, afirma o neurologista Oliver Sacks, da Universidade Columbia, autor de “Alucinações musicais – Relatos sobre a música e o cérebro” e “Musicofilia”. Tais comunicações fornecem um meio para as pessoas se conectar emocionalmente e, assim, reforçar os vínculos que são a base da formação das sociedades humanas – o que certamente favorece a sobrevivência. Ritmos podem facilitar interações sociais, como marchar ou dançar juntos, solidificando relações. Além disso, os tons nos afetam individualmente manipulando nosso humor e, até mesmo, a psicologia humana de forma mais efetiva do que palavras – para excitar, energizar, acalmar ou promover a boa forma física.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/encantos_da_musica.html

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O desejo de arriscar.

Estudos mostram que assumir riscos é uma necessidade fisiológica comparável à de se alimentar.



É preciso assumir riscos? O quanto isso nos faz bem? Nem todos temos o mesmo gosto pelo perigo. Mas até sem perceber nos arriscamos todos os dias. Talvez você tenha, por exemplo, passado desnecessariamente pelo sinal amarelo ou feito um movimento perigoso ao praticar algum esporte; ou é possível que tenha, simplesmente, tomado uma decisão sem levar em conta todas as conseqüências, porque as circunstâncias pareciam exigir essa atitude.

Todo comportamento humano ou animal apresenta riscos, sempre que seu resultado tiver uma margem de incerteza. A capacidade de assumi-los está inscrita em nosso comportamento e, provavelmente, em certas estruturas de nosso cérebro. Além disso, certo frio na barriga pode ser prazeroso. Para compreender a lógica do risco, como sua necessidade aumenta e pode ser saciada, estudamos pessoas que levam esse tipo de situação ao extremo: os base-jumpers, que saltam com pára-quedas em queda livre de falésias ou pontes. Observamos que o risco responde a uma necessidade fisiológica comparável à de se alimentar nos adeptos deste esporte. Assim como comemos para saciar a fome, corremos perigo para reduzir a sensação de “necessidade de risco”. Essa sensação repousa sobre redes cerebrais e cumpre uma função de sobrevivência.

O base-jump é um esporte radical que consiste em saltar de pára-quedas de edifícios (daí a letra inicial B, do inglês building), de antenas, (antenna), pontes (span) ou falésias (Earth). Este tipo de atividade comporta um significativo risco de acidente. Estudamos três especialistas franceses deste esporte, que aceitaram responder a questionários psicológicos para avaliar as dimensões de suas personalidades, antes e depois dos saltos. Esses base-jumpers são pára-quedistas de bom nível, com disciplina de vida rigorosa que exclui o tabaco, o álcool e as drogas. Para o estudo, realizaram 20 saltos: 17 de uma falésia, dois de chaminés de fábrica, à noite, e um de uma antena de retransmissão de televisão. A altura dos saltos variou entre 90 e 300 metros, sendo que os saltos de pontos mais baixos diminuem a margem de manobra do saltador, que decide o momento de abrir o pára-quedas. Alguns eram saltos de “rotina”, efetuados de um ponto conhecido, outros “exploratórios”, comportando riscos bem maiores, em razão da incerteza relativa a condições como altura, obstáculos potenciais durante a queda ou correntes de ar.

Elaboramos questões concebidas para avaliar a propensão a se envolver no perigo. Nos anos 70, o neuropsicólogo americano Marvin Zuckerman elaborou um questionário para avaliar um tipo de comportamento chamado “busca de sensações”. Pessoas com esse objetivo procuram experiências incomuns, como o consumo de drogas, relações sexuais variadas ou, dito de forma mais geral, têm atitudes que diferem dos comportamentos “habituais”. Para avaliar esse tipo de personalidade formulam-se questões como: “Você suporta ver um mesmo filme várias vezes?” ou “Você gosta de experimentar drogas alucinógenas?”. As pessoas que alcançam muitos pontos neste questionário caracterizam-se por uma intensa atividade de seu sistema de busca de prazer.

Nosso questionário sobre o risco inspirou-se no de Zuckerman, mas com uma nuance. O risco difere da busca de sensações, evocada acima, já que nem sempre expressa uma psicopatologia. Ele reflete a capacidade do indivíduo, não de buscar prazer ou sensações, mas de realizar ações com certa margem de incerteza. Por isso nossas questões insistem neste aspecto: “Se o sinal está amarelo, sua tendência é brecar ou acelerar?” ou “Em uma escada desconhecida a luz se apaga: você pára ou prossegue tateando?”.



As respostas evidenciam a tendência para realizar uma ação mesmo quando não é possível medir conseqüências. Esta é a definição do risco. E sua escala de avaliação, chamada de EVAR, contém 24 questões referentes a cinco fatores: autocontrole, busca de prazer, energia, impulsividade e invulnerabilidade. Os base-jumpers apresentaram, antes dos saltos, pontuações excepcionalmente altas nas categorias gosto pelo perigo, invulnerabilidade, energia e autocontrole. Os saltadores se sentem, nessas circunstâncias, dispostos a tudo. Isso não quer dizer que desconheçam os riscos. E não são impulsivos. Suas pontuações, altas nos demais itens, foram normais em relação a esse aspecto. Os base-jumpers têm bom controle de seus atos, segundo lógica rigorosa. Eles podem, por exemplo, adiar suas ações quando necessário, o que um impulsivo é incapaz de fazer.

Em estudo recente já havíamos revelado uma fraca impulsividade entre pilotos de caça; eles têm a capacidade de assumir riscos, mas permanecem donos de seus atos. Em suma, a pessoa que ama o risco procura o perigo, mas decide o momento em que o enfrentará, diferentemente do impulsivo. A busca de sensações puras, reveladas pelo questionário de Zuckerman, mostrou haver uma significativa impulsividade em psicopatas ou toxicômanos. Um fato notável é que as pontuações obtidas nas categorias invulnerabilidade, energia, autocontrole e perigo foram elevadas antes do salto, mas retornaram a níveis normais logo após. Em rápidos segundos, o estado psicológico do saltador se modificara (veja quadro na pág. XX). O que se passou durante o salto?

A pessoa saciou sua sede de risco. Foi a necessidade de enfrentar uma situação arriscada que a levou a saltar, como a fome nos incita a comer. Após alguns segundos, as estruturas cerebrais que suscitaram esta “fome” foram satisfeitas. Mas que estruturas são essas? Nas pessoas em busca de sensações (consumo de drogas, experiências sexuais) os neurônios de dopamina funcionam de forma plena e este funcionamento é intensificado pela presença de testosterona. Assim, o comportamento de busca de sensações é mais marcado nos homens jovens com altas taxas de testosterona e uma intensa atividade dos neurônios de dopamina. Nesses indivíduos é muito ativo o sistema de recompensa cerebral, isto é, o conjunto de neurônios situados no sistema mesolímbico. Nas mulheres, ao contrário, a presença de progesterona estimula uma enzima de degradação da dopamina, o que explica a menor freqüência, entre elas, de comportamentos de busca de sensações. A dopamina é o neurotransmissor da recompensa: quando copulamos ou quando comemos nosso prato favorito a dopamina se fixa sobre esses receptores e nossos circuitos cerebrais da recompensa são ativados.

Quando assumimos um risco, os mesmos circuitos provavelmente intervêm. Na França, os base-jumpers são quase exclusivamente homens (há uma ou duas mulheres), o que confirma a hipótese de circuitos dopaminérgicos estimulados pela testosterona e atenuados pela progesterona. Além disso, observamos que a cafeína, que produz efeitos análogos aos da dopamina ao excitar seus receptores, mantém elevado nível de aceitação de risco entre os pilotos de caça em situações de stress e de fadiga, quando este nível deveria, ao contrário, diminuir. Assim, o risco funciona como um termostato. O nível de propensão a assumir riscos eleva-se às vezes, como a temperatura em um recinto, e um mecanismo para reduzi-la se faz necessário. Esse mecanismo é a aceitação do risco, que expõe o indivíduo a uma situação de perigo e de incerteza, sacia seu desejo e então reduz a temperatura.



O risco se torna nefasto quando é excessivo ou insuficiente. Um motorista que não estivesse disposto a assumir nenhum risco deixaria imediatamente de dirigir. Uma propensão máxima ao risco, por outro lado, provocaria infrações e delitos no volante que limitariam as chances de vida da pessoa. É o risco percebido, e não o risco real, que é objeto de regulação. Assim, uma pessoa brincando de roleta-russa sem saber que não há nenhuma bala na arma saciará sua sede de risco, mesmo que o risco real seja nulo. Nos anos 70, quando os países do Norte da Europa adotaram a direção do lado direito, previu-se um aumento do número de vítimas do trânsito. Mas, ao contrário, houve uma diminuição. O paradoxo pode ser explicado pela sensação de risco: em condições de circulação pouco familiares, o risco percebido é superior e, assim, basta uma pequena infração (por exemplo, transitar um pouco acima do limite de velocidade) para que as pessoas sintam um risco considerável, o que sacia a sede de risco. Em condições de trânsito familiares, pelo contrário, é preciso assumir um risco real superior (por exemplo, passar pelo farol vermelho) para correr um risco percebido equivalente.

No período paleolítico riscos significativos eram assumidos no cotidiano. Para comer era preciso matar um animal, tarefa que comportava uma probabilidade considerável de ser morto ou ferido. Naquele período os neurônios do risco eram indispensáveis e se fixaram de forma durável, já que as pessoas desprovidas deles não podiam sobreviver. Hoje banimos o risco de nossas vidas. Essa segurança excessiva surge na forma de inúmeras garantias: aposentadoria, segurança social, seguros de automóvel, de residência e de vida, prática médica legalizada e decisões políticas fundadas no princípio da precaução. Talvez essa seja a razão pela qual alguns jovens sentem a necessidade de se expor a situações extremamente perigosas. Sabemos de adolescentes que atravessam estradas para testar quem é o mais hábil em evitar os carros. É provável que os mesmos neurônios que suscitam esses comportamentos outrora incitassem os caçadores a enfrentar um urso a golpes de pedras.

Não é de surpreender que alguns indivíduos ainda tenham um “termostato” de risco regulado em um ponto muito alto. São provavelmente homens jovens com taxas de testosterona significativas, para os quais as atividades sociais atuais, talvez excessivamente seguras, não bastem. Seria preciso oferecer-lhes esportes radicais, aventuras ou profissões arriscadas, como a de policial, piloto de caça ou bombeiro. Outros encontram o risco em cassinos ou na bolsa, pela incerteza ligada a estes tipos de atividade. Todos temos o instinto do risco? Sem dúvida, mas em graus diversos. Mesmo no Paleolítico nem todos os membros da tribo eram caçadores. Especialistas mais inclinados aos riscos do que outros se encarregavam desta tarefa. Foram talvez os ancestrais dos base-jumpers.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_desejo_de_arriscar.html

Do Túnel do Tempo: Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1909.

Emil Theodor Kocher(1841 - 1917)



Cirurgião suíço nascido em Berna e professor na universidade local, Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia (1909) por trabalhos sobre a fisiologia, patologia e avanços na cirurgia da glândula tireóide.

Filho de um engenheiro, fez todos os seus estudos básicos e secundários em Berna, onde obteve o doutorado na universidade local (1865) onde foi aluno de professores como Demme, Lücke, Billroth e Langenbeck. Seguiu Lücke para Estrasburgo como professor ordinário em cirurgia e tornou-se diretor da Universidade de Clínic Cirúrgica de Berna (1872), onde se dedicou especialmente à pesquisas em anatomia e em antissepsia de ferimentos, área em que publicou o famoso Vorlesungen über chirurgische Infektionshrankheiten (1892).

Outros trabalhos importantes foram Über Schusswunden (1880), Die Lehre von den Schusswunden durch Kleinkalibergeschosse (1895), Choledocho-Duodenostomia interna (1909), entre vários. Casou-se com Marie Witchi (1851-1921) e o casal teve três filhos, sendo que o mais velho, Albert (1872-1941), foi professor assistente de cirurgia e deu considerável suporte ao trabalho do pai . Morreu também na sua cidade natal, em Berna.

Muito mais sobre a biografia deste médico cientista que contribuiu para o entendimento do funcionamento da glândula tireóide e para a técnica da cirurgia de tireoidectomia pode ser conferida no site: http://www.salton.med.br/index.php?id_menu=premio&idioma=alemao&id_premio=5&title=1909:%20EMIL%20KOCHER

Fontes: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/Emil0The.htm

Cientistas identificam gene relacionado à tentativa de suicídio .



Cientistas da Universidade Johns Hopkins dos EUA identificaram uma pequena região no cromossomo 2 que está associada a um maior risco de tentativa de suicídio, segundo um estudo publicado neste ano pela revista Molecular Psychiatry. Esta pequena região contém quatro genes, incluindo o gene ACP1, que os pesquisadores encontraram em níveis superiores aos normais no cérebro de pessoas que tinham tentado se suicidar.

Os pesquisadores dizem que os resultados poderiam levar a melhores esforços de prevenção do suicídio, proporcionando novas direções para a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos. "Durante muito tempo, achamos que os genes tinham um papel importante na decisão de tentar cometer suicídio e, de fato, possuem", assegurou a doutora Virgínia Willour, diretora do estudo e professora de psiquiatria e ciências da escola de medicina da Universidade Johns Hopkins. Para chegar a estas conclusões, Virgínia e seus colegas estudaram amostras de DNA de quase 2,7 mil adultos com transtorno bipolar, 1.201 deles com antecedentes de tentativas de suicídio e 1.497 sem este histórico.



Durante a pesquisa, descobriram que os pacientes que tinham copiada uma vez em seu DNA uma variação genética na região do cromossomo 2, onde se encontra o ACP1, foram 1,4 vezes mais propensos ao suicídio. A influência do número de cópias de alguns genes em doenças neuropsiquiátricas é conhecida e, no caso dos que tinham duas cópias desta variação, o risco aumentou em até três vezes. Segundo dados proporcionados pelos autores, calcula-se que 4,6% da população americana tentou se suicidar alguma vez, e é a causa de 1,4% de mortes no país. Entre as pessoas com transtorno bipolar, 47% pensa em se matar e 25% realmente tenta o suicídio. "O que é promissor são as implicações deste trabalho para aprender mais sobre a biologia do suicídio e os remédios utilizados para tratar os pacientes que poderiam estar em risco", assinalou Virgínia.

Os próximos passos serão tentar determinar os mecanismos biológicos exatos pelos quais estes fatores de risco genéticos aumentam o risco de comportamento suicida. "Nem todas as pessoas com transtorno bipolar podem tomar lítio - um sal natural que normaliza a atividade das células nervosas e costuma ser administrado como estabilizador do estado de ânimo - devido a seus efeitos secundários. Se pudéssemos dar outra opção, isso seria fantástico", assinalou a doutora.

Fonte: http://neurocurso.com/neuronews/1178-cientistas-identificam-gene-relacionado-a-tentativa-de-suicidio-.html

Facetas da paternidade.

Participar do cuidado dos filhos traz ganhos cerebrais.



Mudanças no cérebro transformam um homem em um pai, mas como é que esses padrões vão surgindo ao longo do tempo ainda é um grande mistério. Em somente 10% de espécies de mamíferos os genitores realmente investem na sobrevivência de sua prole.

Parte da razão disso pode estar no custo energético do longo período da infância dos humanos, sugere o aluno de pós-graduação Lee Gettler, do Laboratório de Pesquisa em Biologia Humana da Universidade Northwestern, em Illinois, em um artigo publicado em 2010 na American Anthropologist. Como em sociedades primitivas que sobreviviam da coleta e da caça era comum andar vários quilômetros por dia, os homens devem ter carregado os filhos menores, diminuindo assim a peso das mães e outras pessoas mais fracas que ajudavam a criar os filhos, como as avós. Um pai provedor poderia ter adquirido uma vantagem evolucionária ao permitir que a mãe refizesse suas forças e produzisse mais filhos.

Participar ativamente dos cuidados dos filhos faz sentido evolucionário também para os homens dos dias de hoje. Uma teoria sugere que os machos se dedicam a cuidar dos filhos para exibir suas habilidades como parceiros. “Essa situação pode ajudá-los a manter sua companheira atual ou até a atrair novas”, afirma o antropólogo Shane J. Macfarlan, da Universidade do Estado de Washington. Alguns estudos revelam que os homens são mais propensos a atender às necessidades de seus filhos em lugares públicos, como no parquinho e no supermercado, do que em casa.

Vários estudos biológicos e psicológicos oferecem -insights sobre a paternidade em sociedades urbanas industriais – meros relances considerando as centenas de milhares de anos durante os quais os humanos viveram da coleta e caça em grupos extremamente organizados. Um estudo sobre paternidade de pequena escala em sociedades contemporâneas realizado por Macfarlan e Barry S. Hewlett, também da Universidade do Estado de Washington, mostra grande variedade entre as culturas. Por exemplo, o povo kipsigi, do leste da África, acredita que a força do olhar do pai pode ferir a criança, por isso os homens permanecem completamente afastados dos filhos nos primeiros quatro ou cinco anos após o nascimento. Já os pais do grupo aka, coletores e caçadores da África central, procuram manter-se normalmente a um braço do alcance de seus filhos. Por trás das diferenças, a mensagem é clara: não existe um padrão universal para a paternidade.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/facetas_da_paternidada.html

O lugar das lembranças.

Pesquisa recente revela que a fixação de uma lembrança no cérebro varia de acordo com o tempo transcorrido desde que ela se forma.



Por volta de 1920, o psicólogo Karl Lashley fez uma série de testes, hoje famosos, na tentativa de encontrar a parte do cérebro onde as lembranças são guardadas. Ele treinou ratos a aprender sair de um labirinto, em seguida provocou lesões em várias zonas do córtex cerebral tentando apagar aquilo que ele definia um “engrama”, ou seja, os vestígios da memória original. Foi um fracasso: os ratos conseguiam encontrar a saída independentemente da parte do cérebro que tivesse sido danificada. Lashley concluiu que as memórias não ficam armazenadas em apenas uma área, mas sim distribuídas por todo o cérebro. Estudos posteriores sobre os amnésicos – particularmente aqueles de Brenda Miller sobre o paciente HM indicaram mais tarde que uma área cerebral, o hipocampo, tem um papel decisivo na formação das lembranças. Mais recentemente foi demonstrado que o córtex frontal também faz parte do processo; hoje se considera que as novas lembranças sejam codificadas no hipocampo e depois transferidas aos lobos frontais para a conservação em longo prazo.

Uma nova pesquisa dirigida por Christine Smith e Larry Squire, da Universidade da Califórnia em San Diego, fornece agora a prova de que a “idade” de uma memória determina o quanto nos apoiamos no córtex frontal e no hipocampo para relembrá-la. Em outras palavras, a fixação de uma lembrança no cérebro muda de acordo com quanto tempo de vida ela tenha. Os pesquisadores avaliaram a atividade cerebral associada à recuperação de lembranças antigas e recentes. A experiência reuniu 15 voluntários masculinos sadios, cujo cérebro foi examinado com ressonância magnética funcional (fMRI) enquanto respondiam a 160 perguntas sobre fatos que aconteceram em vários períodos ao longo dos últimos 30 anos. Um teste aparentemente simples, mas que exigiu um projeto experimental bastante complexo porque era necessário evitar algumas variáveis que poderiam ter provocado confusão.

Em primeiro lugar, quando alguém nos pede para nos lembrarmos de um determinado acontecimento, o cérebro não elabora apenas a pergunta que fomenta a recuperação da memória, mas também a evocação que leva a isto, portanto esta atividade pode interferir naquilo que se está avaliando. Além disso, é provável que as lembranças mais recentes sejam mais ricas e vivas que as mais antigas; portanto a potência do sinal da fMRI poderia estar associada não só ao momento em que aconteceu o fato lembrado, mas também à riqueza de detalhes com que o indivíduo se lembra dele. Enfim, as lembranças recuperadas poderiam ter uma forte associação com os acontecimentos pessoais dos indivíduos, o que poderia facilitar a sua recordação.

Smith e Squire planejaram então o teste de forma a avaliar os efeitos da idade de uma lembrança independentemente da elaboração das perguntas feitas ao indivíduo e da riqueza com a qual ela é evocada. No início da experiência, apresentaram em ordem casual blocos de perguntas sobre os acontecimentos de cada período, perguntando aos voluntários se eles conheciam ou não a resposta. Passados cerca de dez minutos, enquanto ainda estavam no scanner, os voluntários tinham de responder a três perguntas sobre cada acontecimento. Em primeiro lugar, eram solicitados a lembrar a pergunta original sobre o acontecimento (para avaliar com que eficiência tinham elaborado a informação). Depois eram solicitados a responder aquela pergunta (para avaliar a exatidão da lembrança); e finalmente eram questionados em relação a quanto soubessem sobre cada um dos acontecimentos (a fim de avaliar a riqueza de cada lembrança).

Em geral, a capacidade dos indivíduos de lembrar um fato ocorrido diminuía de acordo com o tempo transcorrido desde que ele havia sido registrado. Como era previsível, eles se recordavam melhor os fatos mais recentes que os mais antigos. Os pesquisadores também observaram que a memória das perguntas que lhes haviam sido apresentadas e do conteúdo de cada acontecimento não tinha relação com o tempo transcorrido desde o acontecimento em si. A riqueza da lembrança também não estava relacionada com o tempo: com frequência, as recordações dos fatos que haviam ocorrido em um passado remoto eram tão cheias de detalhes quanto aquelas dos acontecimentos mais próximos.

Os pesquisadores utilizaram para a análise apenas os dados das perguntas que foram respondidas corretamente, a partir das quais se revelou que as estruturas do lobo temporal medial (hipocampo e amígdala) mostravam uma atividade gradualmente decrescente à medida que os indivíduos se recordavam de lembranças mais e mais remotas. No entanto, esta diminuição da atividade coincidia com a lembrança dos fatos que haviam acontecido no máximo 12 anos antes; já a evocação de acontecimentos ainda mais distantes estava, ao contrário, associada a um nível de atividade constante naquelas áreas. Nos lobos temporais frontais, parietais e laterais notava-se o esquema de ativação oposto: nestas áreas, a atividade aumentava de acordo com quantos anos tinha o fato lembrado, mas se mantinha constante durante a evocação dos fatos mais recentes.

Esta pesquisa oferece provas anatômicas e funcionais que confirmam as descobertas obtidas pelos indivíduos com lesões cerebrais e deficit de memória. Pacientes como H.M., com lesões no hipocampo em ambos os hemisférios, não perdem apenas a capacidade de formar novas recordações, mas também a lembrança dos fatos que aconteceram nos anos anteriores ao surgimento da amnésia. A lembrança dos fatos ocorridos em um passado longínquo permanece intacta, enquanto aqueles que tiveram lugar em épocas não tão distantes e não tão recentes são esquecidos gradualmente. Este resultado sugere que, com o passar do tempo, o hipocampo perde a importância para uma determinada lembrança, enquanto o córtex frontal adquire. A teoria da memória de Lashley não estava correta, mas tampouco completamente errada. Mas por que as velhas lembranças deveriam ser transferidas do hipocampo ao córtex frontal? Talvez porque evocar antigas recordações exige associações mais fortes e um maior esforço. A elaboração da memória no córtex frontal é mais complexa que no hipocampo e envolve uma rede muito extensa, com um número mais elevado de conexões. O córtex frontal seria portanto mais estruturado para a tarefa de recuperar lembranças que foram codificadas em um passado mais distante.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_lugar_das_lembrancas.html

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Estudo identifica gene associado a maior necessidade de sono .



Um estudo envolvendo mais de dez mil pessoas de diversos países europeus concluiu que os que possuem o gene ABCC9 precisam de cerca de 30 minutos a mais de sono por noite. Segundo a pesquisa, publicada na revista científica Molecular Psychiatry, um em cada cinco europeus carrega o gene. Os pesquisadores da University of Edinburgh, na Escócia, e da Ludwig Maximilians University, em Munique, na Alemanha, dizem que a revelação pode ajudar a explicar comportamentos associados ao sono.

Cada um dos participantes disse quantas horas dormia por noite e teve uma amostra de seu sangue colhida para análise de DNA. A necessidade de sono pode variar significativamente de uma pessoa para outra. A ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, por exemplo, era conhecida por precisar de apenas quatro horas de sono por noite, enquanto o cientista Albert Einstein precisava de 11 horas. Mosca de Fruta O estudo envolveu pessoas das Ilhas Orkney, Croácia, Holanda, Itália, Estônia e Alemanha. Os pesquisadores queriam saber como era o padrão de sono dos participantes em dias livres, ou seja, quando não tinham de trabalhar ou tomar remédio para dormir. Ao comparar os dados sobre padrão de sono com os resultados da análise genética, eles concluíram que os participantes que possuíam a variante ABCC9 precisavam de mais tempo de sono do que a média de oito horas.

A equipe investigou então como esse gene influenciava o padrão de sono de moscas de fruta - que também carregam essa variante. Moscas sem o gene ABCC9 dormem três horas a menos do que as que carregam o gene, os pesquisadores constataram. Energia O gene ABCC9 atua como sensor de níveis de energia no corpo humano.

Segundo os cientistas, o estudo abre um novo caminho em pesquisas sobre o sono. Eles dizem esperar que investigações futuras possam estabelecer exatamente como essa variante genética regula o tempo de sono necessário para cada indivíduo. O especialista Jim Wilson, da University of Edinburgh, disse: "Humanos dormem aproximadamente um terço de suas vidas". "Com frequência, a tendência a dormir por períodos mais longos ou mais curtos é um traço de família, apesar do fato de que a quantidade de sono de que as pessoas precisam pode ser influenciada pela idade, latitude, estação do ano e ritmo circadiano (período de aproximadamente um dia - 24 horas - em que se baseia o ciclo biológico do corpo humano)", disse ele.

Fonte: http://neurocurso.com/neuronews/1315-estudo-identifica-gene-associado-a-maior-necessidade-de-sono.html

Neurociência para crianças.



Série de quadrinhos desvenda diversos mecanismos cerebrais.

Zé Neurim é um neurônio esperto que aprende muito depressa e sempre está inteirado dos problemas de seus amigos, como Acumbente dos Prazeres, um neurônio das emoções, que chora ou ri, de acordo com os sentimentos de Pitx – o garoto dono do cérebro onde as duas células moram, junto com os outros membros da Turma do Zé Neurim, série de quadrinhos criada pelo neurocientista Roberto Lent, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e pelo cartunista Flávio Dealmeida, que desvenda vários mecanismos do cérebro para as crianças. Uma oportunidade divertida para aprender sobre as células neurais e a forma como os estímulos físicos são traduzidos pela máquina cerebral.


Algumas das histórias em quadrinhos, publicadas originalmente em Aventuras de um neurônio lembrador (Vieira&Lent, 2005), estão disponíveis em www.chc.cienciahoje.uol.com.br/a-turma-do-ze-neurim.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/neurociencia_para_criancas.html

Cabecear com frequência no futebol pode prejudicar cérebro .



Médicos americanos alertaram em um novo estudo que cabeçadas frequentes em partidas de futebol podem causar lesões cerebrais em jogadores. Os médicos analisaram exames dos cérebros de 32 jogadores amadores e, nos exames, foram revelados padrões de danos parecidos com os encontrados em pacientes que sofreram concussões.

Os pesquisadores afirmam acreditar que existe um número seguro de cabeçadas - cerca de mil cabeçadas por ano ou menos. Neste nível, o cérebro não sofreria lesões, mas os médicos afirmam que ainda são necessárias mais pesquisas a respeito. Um jogador britânico da década de 1960, Jeff Astle, teria morrido em 2002, aos 59 anos, devido a problemas causados por muitas cabeçadas durante sua carreira.

Astle desenvolveu problemas cognitivos depois de anos jogando pela seleção da Inglaterra e pelo time inglês West Bromwich Albion. A autópsia determinou que a morte do jogador foi resultado de uma doença degenerativa do cérebro causada por cabeçadas contra as pesadas bolas de futebol de couro usadas na época em que Astle jogava. O médico que chefiou a pesquisa, Michael Lipton, do Centro Médico Montefiore, do hospital da Escola de Medicina Albert Einstein, em Nova York, afirma que as bolas usadas nos jogos atuais, apesar de serem bem mais leves do que as antigas, ainda podem causar danos. Uma bola de futebol pode alcançar a velocidade de 54 km/h em jogos recreativos e até o dobro desta velocidade em jogos profissionais. Lesões leves Lipton e sua equipe usaram um tipo de exame especial, conhecido como imagem por tensor de difusão, que visualiza nervos e tecidos cerebrais.

Os 32 voluntários que passaram pelo exame disseram aos médicos qual a frequência com que cabeceavam a bola durante treinos e jogos. Com os exames, os médicos descobriram que os jogadores que eram "cabeceadores frequentes" tinham sinais óbvios de lesões traumáticas leves no cérebro. Cinco regiões do cérebro sofreram danos - áreas da frente do cérebro e na direção da parte de trás do crânio, onde ocorrem processos ligados à atenção, memória, funcionamento executivo e funções da visão.

Os pesquisadores avaliam que as lesões foram se acumulando com o tempo. "Cabecear uma bola de futebol não tem um impacto que vai romper fibras nervosas no cérebro", afirmou Lipton, ao apresentar sua pesquisa, na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte. "Mas cabeçadas repetitivas podem desencadear uma série de respostas que podem levar à degeneração das células do cérebro." Número máximo Os voluntários que tiveram seus cérebros examinados pela equipe de Lipton também fizeram testes para checar suas habilidades cognitivas como memória verbal e tempos de reação. Eles foram mal nestes testes. Os danos ocorreram em jogadores que afirmaram cabecear a bola pelo menos mil vezes por ano.

Segundo os pesquisadores, apesar de parecer um número alto, mil cabeçadas por ano significam apenas algumas cabeçadas por dia para um jogador que pratica o esporte com frequência. Os médicos americanos afirmaram que serão necessários mais estudos para determinar um número seguro de cabeçadas para os jogadores de futebol. Mas, para Andrew Rutherford, da Escola de Psicologia da Universidade de Keele, na Grã-Bretanha, a pesquisa apresentada pelos médicos americanos não é convincente. O britânico pesquisa os danos causados por cabeçadas há anos. Para Rutherford, os médicos americanos estão analisando os dados errados porque a maioria das lesões na cabeça ocorridas no futebol se deve ao impacto entre as cabeças dos jogadores, e não ao impacto com a bola.

Fonte: http://neurocurso.com/neuronews/1314-cabecear-com-frequencia-no-futebol-pode-prejudicar-cerebro.html

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Curioso Caso de Benjamin Button.

Os caminhos que a mente humana pode seguir quando interpretamos acontecimentos que estão além do nosso alcance são muitos.
Quando nos deparamos com situações nas quais não estamos acostumados, fica mais fácil abandonar a tentativa de entendê-las, ou, pelo menos, procuramos uma maneira mais fácil de aceitá-la. No caso dos contos fantásticos, nossa mente procura uma explicação acima de qualquer uma dada pelo racional. Mas as fábulas são muito mais que contos sobre coisas que não compreendemos, ou que aceitamos sem questionar.
Pelo menos na história de Benjamin Button a fábula é mais do que uma fábula, ela está no campo da nossa reflexão sobre os caminhos, diretos ou inversos, que o tempo faz.



Os desígnios do amor são mesmo indescritíveis e imprevisíveis. No caso de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, esta definição é elevada à enésima potência, já que a história — baseada em conto de F. Scott Fitzgerald, certamente pouco conhecido no Brasil — faz com que os encontros e desencontros de quem ama desobedeçam até à linha do tempo… ou seria o tempo que desobedece à evolução dos caminhos do amor ?

Desde as primeiras cenas, onde o grande relógio nos lembra que não dominamos o desenrolar de cada pequeno momento de nossas vidas, o filme de David Fincher (diretor dos excelentes “Clube da Luta” e “Seven”) é extremamente tocante e, bem filmado, emociona sem apelos forçadamente dramáticos. Tudo é ficção, até pela inusitada situação do protagonista, mas ao mesmo tempo tudo é intimamente ligado ao cotidiano dos sentimentos de qualquer indivíduo, mesmo que não passando nem de longe por uma situação tão estranha como a de Benjamin. De fato, não importa em que época a história se passa nem em que local: eis que crescimento, maturidade, idade cronológica, as experiências da vida e a intensidade do amar se misturam, se confundem e se expõem — e são expostos pelo excelente roteiro de Eric Roth e Robin Swicord — totalmente atemporais, de forma tão tocante que dificilmente fará com que o espectador saia ileso da sala escura.

O elenco é maravilhoso. Entre os coadjuvantes, foi ótimo assistir a Faune A. Chambers depois de sua deliciosa interpretação em “Ritmo de Um Sonho”, e igualmente bom é rever a sumida Julia Ormond, que liga o presente ao filme, rodado em Nova Orleans e com a trágica passagem do furacão Katrina como pano de fundo. Destaque para a participação da sempre excepcional Tilda Swinton (rouba todas as cenas), e prestem atenção em Elle Fanning fazendo Daisy aos 7 anos de idade.



Cate Blanchett é uma atriz notável. Com um excelente trabalho de maquiagem e expressão corporal, Cate impressiona dando vida à protagonista feminina em diversas idades: emociona o espectador em cada uma delas.

Mas o filme é mesmo de Brad Pitt. Sua caracterização deixa inclusive o espectador muito curioso sobre o que foi necessário além de maquiagem para compor as diversas fases do personagem — é esperar o making-of quando o DVD for lançado para conferir. Mas Pitt vai muito além disso: numa interpretação concisa e tocante, dá veracidade a cada época da vida de Benjamin, personagem que seria um grande desafio para qualquer ator. Indicado ao Globo de Ouro (perdeu para Mickey Rourke) e ao BAFTA, Pitt merece ao menos a indicação ao Oscar deste ano.

Há muito o que falar sobre o filme, mas é melhor deixar que o espectador viaje nesta bela história. Levem seus lenços — sem ser piegas ou apelativo, as lágrimas são inevitáveis. Sem dúvida, os cinemas brasileiros já exibem um dos melhores filmes de 2009, não perca.

Fonte: http://cinemagia.wordpress.com/2009/01/21/resenhas-o-curioso-caso-de-benjamin-button/

Função simbólica.

A importância da figura paterna


Em sua teoria, o psicanalista francês Jacques Lacan colocou ênfase na função simbólica do pai. Ou seja: não é imprescindível que a família obedeça à organização tradicional (pai-mãe-filhos) para que a criança se constitua de forma razoavelmente saudável. O pai do complexo de Édipo, pai que introduz a Lei a separar o filho da mãe (para o bem de ambos, para que não permaneçam em uma relação simbiótica e doentia), não precisa existir de corpo presente, como marido da mãe. O pai representa a interdição e o limite no processo de subjetivação do filho.


Isso não quer dizer que a presença física do genitor, em carne e osso, não faça diferença. Porém, mais importante que o pai concreto (que em muitos casos não assume esse papel) é que haja alguém (ou algo) capaz de propiciar a necessária separação entre mãe e filho, separação esta que, se persistir, provavelmente levará a uma psicose.


Também na teoria, o desejo do homem está voltado para a mulher e não para a criança – daí decorre a ideia de que o pai seja entendido apenas como rival da criança na disputa pelo amor da mãe. Mas a experiência clínica revela, com frequência, variadas versões masculinas do desejo de paternidade. De fato, em alguns casos, há o anseio, ainda que inconsciente, de que o filho confirme a potência paterna, bem como o desejo de ter descendentes a quem ensinar o que aprende e acredita – o que de certa forma constitui uma fantasia de imortalidade por meio da perpetuação das próprias conquistas.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_funcao_simbolica.html

Novas perspectivas de tratamento da doença de Huntington.

Descoberta de proteína aumenta chance de cura.




Um estudo da Universidade Federal Paulista (Unifesp) publicado na revista Clinical Genetics sugere que a doença de Huntington, patologia degenerativa incurável que causa contrações involuntárias na face e reduz a capacidade cognitiva, não tem origem exclusivamente neurológica. O biólogo Fernando Laad identificou uma proteína associada ao distúrbio, a huntingtina, em células não neuronais do tecido muscular cardíaco de camundongos, o que mostra que os neurônios não são as únicas estruturas prejudicadas.


A patologia é hereditária e atinge em média 1 em 20 mil brasileiros. Apesar de os principais sintomas estarem relacionados à perda de células neurais, 30% das pessoas afetadas morrem por problemas cardíacos, pois a doença degenera as fibras musculares do coração, causando hipertrofia do órgão. Segundo o cientista Antônio Coppi, diretor do Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA) da Universidade de São Paulo (USP), onde Laad desenvolveu sua pesquisa, a descoberta de uma proteína relacionada à doença no coração, mais especificamente em células não neuronais, pode trazer novas perspectivas de tratamento da degeneração muscular e prolongar a vida do paciente. “Como o câncer, a doença de Huntington tem uma fase silenciosa. Identificar seus mecanismos de evolução e como ela afeta o coração pode antecipar o diagnóstico e tornar as medidas terapêuticas mais eficientes”, diz Antônio Coppi.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/novas_perspectivas_de_tratamento_da_doenca_de_huntington.html