segunda-feira, 28 de maio de 2012

O que é um psicopata?

Cercada de mitos, a psicopatia nem sempre está associada à violência e, ao contrário do que se imagina, pode ser tratada.

DR. LECTER, psicopata vivido no cinema por Anthony Hopkins


O termo “psicopata” caiu na boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática.

Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente.

No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com freqüência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos.

Não é de surpreender, portanto, que haja um grande número de psicopatas nas prisões. Estudos indicam que cerca de 25% dos prisioneiros americanos se enquadram nos critérios diagnósticos para psicopatia. No entanto, as pesquisas sugerem também que uma quantidade considerável dessas pessoas está livre. Alguns pesquisadores acreditam que muitos sejam bem-sucedidos profissionalmente e ocupem posições de destaque na política, nos negócios ou nas artes.

Especialistas garantem que a maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os sexos são desconhecidos. A freqüência na população é aparentemente a mesma no Ocidente e no Oriente, inclusive em culturas menos expostas às mídias modernas. Em um estudo de 1976 a antropóloga americana Jane M. Murphy, na época na Universidade Harvard, analisou um grupo indígena, conhecido como inuíte, que vive no norte do Canadá, próximo ao estreito de Bering. Falantes do yupik, eles usam o termo kunlangeta para descrever “um homem que mente de forma contumaz, trapaceia e rouba coisas e (...) se aproveita sexualmente de muitas mulheres; alguém que não se presta a reprimendas e é sempre trazido aos anciãos para ser punido”. Quando Murphy perguntou a um inuit o que o grupo normalmente faria com um kunlangeta, ele respondeu: “Alguém o empurraria para a morte quando ninguém estivesse olhando”.

O instrumento mais usado entre os especialistas para diagnosticar a psicopatia é o teste Psychopathy checklist-revised (PCL-R), desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, da Universidade da Colúmbia Britânica. O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. O PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de caráter (como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual e prática de furtos).

Três mitos

Apesar das pesquisas realizadas nas últimas décadas, três grandes equívocos sobre o conceito de psicopatia persistem entre os leigos. O primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos.

Estudos coordenados por diversos pesquisadores, entre eles o psicólogo americano Randall T. Salekin, da Universidade do Alabama, indicam que, de fato, é comum que essas pessoas recorram à violência física e sexual. Além disso, alguns serial killers já acompanhados manifestavam muitos traços psicopáticos, como a capacidade de encantar o interlocutor desprevenido e a total ausência de culpa e empatia. No entanto, a maioria dos psicopatas não é violenta e grande parte das pessoas violentas não é psicopata.

Dias depois do incidente da Universidade Virginia Tech, em 16 de abril de 2007, em que o estudante Seung-Hui Cho cometeu vários assassinatos e depois se suicidou, muitos jornalistas descreveram o assassino como “psicopata”. O rapaz, porém, exibia poucos traços de psicopatia. Quem o conheceu descreveu o jovem como extremamente tímido e retraído.

Infelizmente, a quarta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR) reforça ainda mais a confusão entre psicopatia e violência. Nele o transtorno de personalidade anti-social (TPAS), caracterizado por longo histórico de comportamento criminoso e muitas vezes agressivo, é considerado sinônimo de psicopatia. Porém, comprovadamente há poucas coincidências entre as duas condições.
O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtornos psicóticos, em que é freqüente a perda de contato com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas ações imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas.

O terceiro equívoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é um problema sem tratamento. No seriado Família Soprano, dra. Melfi, a psiquiatra que acompanha o mafioso Tony Soprano, encerra o tratamento psicoterápico porque um colega a convence de que o paciente era um psicopata clássico e, portanto, intratável. Diversos comportamentos de Tony, entretanto, como a lealdade à família e o apego emocional a um grupo de patos que ocuparam a sua piscina, tornam a decisão da terapeuta injustificável.

Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para buscar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga Jennifer Skeem, da Universidade da Califórnia em Irvine, sugere que essas pessoas podem se beneficiar da psicoterapia como qualquer outra. Mesmo que seja muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos.

PARA CONHECER MAIS
Without conscience – The disturbing world of the psychopaths among us. Robert D. Hare. Guilford Press, 1999.

Handbook of psychopathy. Christopher J. Patrick (ed.), Guilford Press, 2007.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_que_e_um_psicopata_.html

"Super-Ratos" Podem Ajudar a Combater Doenças Musculares.

Graças à pesquisa com os "super-ratos", a vida das pessoas que sofrem de distrofias musculares e outras doenças semelhantes pode mudar. Estão a caminho dois novos tratamentos que bloqueiam uma proteína chamada miostatina, que normalmente retarda o crescimento dos músculos.



A primeira estratégia, anunciada esta semana, objetiva a utilização de uma droga para "enxugar" a miostatina. Ao mesmo tempo, um segundo método, que utiliza anticorpos para desativar a proteína, já está sendo testado em pacientes.
Os "super-ratos" foram criados em 1997, quando o cientista Se-Jin Lee, da Faculdade de Medicina Johns Hopkins em Baltimore, Maryland, utilizou engenharia genética para desligar o gene da miostatina. Esses animais ficaram com músculos duas vezes maiores do que o normal. Da mesma forma, um defeito no gene da miostatina fez com que um bebê alemão, cuja estória foi amplamente divulgada no ano passado, tivesse um desenvolvimento muscular espantoso.
Agora o Dr. Lee produziu uma molécula solúvel chamada ACVR2B, que se liga à miostatina em ratos normais, fazendo com que os seus músculos cresçam.
Ele espera que a ACVR2B possa ser usada para tratar doenças como a distrofia muscular de Duchenne, um problema genético que afeta 1 em 3000 meninos. Os músculos desses pacientes atrofiam devido a um defeito no gene que codifica a síntese da proteína distrofina, que é importante para a organização da estrutura muscular.
A equipe do Dr. Lee deu quantidades diferentes de ACVR2B a 49 ratos e mediu o desenvolvimento muscular após uma a quatro semanas. O maior impacto no crescimento muscular foi com duas injeções com intervalo de uma semana entre elas, com uma dose de 50 miligramas por quilo de peso. Esses ratos tiveram a sua massa muscular aumentada em até 61 por cento (Proceedings of the National Academy of Sciences, DOI: 10.1073/pnas.050599610)
Os ratos cresceram normalmente e não pareceram ter quaisquer outros efeitos indesejáveis. Os pesquisadores, entretanto, têm agora a preocupação de saber se a droga seria segura a longo prazo; também é preocupante a possibilidade de que o coração cresça, o que poderia levar a doença cardíacas.
Um outro risco potencial dessa droga seria o seu abuso por atletas; já há sites na internet oferecendo drogas que supostamente bloqueariam a miostatina; mas não deve ser difícil criar testes "anti-doping" para essa classe de medicamentos.
Segundo Kay Davies, que estuda a genética da distrofia muscular de Duchenne na Universidade de Oxford, "esse é um estudo excepcionalmente promissor. Pela primeira vez, temos uma real esperança de um tratamento para essa doença".

Fonte: http://sadato.hypermart.net/weblog/2005/12/

Não Tem "Jeito" Para Negócios? O Problema Pode Estar no seu Cérebro!

Os economistas estão começando a estudar neurofisiologia: com o advento das técnicas avançadas de neuroimagem funcional, a participação de algumas áreas cerebrais no comportamento econômico está sendo posta em evidência.



Uma questão central em economia é por que as pessoas querem o que querem, ou, em termos neurocientíficos, como o cérebro lida com a recompensa. Os estudos de neuro-imagem têm demonstrado que, em resposta à percepção de recompensa, uma região cerebral chamada estriado é ativada de maneiras bastante específicas. O principal neurotransmissor dessa estrutura é a dopamina.
Num estudo publicado em maio de 2005, no Journal of Neuroscience, Brian Knutson e seus colegas da Universidade de Stanford mostraram que, quando uma pessoa considera o valor de um ganho monetário, a ressonância magnética nuclear funcional (fMRI, na sigla em inglês) mostra ativação do estriado. Entretanto, quando os sujeitos ponderavam a probabilidade de receber a recompensa, a atividade era maior no córtex, onde residem as funções "executivas" e o controle dos impulsos. A área cortical ativada era o córtex pré-frontal medial.
"Alguém cujo córtex pré-frontal medial não fosse bem desenvolvido poderia focalizar a sua atenção apenas no tamanho da recompensa e não na sua probabilidade, e assim tomar decisões ruins, como jogar ou apostar na loteria" diz Knutson.
Os mais fantasiosos podem imaginar, no futuro, grandes corporações observando o funcionamento do estriado e do córtex medial pré-frontal dos possíveis clientes para conceder-lhes ou não empréstimos, por exemplo. Mas isso é altamente improvável, por várias razões, além da óbvia dificuldade de colocar o cliente dentro de um aparelho de fMRI. Para a medicina, entretanto, abre-se a possibilidade de detecção de novos desequilíbrios da função cerebral que, se adequadamente tratados, poderiam talvez diminuir o numero de falências...

Fonte: http://sadato.hypermart.net/weblog/2005/12/

Música contra sintomas da depressão.

A musicoterapia pode reduzir os sintomas da depressão, segundo revisão sistemática publicada pela Biblioteca Cochrane, organização mundial dedicada ao estudo da eficácia de intervenções terapêuticas. Os pesquisadores analisaram cinco estudos que avaliaram o uso da música no tratamento de pessoas deprimidas, dos quais quatro mostraram que o método foi mais eficaz que outras técnicas psicoterápicas que não usam recursos musicais.



“Embora a evidência tenha origem em estudos de pequeno porte, ela sugere que essa é uma área que merece mais investigação”, diz a arteterapeuta britânica Anna Maratos, coordenadora da pesquisa. O interesse pela música como recurso terapêutico não é novo, mas tem crescido nos últimos anos devido a inúmeras experiências que mostram a influência benéfica da combinação de ritmos, melodias e harmonias em uma série de transtornos psíquicos. Alguns bons exemplos estão no livro mais recente do neurologista britânico Oliver Sacks, Alucinações musicais, publicado no Brasil pela Companhia das Letras.

Diferenças na resposta aos medicamento

O efeito das drogas antidepressivas costuma variar de pessoa para pessoa. De fato, em alguns pacientes, elas podem não surtir efeito algum. Incompreendida por muitos anos, a razão dessa variabilidade começa agora a ser decifrada pela genética.

Estudo publicado pela revista Neuron demonstrou que 11 variantes do gene que codifica uma proteína transportadora no cérebro são responsáveis pela menor eficácia de medicamentos como o citalopram (vendido no Brasil como Celexa, Cipramil e Cipran, entre outros) e venlafaxina (Alenthus, Efexor, Venlaxin etc.). Segundo os autores, os resultados ressaltam a necessidade da prescrição personalizada de drogas para depressão de acordo com o perfil genético do paciente. “Assim evitaríamos que um paciente tome um remédio que certamente não fará efeito, o que, além de frustrante, é um desperdício”, afirma Manfred Uhr, coordenador do estudo.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/musica_contra_sintomas_da_depressao.html

As lembranças de cada um.

A capacidade de armazenar recordações e “filtrá-las” é uma característica específica de cada indivíduo – uma espécie de “impressão digital”. Não por acaso, a memória de trabalho (ou de curto prazo, que nos permite guardar temporariamente um número limitado de informações, como números de telefones que usamos com certa freqüência, por exemplo) varia consideravelmente de uma pessoa para outra.



De acordo com o estudo sobre esse tipo de memória desenvolvido pelos pesquisadores americanos Fiona McNab e Torkel Klingberg, o processo de seleção das lembranças que devem ser guardadas ou dispensadas pode ser comparado aos dos filtros de spam do computador. O funcionamento dessas “peneiras mentais” situadas nos gânglios basais pode comprometer ou facilitar a lembrança de números, nomes de pessoas, compromissos etc. Filtros ineficientes causam, por exemplo, atividades desnecessárias e excessivas nas regiões cerebrais que “arquivam” as informações da memória de trabalho – as áreas parietais posteriores, situadas ao longo do topo do cérebro em direção ao dorso.

Poderíamos dizer que essas regiões desempenham o papel do disco rígido do computador, mas quando se trata de memória de trabalho, é mais adequado afirmar que sua função não é tanto guardar dados permanentemente, mas sim armazena-los temporariamente da memória à qual temos acesso de forma aleatória. É aceitável fazer um paralelo com a memória RAM (random access memory), já que as informações são mantidas enquanto estão em uso ou poderão ser usadas em breve.

Embora não existam evidências válidas sobre a importância da eficiência de filtragem de itens irrelevantes da memória de trabalho é necessário ter cuidado para não negligenciar a possibilidade de que as diferenças na capacidade de RAM também afetam a memória de trabalho. Se o tamanho da RAM realmente for importante, então a correlação entre seu tamanho e a eficiência de filtragem pode ser imperfeita. Por analogia, as velocidades máximas de sprint e as resistências dos indivíduos podem estar imperfeitamente correlacionadas, mesmo que as duas qualidades dependam de certos fatores comuns, como o estado geral de saúde.

De fato, existem evidências de que a capacidade de armazenamento da memória de trabalho é mais importante do que se supunha há alguns anos. Em 2005, os pesquisadores J. Jay Todd e René Marois, da Universidade Vanderbilt, mostraram que a atividade cerebral nas áreas parietais posteriores – RAM da memória de trabalho – tinha relação com o desempenho mnêmico.

Em uma pesquisa de 2006 realizada com adultos de um grupo de controle e pacientes esquizofrênicos, o pesquisador J. M. Gold e colegas testaram a memória para os itens sobre os quais os indivíduos recebiam a informação que poderiam ignorar. Em comparação com os indivíduos de controle, os pacientes esquizofrênicos lembraram de menos itens de toda a série – ou seja, não se recordavam dos itens que deveriam acessar, nem daqueles que poderiam ignorar. Contudo, tanto os sujeitos do grupo de controle quanto os esquizofrênicos se lembraram muito melhor de itens aos quais “prestaram atenção” do que daqueles que tiveram permissão de ignorar. Em outras palavras: a eficiência da filtragem era aproximadamente igual nos dois grupos.

Enquanto isso, um estudo de 2006, em meu próprio laboratório, constatou que a capacidade de armazenamento e a eficiência de filtragem da memória de trabalho estavam parcialmente relacionadas e eram parcialmente distintas – algo como a relação entre sprint e resistência acima sugerida. Nem todo participante com habilidade relativamente alta conseguiu filtrar itens irrelevantes com grande eficiência.

O panorama dos resultados demonstra que tanto a capacidade de armazenamento quanto a eficiência de filtragem afetam a habilidade da memória de trabalho de um indivíduo. Novos métodos de análise do cérebro não substituem necessariamente os mais antigos – assim como os automóveis não eliminaram a praticidade das bicicletas e essas, por sua vez, não substituíram as caminhadas. Há espaço para dirigir carros, pedalar e andar. De forma similar, diagnósticos por imagem são compatíveis com os métodos comportamentais e de raciocínio filosófico voltados para a investigação da mente. Em 1971, no ensaio “Art in Bits and Chunks”, o psicólogo Rudolf Arnheim, especialista em estudos sobre percepção, sugeriu que a ferramenta mais importante de um psicólogo é a poltrona. A sentença ainda soa verdadeira para a pesquisa cerebral.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/as_lembrancas_de_cada_um.html

"O ambiente e sua influência no comportamento social."

Para avaliar a hipótese de vários autores que teorizam que as condições do ambiente- sujeira e janelas quebradas, por exemplo, poderiam propiciar comportamentos anti-sociais, Keizer e colaboradores conduziram um estudo.



Neste estudo era observado o comportamento de holandeses ao alugar bicicletas com um papel de propaganda que deveria ser retirado do banco da bicicleta, embora não houvesse lixeiras por perto. Foram realizadas observações em duas situações distintas: na primeira delas, indivíduos alugavam bicicletas em locais limpos e conservados, ao passo que na segunda situação os locais eram sujos e com muros pichados.

Os resultados demonstraram que indivíduos que buscavam bicicletas em lugares mal cuidados, jogavam papéis no chão com maior frequência, reforçando a hipótese inicial. Outro estudo realizado na mesma linha de trabalho, foi realizado utilizando envelopes endereçados e transparentes com notas de 5 euros dentro. Os achados mostram que em ambientes sujos, os indivíduos costumavam pegar o dinheiro ao invés de colocar a carta na caixa do correio.

É possível e desejável que estes resultados possam contribuir futuramente para planejamento de políticas públicas.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/imita%C3%A7%C3%A3o

Abelhas Podem Reconhecer Faces Humanas.

Você acha que todas as abelhas são iguais? Bom, para as abelhas, você não é igual a todos os outros humanos!



Um novo estudo demonstrou que as abelhas, que têm apenas 0,01% dos neurônios de um humano, são capazes de reconhecer faces.
Os humanos utilizam uma área muito especializada do cérebro, o giro fusiforme, para reconhecer faces. Mas será que animais sem um cérebro tão complexo podem fazer a mesma coisa?

Baseado na capacidade interessante das abelhas de distinguir entre diferentes flores, o cientista especializado em visão, Adrian Dyer da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, decidiu pendurar quatro diferentes faces de humanos na parede. Recompensando as abelhas com solução açucarada, eles demonstraram que os insetos repetidamente voavam em direção a uma face-alvo, mesmo quando a localização desta era modificada. Os acertos eram de 90%.



Quando a recompensa era retirada, as abelhas continuavam voando em direção à face-alvo, mostrando que haviam adquirido uma memória daquela face.

Este estudo foi publicado na edição de 2 dezembro de 2005 do Journal of Experimental Biology.

Para o cientista Michael Tarr, da Brown University em Rhode Island, Providence, essa tarefa de reconhecimento de faces deve ser bastante diferente da realizada pelos humanos; para ele, as abelhas apenas distinguem padrões diferentes, e ele suspeita que se os pesquisadores tivessem utilizado batatas teriam obtido o mesmo resultado. Segundo ele, “para as abelhas, nossas faces não passam de flores muito esquisitas”.

Fonte: http://sadato.hypermart.net/weblog/2005/12/

Cicatrizes da Infância Que Nunca Desaparecem.




Há muito tempo que os neurocientistas suspeitam que maus-tratos ou abandono na infância poderiam modificar permanentemente o cérebro infantil, fazendo com que essas crianças se tornem adultos mais ansiosos e depressivos, menos aptos a lidar com o estresse, ou mesmo incapazes de formar laços afetivos com outras pessoas. Entretanto, poucas evidências biológicas dessas interações estão disponíveis. Agora um grupo de pesquisadores publicou um trabalho mostrando que crianças que iniciaram suas vidas como órfãos abandonados apresentam deficiências duradouras nos níveis de hormônios associados às ligações sociais.

Os hormônios desempenham um importante papel em nossas relações com outros indivíduos. Os níveis de oxitocina aumentam durante interações físicas com entes queridos e a vasopressina está relacionada ao reconhecimento de pessoas familiares. Sempre foi difícil estudar esses hormônios em crianças, entretanto, pois eles tinham que ser analisados em amostras de líquor ou sangue.
O psicólogo Seth Pollak da Universidade de Winsconsin, Madison, U.S.A., e seus colegas, conseguiram finalmente medir a oxitocina na urina. Esando esta técnica, eles descreveram na edição online de 21 de Novembro de 2005 dos Proceedings of the National Academy of Sciences, um estudo com 18 crianças de aproximadamente 4 anos de idade que haviam passado uma média de 16 meses em orfanatos antes de serem adotadas. Os pesquisadores compararam este grupo com 21 crianças criadas pelos pais biológicos. Ambos os grupos participaram de duas situações: numa delas, a criança jogava um jogo no computador enquanto interagia calmamente com sua mãe por 30 minutos; na outram a criança fazia o mesmo com uma mulher estranha.

As crianças criadas pelos pais biológicos mostraram um aumento dos níveis de oxitocina após contato com a mãe mas não com a mulher estranha; os ex-órfãos, entretanto, não mostraram alterações nos níveis de oxitocina em nenhuma das situações. A oxitocina normalmente diminui o estresse. Os ex-órfãos também tiveram menores níveis de vasopressina em ambas as situações, o que pode explicar a sua dificuldade em fazer novos amigos.

Fonte: http://sadato.hypermart.net/weblog/2005/12/

"Diferentes tipos de inteligência."

Todas as pessoas tem capacidade de desenvolver diversos tipos de habilidades.



A diferença individual de cada um, é fruto da interação dessas competências, e observa-se que a cultura, fortalece o desenvolvimento de uma ou outra.

Abordaremos aqui, oito tipos de "inteligência", que não são excludentes, uma pessoa pode se diferenciar em várias delas.
São elas:

-Linguística: interesse e domínio pelas palavras e pela linguagem.
-Lógico-matemática: confrontar e avaliar objetos e abstrações e discernir suas relações e princípios subjacentes.
-Espacial: capacidade de compreender o mundo visual, modificar percepções e recriar experiências visuais, mesmo sem estímulo físico.
-Corporal cinestésica: controlar e orquestrar os movimentos do corpo e manejar objetos habilmente.
-Existencial: Apreender as questões fundamentais da existência.
-Inteligências pessoais: determinar humores, sentimentos e outros estados mentais em si mesmo e em outros.
-Naturalista: Reconhecer e categorizar objetos naturais.
- Musical: competência para ouvir e compor e executar obras com intensidade e ritmo.
Essa divisão, é meramente ilustrativa, mas é útil para que possamos dar mais valor a diferentes habilidades cerebrais.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/linguagem

"Estudo indica que o bilinguismo atrasa em até 5 anos a aparicão de sintomas do Alzheimer."

Um estudo realizado por cientistas do Instituto de Pesquisa Rotman, de Toronto, e publicado na última edição da revista médica "Neurology", indica que o bilinguismo pode ajudar a atrasar em até 5 anos a aparição dos sintomas de Alzheimer,o que confirmaria pesquisas anteriores.



Os pesquisadores recompilaram dados de 211 pacientes diagnosticados com provável Mal de Alzheimer, dos quais 1o2 eram bilingues e os 109 restantes falavam apenas um idioma.

"Averiguamos que os pacientes bilingues foram diagnosticados 4,3 anos mais tarde e que registraram a aparição de sintomas 5,1 anos depois que os pacientes com um só idioma", assinalaram os pesquisadores.

Os dois grupos foram equivalentes em termos de níveis cognitivos e de ocupação,mas os pacientes com um só idioma,em geral receberam mais educação formal. Os cientistas também determinaram que não havia diferenças entre os pacientes de diferentes sexos.
Após a análise da informação recompilada,os pesquisadores assinalaram que os dados "confirmaram resultados de um estudo prévio e, portanto, concluímos que uma vida de bilinguismo protege contra a aparição do Alzheimer".

O estudo mostra que o bilinguismo não previne a aparição do Alzheimer,mas parece compensar parcialmente a perda de capacidades cerebrais causadas pela doença.

"O bilinguismo parece contribuir para a reserva cognitiva, que atua compensando os efeitos da neuropatologia acumulada",explicaram os pesquisadores.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/linguagem

domingo, 27 de maio de 2012

Dano em córtex pré-frontal ventromedial altera moralidade.

Nossa capacidade de responder adequadamente às tentativas de violência física de um agressor tem lugar certo no cérebro, de acordo com uma pesquisa realizada por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology, nos EUA. Essa região, do tamanho de uma ameixa e localizada atrás, acima dos olhos, é conhecida como córtex pré-frontal ventromedial (VMPC).

Córtex pré-frontal ventromedial, destacado em vermelho, é identificada como região associada a nossas avaliações "morais".

Pessoas que sofrem danos nessa área do cérebro são incapazes de evocar uma resposta emocional normal para situações hipotéticas em que outro tenta, mas não consegue, matar alguém. Elas avaliam uma situação pelo resultado somente, não assumindo que um indivíduo mal intencionado possa ser moralmente responsável pela sua conduta – já que, efetivamente, não causou problema.

Moral x Razão

O estudo pode ajudar a compreender o complexo sistema cerebral e como uma pessoa constrói a moralidade. “Estamos aos poucos dissecando a estrutura da moralidade”, diz Liane Young, autor do artigo para a Neuron. “Nós não somos os primeiros a demonstrar a importância das emoções para a moralidade, mas esta é uma visão mais precisa de como as emoções são importantes.

Em parceria com pesquisadores da Universidade da Califórnia do Sul, a equipe passou a observar um grupo de jovens com lesões no VMPC causadas por aneurismas e tumores. Os pacientes tinham dificuldade em processar emoções sociais como a empatia ou o constrangimento, mas, a capacidade para o raciocínio e outras funções cognitivas permanece intacta.

Os investigadores deram aos indivíduos uma série de 24 cenários hipotéticos e perguntaram sobre suas reações. Os cenários de maior interesse para os pesquisadores foram aqueles com uma disparidade entre a intenção da pessoa e o resultado da ação – tentativas falhas de prejudicar ou danos acidentais.

Quando confrontados com tentativas falhas de prejudicar, os pacientes não tiveram problemas em entender as intenções do autor, mas eles falharam em enquadrá-lo como moralmente responsável. Os pacientes ainda julgaram a tentativa de agressão como mais admissível que as de danos acidentais (tais como o envenenamento acidental por alguém) – uma inversão do padrão observado em adultos normais.

“Eles podem processar o que as pessoas estão pensando e suas intenções, mas eles simplesmente não respondem emocionalmente a essas informações”, diz Young. “Eles podem ler sobre uma tentativa de assassinato e julgá-la moralmente admissível porque nenhum dano foi feito”.

Razão x Emoção

Os resultados apoiam a ideia de que fazer julgamentos morais exige pelo menos dois processos – uma avaliação lógica da intenção, e uma reação emocional a ela. O estudo também sustenta a teoria de que o componente emocional está assentado no VMPC.

O próximo passo, agora, é estudar pacientes que sofreram danos no VMPC quando eram mais jovens, para ver se eles têm o mesmo julgamento prejudicado. Young também planeja estudar as reações do paciente a situações em que as tentativas de agressão são direcionadas para o paciente e, portanto, são mais pessoais.

Fonte: http://cienciadiaria.com.br/2010/03/26/pessoas-com-dano-em-regiao-especifica-do-cerebro-sao-incapazes-de-julgar-moralmente/

Lobotomia Trans-Orbitária: O Testemunho de um Paciente.

Interessantissima a entrevista com Howard Dully, um paciente lobotomizado pelo Dr. Walter Freeman aos 12 anos de idade (atualmente ele está com 56 anos).



A lobotomia pré-frontal foi inventada por um neurocirurgião português, o Dr. Egas Moniz, e popularizada nos Estados Unidos pelo Dr. Walter Freeman, que a modificou para que pudesse ser feita no consultório (lobotomia trans-orbitária ou "ice-pick lobotomy"), em menos de 10 minutos, com uma incisão através da órbita, como na figura acima, que mostra Howard Dully sendo lobotomizado aos 12 anos de idade.

Essa psico-cirurgia era a única terapêutica disponível para alguns casos de psicopatias, e foi abandonada com o advento das drogas neurolépticas. Infelizmente, o Dr. Freeman abusou das potencialidades dessa cirurgia e menosprezou as suas potenciais complicações, encerrando a sua carreira depois que uma paciente morreu de hemorragia cerebral.

A reportagem completa, com o arquivo sonoro da entrevista, está no site NPR, que pode ser conferido clicando aqui.

António Egas Moniz


Uma breve biografia do Dr. Egas Moniz pode ser conferida aqui e também clicando aqui.

Fontes: http://sadato.hypermart.net/weblog/historia/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Egas_Moniz
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1949/moniz-bio.html

O desafio de permanecer sóbrio.

Compreender como o álcool altera a química do cérebro oferece aos pesquisadores e aos próprios pacientes maiores possibilidades de controlar a dependência.


Ex-alcoólatras têm dificuldade de resistir à ânsia de beber em duas situações particularmente desafiadoras. Mas, felizmente, a compreensão do que acontece em seus cérebros sob essas circunstâncias está favorecendo o entendimento dos neurobiólogos a respeito de como o uso crônico do álcool modifica o cérebro. As descobertas sugerem medidas que podem ajudar as pessoas a permanecerem abstêmias.

O caso seguinte ilustra uma das situações de maior tentação. O paciente H. não havia ingerido uma gota de bebida havia muitas semanas graças a um programa radical de abstinência de álcool, mas uma simples caminhada na qual passasse em frente ao bar e restaurante Pete's Tavern, em Nova York, em qualquer noite apagava quase por completo sua vontade de permanecer sóbrio. Durante o dia ele não sentia o desejo pelo álcool, mas quando passava pelo estabelecimento à noite – via a luz aconchegante através das janelas e ouvia o tinir dos copos –H. sentia uma forte tentação de entrar lá e pedir uma cerveja. Pesquisadores de dependências chamam esse fenômeno de “desejo condicionado”. Se uma pessoa sempre consumiu álcool numa mesma situação, um encontro com o estímulo familiar irá tornar a sensação de necessidade da substância quase irresistível. Então, mesmo depois de anos de abstinência, consumir um único drinque pode desencadear um desejo poderoso de beber mais e mais.

A história de outro paciente, K. ilustra outra tentação comum. O rapaz havia abandonado o álcool e estava indo bem, mesmo depois de ter sido demitido do trabalho e de haver começado a receber o seguro-desemprego. Mas numa visita ao local onde tratava dos assuntos relacionados ao desemprego, no centro da cidade, um burocrata se recusou a aprovar seu benefício. Enquanto estava parado na plataforma do metrô esperando o trem para casa, ele de repente começou a transpirar, estremecer e sentir-se da abstinência ele tomava algumas doses sempre que se deparava com uma situação tensa. Depois da discussão, seu cérebro – moldado pela experiência – esperava o efeito calmante do álcool. Quando a droga não veio, ele começou a sofrer aquilo que os especialistas chamam de “crise de abstinência condicionada”.

O desejo condicionado e a crise de abstinência condicionada são produzidos no cérebro por mecanismos diferentes. Nos últimos anos, os neurocientistas investigaram a fundo ambos os fenômenos. Eles agora se sentem à vontade para explicar como o consumo rotineiro de álcool transforma os circuitos do cérebro de forma a levar ao vício, e começam a desenvolver novos medicamentos que podem proporcionar uma redução drástica das chances de se voltar à dependência.

Por séculos, a sociedade rotulou alcoólicos como pessoas auto-indulgentes que não possuem força de vontade. Embora a decisão de começar a beber realmente seja assunto de cada indivíduo, traços inerentes às células do cérebro podem influenciar bastante esse caminho perigoso. Além disso, uma vez que alguém se torna dependente, só força de vontade costuma ser insuficiente para romper essa condição; drogas capazes de reverter a química do cérebro alterada pelo álcool podem ser necessárias.

A sensibilidade de um indivíduo aos efeitos do álcool sobre os neurônios influencia de maneira significativa a chance de que ele se torne dependente. De acordo com o professor de psiquiatria Marc A. Schuckit, da Universidade da Califórnia, San Diego, e diretor do Programa de Tratamento de Álcool e Drogas do Sistema de Saúde de San Diego do Departamento de Veteranos de Guerra, uma das melhores proteções contra o alcoolismo é a náusea. Pessoas que ficam enjoadas com facilidade quando bebem têm menos probabilidade de ingerir bebida em quantidade suficiente e de maneira constante a ponto de criar dependência. As mais resistentes são as que mais correm risco. Substâncias mensageiras inibitórias e excitantes no cérebro ficam desequilibradas em resposta a doses excessivas de álcool. As pessoas que conseguem beber mais enviam mais álcool para o cérebro, dessa forma aumentando com o tempo a chance de que um desequilíbrio permanente se desenvolva.

Essa química do cérebro foi parcialmente estudada em macacos Rhesus que tiveram de crescer sem suas mães, alguns no laboratório e outros na natureza. O psicólogo americano James Dee Higley, pesquisador do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo, descobriu que esses macacos reagiam menos a bebidas de alto teor alcoólico do que outros macacos. Os macacos sem mãe também eram semelhantemente insensíveis a outras substâncias que, como o álcool, aumentavam o impacto do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), o qual inibe sinais entre neurônios para que as células não fiquem excitadas demais.

Como resultado dessa sensibilidade reduzida, os macacos Rhesus criados em isolamento podiam beber uma quantidade notavelmente enorme de álcool – e procuravam fazer isso quando os pesquisadores proporcionavam acesso livre à droga. Estudos em humanos revelaram mudanças semelhantes nos cérebros das pessoas.

A química alterada do cérebro resultante da experiência é apenas um fator que contribui para diferenças individuais em termos de suscetibilidade. Os genes representam também um papel. Schuckit defende que até metade dos fatores causais para sensibilidade reduzida ao álcool são herdados. Num estudo de pequena escala que rastreou pessoas durante 15 anos, o grupo de pesquisa de Schuckit descobriu que uma variação no gene que codifica uma parte do receptor GABA pode estar relacionada a uma baixa sensibilidade ao álcool.

Embora a alta tolerância decorrente de uma química ajustada do cérebro ou da genética possa parecer um traço protetor, em última instância é desfavorável. Se tal indivíduo consumir grandes quantidades de álcool de maneira regular, seu cérebro aos poucos irá se acostumar, praticamente garantindo que a pessoa se torne adicta.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_desafio_de_permanecer_sobrio.html

Textos Originais de Trabalhos Científicos em Neurologia!

O site da Society for Neuroscience disponibiliza links para acesso a textos de trabalhos cientificos na integra e originais.



O leitor pode conferir os textos a partir deste link: Society for Neuroscience

Fonte: http://www.sfn.org/index.aspx?pagename=HistoryofNeuroscience_classicpapers

A Fantástica História das Válvulas de Hidrocefalia.

Em 1955, após sete anos de tentativas, nasceu o primeiro filho de John e Mary Holter. O nascimento de Casey Holter virou de cabeça para baixo a vida de John Holter e mudou o curso da história da medicina.



Infelizmente, Casey sofria de espinha bifida, uma condição na qual a coluna vertebral não se forma completamente e pode ter malformações muito perigosas.

O problema de Casey também estava causando hidrocefalia, um perigoso acúmulo de líquido céfalo-raquidiano (líquor) no cérebro. Esse líquido é produzido pelos plexos coróides das meninges e normalmente atua como um coxim líquido, protetor do cérebro e da medula. Ele normalmente circula pelo sistema nervoso e depois é drenado para a corrente circulatória.

Se o sistema de drenagem for bloqueado, entretanto, o líquido céfalo-raquidiano pode se acumular, distorcer e lesar o cérebro, causando até mesmo a morte.

Em 1955, a única coisa que mantinha Casey vivo era um procedimento, feito duas vezes ao dia, no qual uma agulha era inserida na fontanela, uma área mole da cabeça do bebê, e o excesso de fluido era removido com uma seringa para reduzir a pressão.



Casey foi, então, operado pelo neurocirurgião Eugene Spitz para inserir uma válvula de bola e mola que, em princípio, permitiria a drenagem do líquor para a corrente sangüínea, sem permitir que elementos perigosos do sangue refluíssem para o sistema nervoso central.

Infelizmente, a válvula era muito rudimentar, e, quando inserida, irritou o coração de Casey produzindo um ataque cardíaco e lesão cerebral permanente.

John Holtz, então trabalhando como técnico em hidráulica numa fábrica, pediu a Eugene Spitz os detalhes da cirurgia. Ele ficou surpreso com o fato de que o problema, que parecia uma simples questão de hidráulica, ainda não tivesse sido resolvido.

Ele havia notado que, quando as enfermeiras perfuravam certos tubos de medicação com agulhas, não ocorriam refluxos de líquido pois os furos eram à prova de vazamento a baixas pressões. Mas, como nos bicos das mamadeiras, quando a pressão era alta o suficiente, os furos se abriam e permitiam a passagem do líquido. Uma válvula perfeita para permitir a drenagem do líquor com o aumento da pressão, sem deixar ocorrer nenhum refluxo!

Holter foi para casa, sentou-se na sua oficina e construiu a primeira versão da válvula naquela noite mesmo. Ela era feita a partir de um condom e tubos de plástico, mas funcionava.

Entretanto, Spitz observou que a válvula deveria ser construída com material inerte para o organismo, para evitar que ocorresse o mesmo problema que havia lesado o cérebro de Casey.

Holter entrou em contato com a Dow Chemical e foi aconselhado a utilizar silicone, um material novo na época.



Holter criou uma versão utilizável dentro de poucos meses. Tão rápido, na verdade, que o seu filho não pôde utilizá-la pois ainda não havia se recuperado da primeira cirurgia.

A válvula foi então instalada com sucesso em outra criança, e em 1956 Casey também recebeu uma, que curou a sua hidrocefalia. Infelizmente, o cérebro de Casey já estava irremediavelmente lesado e ele morreu cinco anos após, durante uma crise convulsiva.

O legado de Casey é usado até hoje, e a invenção de Holter é conhecida como "shunt de Spitz-Holter".

Holter passou o resto da sua vida desenvolvendo válvulas para uso na medicina e faleceu em 2003, após salvar a vida de milhares de crianças que padeciam do mesmo mal que o seu filho...

Fonte: http://sadato.hypermart.net/weblog/historia/

O perigo das alturas.

Profissionais ou amadores, alpinistas de grandes altitudes sabem bem os riscos que correm ao praticar o esporte; a maioria, porém, desconhece os danos que o ar rarefeito pode causar ao cérebro.


No final dos anos 1890, em um laboratório a 4.554 metros de altitude, num pico da cadeia de Monte Rosa, nos Alpes italianos, o fisiologista Angelo Mosso fez a primeira observação direta dos efeitos da altitude elevada no cérebro humano. Mosso examinou, a olho nu, a caixa craniana de um homem cujo cérebro havia sido parcialmente exposto em um acidente e registrou mudanças em sua intumescência e pulsação.

Recentemente, foi feita uma nova experiência, utilizando técnicas não-invasivas de imageamento cerebral. Para aqueles que, como eu, gostam de escalar, os resultados não foram animadores. O neurologista Nicolás Fayed e seus colegas de Zaragoza, na Espanha, fizeram um rastreamento, com ressonância magnética, em 35 montanhistas (12 profissionais e 23 amadores) que haviam retornado de expedições a picos de grandes altitudes. Entre eles, 13 haviam tentado escalar o Everest. Os resultados apontaram que os alpinistas de grandes altitudes – sejam esportistas de fim de semana ou profissionais experientes – ao voltar de sua aventura apresentam algum tipo de dano cerebral.

EFEITOS DURADOUROS
Embora a tolerância de uma pessoa à hipoxia (falta de oxigênio) varie de acordo com o condicionamento psicológico e físico inato, nenhum alpinista está imune a ela. Seus efeitos podem ser agudos, afetando o cérebro apenas durante a escalada em alta altitude ou duradouros, como apontou o estudo de Fayed.

O primeiro estágio é chamado de mal-das-montanhas agudo. Pode causar dor de cabeça, insônia, tontura, fadiga, náusea e vômitos. Na fase seguinte, mais séria, surge o edema cerebral de alta altitude, também conhecido pela sigla hace (em inglês, high altitude cerebral edema), um inchaço do cérebro que pode levar a pessoa à morte. Um montanhista com hace pode sofrer amnésia, confusão mental, alucinações, distúrbio emocional, mudanças de personalidade e perda de consciência.

A falta de oxigênio costuma danificar diretamente células do cérebro. Além disso, as paredes de vasos capilares começam a vazar em altas atitudes e o fluido pode causar um dilatamento perigoso, pressionando o cérebro para fora, contra a rígida caixa craniana. Algumas vezes os nervos óticos se dilatam tanto que incham atrás dos olhos, prejudicando a visão e causando hemorragias retinais. Enquanto isso, o sangue concentrado pela desidratação e engrossado pelo número crescente de células sangüíneas vermelhas, coagula com maior facilidade. Essa coagulação, junto com a hemorragia dos capilares afinados, pode causar um acidente vascular cerebral (AVC).

Sabe-se há muito tempo que casos mais graves do mal-das-montanhas agudo em grandes altitudes causam dano cerebral. Mas uma das constatações mais sombrias do estudo de Fayed é que, mesmo quando os alpinistas não mostram sinais de mal agudo, os rastreamentos indicam algum tipo de dano cerebral.

Os resultados dos exames nos cérebros dos montanhistas do Everest foram os mais severos. Dos 13 esportistas, três tinham alcançado o topo, de 8.848 metros; três, os 8.100 metros e sete haviam atingido entre 6.500 e 7.500 metros. Apenas um alpinista amador apresentou sinais suaves de mal agudo e lesões subcorticais nos lobos frontais; os outros 12 montanhistas profissionais não aparentavam qualquer indício de problema cerebral. No entanto, do total de 35 alpinistas examinados, apenas um profissional voltou com uma varredura normal do cérebro. As varreduras de todos os outros mostraram atrofia cortical ou alargamentos dos espaços Vichow-Robin (VR) – espaços que cercam os vasos sangüíneos, drenam fluido sangüíneo e se comunicam com o sistema linfático. O alargamento desses espaços VR é observado em idosos, mas raramente em jovens.

Fayed e seus colegas estudaram também uma equipe de oito pessoas que tentou escalar o Aconcágua, um pico de 6.962 metros nos Andes argentinos. Dois deles chegaram ao topo, cinco ficaram entre 6.000 e 6.400 metros e um chegou a 5.500 metros. No entanto, três membros experimentaram o mal-das-montanhas agudo e dois mostraram sintomas de edema cerebral – provavelmente porque subiram mais rápido que os escaladores do Everest.

Todos os oito que subiram o Aconcágua mostraram atrofia cortical em varredura de ressonância magnética. Sete mostraram espaços VR alargados, e quatro numerosas lesões subcorticais. Alguns nem precisaram de varredura para saber que seus cérebros haviam sido feridos. Um sofria de afasia (problemas de fala), da qual se recuperou seis meses depois. Dois reclamaram de perda passageira de memória depois do retorno, e outros três lutaram contra a bradipsiquia (função mental lenta).

CHANCES DE RECUPERAÇÃO
O corpo recupera-se dessas feridas das montanhas? Para responder a essa questão, os pesquisadores examinaram os mesmos alpinistas três anos depois da expedição ao Aconcágua, sem qualquer outra escalada de alta altitude de permeio. Em todos os casos, o dano era ainda aparente num segundo conjunto de varreduras. O Mont Blanc, nos Alpes ocidentais, é menor. Seu pico de 4.810 metros é escalado todos os anos por milhares de montanhistas que provavelmente não esperam danos a seu “segundo órgão favorito”, usando a nomenclatura de Woody Allen para o cérebro. Mas os pesquisadores descobriram que de sete montanhistas que chegaram ao topo do Mont Blanc, dois voltaram com espaços VR alargados.

O estudo sugere que a exposição a altas altitudes não é um requisito para experimentar dano cerebral irreversível. Na verdade, amadores parecem correr maior risco, por terem maior probabilidade de sofrer mal-das-montanhas agudo ou edema cerebral provocado por grande altitude. Ao mesmo tempo, a experiência necessária para se tornar bem aclimatado, caso do profissional com prática no esporte, parece ter um peso cumulativo sempre crescente. Se comparados aos amadores, os montanhistas profissionais avaliados nesse estudo de Fayed apresentavam atrofia cortical mais pronunciada; sentiam-se mais fortes, mas mostraram maior dano cerebral.

O alpinismo pode ser uma experiência marcante, uma comunhão com a natureza e com amigos, traz recompensas intensas e duradouras que ultrapassam aquelas encontradas nos limites da rotina, além da aventura e do desafio que produzem coragem, resistência e firmeza. Cerca de 5.000 montanhistas escalam os picos do Himalaia todo ano. Outros milhares sobem os Alpes e os Andes. Muitos gastam fortunas para montar expedições ou ser guiados até o topo. Toda essa aventura, porém, pode estar saindo caro e os montanhistas pagando com algo mais que o dinheiro pelo privilégio. Estão pagando com tecido cerebral.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_perigo_das_alturas.html

"Informações sobre o AVC. Lembre-se tempo perdido é cérebro perdido."

Popularmente conhecido como "Derrame", o Acidente Vascular Cerebral(AVC) é a doença responsável pela maioria das mortes no país, segundo dados do Ministério da Saúde.







A falta de informação, tanto por parte da família, quanto pelo próprio paciente, pode ser a inimiga número 1 do diagnóstico e tratamento da doença, já que quanto antes o paciente começar o tratamento, mais chance tem de sobreviver e viver melhor.
Na maioria dos casos, o AVC atinge idosos, hipertensos, cardíacos, diabéticos, fumantes, alcoólatras e pessoas obesas e sedentárias, quando o suprimento sanguíneo é reduzido ou bloqueado. Isso ocasiona a perda súbita da função neurológica, o que provoca lesões cerebrais que podem deixar sequelas.

O AVC pode ocorrer a qualquer hora, durante qualquer atividade ou até mesmo durante o sono. Por isso é importante ficar atento quanto aos sintomas, que são a perda da força ou formigamento de um lado do corpo, dificuldade para falar ou compreender, alteração da visão e no equilíbrio, ou dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Se você estiver suspeitando do quadro, faça o seguinte teste:
1) peça para a pessoa dar um sorriso, se um dos lados da boca não sorrir, pode ser um sinal de AVC.
2) peça para a pessoa levantar os braços, se um deles cair, também pode ser um sinal de AVC.
3) peça para que a pessoa fale uma frase, por exemplo, o Brasil é o país do futebol, se ela tiver dificuldade de falar, também pode ser um sinal de AVC.

Se você ou alguém que conhece, estiver com um destes sintomas, não espere melhorar! Corra! Cada segundo é importante!

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/les%C3%A3o%20cerebral

"Dependência química é doença do cérebro."

A dependência química é uma doença cronica que afeta o funcionamento do cérebro. Essa é a premissa básica apresentada pela psiquiatra Nora Volkow, diretora do NIDA (Istituto Nacional sobre abuso de Drogas, na sigla em inglês).



A especialista explicou que o consumo seguido de substâncias psicoativas produz no cérebro um efeito semelhante ao que acontece no coração de pessoas com problemas cardíacos. Através de exames que mapeiam a atividade cerebral, pesquisadores descobriram que a dependência química reduz o metabolismo em áreas como o córtex orbitofrontal. "Essa área também é afetada no transtorno obsessivo-compulsivo. É a região do cérebro que nos permite mudar o comportamento de acordo com a necessidade. Por isso algumas pessoas dizem que não sentem mais prazer com o uso de drogas, mas mesmo assim não conseguem parar", diz Nora.

Ela destacou que esses efeitos podem ser potencializados no caso em que o uso de drogas acontece durante o desenvolvimento cerebral.

Assim, o desenvolvimento da doença, depende da interação entre aspectos genéticos e ambientais. Ambos os fatores podem estimular ou diminuir a ação dos receptores dopaminérgicos que funcionam como um "protetor biológico", contra o vício. "Como sabemos que estressores sociais afetam esses receptores, podemos desenvolver estratégias de prevenção para os adolescentes socialmente vulneráveis", declarou a pesquisadora.

Sobre o trabalho de recuperação para os dependentes, Nora explicou que a compreensão da dependência como doença cronica deve orientar a terapêutica para o longo prazo.

"O fato de termos recaídas durante e após o tratamento não significa que ele não funciona. Pelo contrário, assim como na hipertensão, a dependência exige cuidados contínuos".

Segundo ela, com base no mecanismo cerebral responsável pela dependência, a intervenção deve ser direcionada para restaurar as conexões cerebrais afetadas.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/les%C3%A3o%20cerebral

"AVC e Depressão."

A pessoa que sofre um AVC ( acidente vascular cerebral), e sobrevive fica,muitas vezes, com sequelas que a impedem de falar, deglutir,andar e às vezes até de interagir. Uma das manifestações psiquiátricas mais comuns nesses pacientes é a Depressão,ocorrendo entre 25% a 30% dos casos.


Esse quadro, é preocupante por comprometer a recuperação do déficit neurológico, podendo estar relacionado a um maior declínio cognitivo Além disso, pesquisas sugerem que pacientes com DPAVC (depressão pós-AVC) tem maior mortalidade do que os pacientes não deprimidos e maiores chances de sofrer um novo AVC.

Os pesquisadores ainda não compreendem o mecanismo fisiopatológico exato dos quadros depressivos pós-AVC, mas trabalham com duas hipóteses. Uma delas apontam para a depressão decorrente de uma reação psicológica aos prejuízos e as incapacidades trazidas pela doença. A outra correlaciona depressão com particularidades da lesão cerebral,como na região dos lobos frontais.

Em função das graves complicações decorrentes de manifestação depressiva pós-AVC,os profissionais que estão cuidando do paciente deve ficar atento para diagnosticar rapidamente e com precisão a instalação deste quadro. Estudos revelam que a melhor terapia é a que é instituida precocemente com anti-depressivos e psicoterapia cognitivo-comportamental.Uma conduta preventiva com a administração de anti-depressivos já em um primeiro momento do AVC não é a orientação mais indicada, pois pode até mesmo comprometer o processo de recuperação do paciente.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/les%C3%A3o%20cerebral

"Boxe causa danos neuropsiquiátricos."

Questões com: Quais complicações agudas e sequelas tardias os boxeadores podem esperar ao longo de sua carreira?, foram analisadas por Hans Forsti e seus colaboradores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha.



A avaliação dos maiores estudos sobre o tema da saúde dos boxeadores nos últimos 10 anos, mostrou que o nocaute, que está de acordo com as regras do esporte e que, em termos neuropsiquiátricos, corresponde à concussão cerebral, produz piores danos.
Depois de um nocaute, consequências menos graves, incluem sintomas como dor de cabeça persistentes, problemas auditivos, náuseas, andar instável e esquecimento.

Mas o nocaute não é o único vilão, os pugilistas tem um risco substancial de lesão aguda na cabeça, coração e esqueleto.
Os déficits cognitivos após o trauma crânio encefálico duram significativamente mais do que os sintomas que podem ser percebidos pelo indivíduo.

Cerca de 10% a 20% dos pugilistas desenvolvem deficiências neuropsiquiátricas persistentes.

O trauma cerebral repetido ao longo de uma carreira no boxe, pode resultar na demência do pugilista que é neurobiologicamente similar à Doença de Alzheimer e tão importante a ponto de receber sua própria designação: demência pugilística.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/les%C3%A3o%20cerebral

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A menina que sofria do “mal de mãe”

Especialistas estimam que um terço das pessoas que apresentam sintomas de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) são crianças e adolescentes.



O diagnóstico normalmente é difícil e muitas vezes só é possível quando pais ou professores observam no comportamento do paciente tendência ao perfeccionismo, isolamento e excessiva timidez. É muito comum que as crianças não reconheçam que suas atitudes são exageradas e sem sentido, ou tenham vergonha, preferindo escondê-las dos adultos. O quadro se agrava com a dificuldade dos pais em aceitar que o filho esteja com o distúrbio, por constrangimento diante dos outros. As duas mães de Mila, da escritora francesa Clara Vidal, apresenta a dolorosa história da menina que, dos 9 aos 15 anos, desenvolve rituais obsessivos como defesa para as situações de violência psíquica que enfrenta dentro de casa. O livro faz parte da coleção Estado de alerta, da editora SM, que reúne histórias sobre momentos de crise protagonizados por crianças ou adolescentes.

Leia a seguir trechos do romance e o posfácio do psicanalista Paulo Schiller, tradutor da obra.

As duas mães de Mila
“Mila tem duas mamães. Ela tem certeza disso, desde bem pequena. Desde que viu na TV um desenho animado de duas heroínas que eram gêmeas. Duas menininhas idênticas, mas que tinham personalidades muito diferentes. Uma era doce e delicada, a outra, violenta e malvada. A mãe de Mila é assim. Às vezes rosa e delicada, às vezes cinza e malvada. São com certeza duas pessoas, duas irmãs gêmeas, que dividem a educação de Mila. Ela não se pergunta se o pai sabe disso. E não discrimina qual das duas é a verdadeira mãe. Há dias em que Mila quer que a mãe verdadeira seja a rosa e delicada, pois é muito mais agradável. Mas acontece também de Mila sentir pena da cinza, malvada, raivosa, que vive chorando muito. Quando a mãe cinza diz que está infeliz e doente, Mila tem vontade de fazer tudo para consolá-la e vê-la sorrir.

É assim que Mila vive, entre as duas mães, uma rosa e outra cinza. Não é muito difícil. Quando a mãe está de bom humor, é com certeza a mãe rosa que chegou. Quando ela se transforma numa harpia1, foi a mãe cinza que tomou o seu lugar. O jeito, então, é esperar que a mãe rosa volte.”

(...)
“No auge da preocupação, Mila inventa uma fórmula mágica a fim de transferir para si mesma o mal-estar da mãe: “Mamãe, dê-me a sua doença. Eu te dou a minha saúde”. Ela repete a frase mentalmente até se sentir esgotada, com a sensação de que a saúde da mãe depende dela, de que é responsável por sua cura.

Certa noite, à mesa, depois de uma crise, mamãe está servindo o jantar, ainda muito abatida. Volta-se para Mila e diz:
– Você contou pro seu pai o que me aconteceu?

O pai lança um olhar resignado para a filha. Ele compreende, uma vez mais. Socorre-a:
– Você teve de novo uma das suas indisposições, como de costume?
– Não, justamente, não como de costume. Dessa vez tive de verdade a impressão de que ia acabar. Um dia desses não vou escapar.
– Cale-se. Você sabe muito bem que isso faz mal à menina!

Mila ocupa-se em desenhar “erres” sobre a toalha com o indicador. E, ao lado de cada “r”, ela acrescenta um “s”, de “saúde”, não só para que a mãe volte a sorrir, mas também para que tenha boa saúde. De noite, ao dar as voltas pelo quarto, ela acaba acrescentando também a letra “s” aos seus encantamentos.”


A crueldade à espreita
Por Paulo Schiller

Mila não é única. A história de Mila não é incomum como desejaríamos que fosse. Por outro lado, com certeza existem muitas mães melhores que a dela, mais suaves, amorosas e dedicadas. Com diferentes intensidades, a distância e a omissão do pai de Mila também não são raridade nas narrativas escutadas no cotidiano dos consultórios de psicanálise ou de psicoterapia. Para além das famílias mais “saudáveis”, se abre todo um espectro de relações entre pais e filhos que se estende de vínculos simbióticos, quase incestuosos, a situações em que prevalece o desprezo e, às vezes, a maldade.

É sedutor pensar que a maldade depende de um gene extraviado ou que a crueldade nasce de um desarranjo bioquímico em um grupo de células cerebrais.

É confortável nomear sob diagnósticos precisos a anorexia, a depressão e as obsessões. Além da ilusão de conhecimento e de domínio, a nomeação nos autoriza a prescrever drogas discutíveis e de valor efêmero que amortecem a busca pelas causas da melancolia, da tristeza e do mal-estar próprios da natureza humana.

A medicação irresponsável de crianças, novidade incentivada pela indústria farmacêutica, alimentada sem critérios cuidadosos pelos meios de comunicação, se vale da complacência da sociedade, que assim se livra de suas responsabilidades. Mila seria hoje rotulada por alguns como portadora, entre outros males, de um transtorno obsessivo-compulsivo, candidata ao uso da droga do momento. Entretanto, durante a leitura do livro, acompanhamos, impotentes, a lógica impiedosa da montagem que resultou em seus sintomas. Em certo sentido, Mila teve sorte. Ao final, abriu-se para ela a possibilidade de falar, de desmontar e de se libertar não dos seus genes, mas dos seus fantasmas, do seu romance familiar.

A crueldade, também própria do homem, nos espreita.

Quase sempre de longe, nas palavras e ilustrações dos livros de história, nas narrativas de tragédias em terras e tempos remotos. Dizemos, conformados, que as guerras sempre existiram, que a violência é parte da natureza humana. Algumas vezes, a crueldade emerge dos textos e das telas e aparece no presente, viva, próxima, palpável. Irrompe na vizinhança, trai ou atinge um conhecido, denuncia um parente distante, aproxima-se ameaçadora.

Pressentimos, embora de uma forma nebulosa, que a crueldade retratada nos livros de histórias nasce entre as paredes que delimitam a vida familiar.

Toda professora sabe que, para além da inocência, a intriga e a maldade permeiam as relações entre as crianças e desconfiam, acertadamente, que elas reproduzem situações domésticas. Toda babá sabe que a sexualidade nos marca desde os primeiros anos, a despeito do devaneio dos sonhadores que pretendem ver na infância um tempo apenas de alegrias e encantamentos.

Os conflitos retratados na paisagem que se mostra pela janela aberta para o mundo infelizmente demonstram que não existe nenhuma evidência de que os pais fazem, concretamente, o melhor pelos filhos. Apesar das recomendações religiosas, morais e pedagógicas, apesar do conhecimento hoje amplamente disponível, não há pai ou mãe que não tenha sido surpreendido um dia pelo pensamento fugaz, verdadeiro, que revela um momento de negligência ou de descuido. Temos, em um plano mais ou menos superficial, certa consciência das nossas faltas e transgressões. Não somos, talvez sem exceções, ilhas de santidade cercadas de maldade por todos os lados.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/a_menina_que_sofria_do_-mal_de_mae-.html

Hemisferectomia.

O procedimento cirúrgico que consiste na retirada de uma parte considerável do cérebro do individuo sempre causou fascinação nas pessoas, tanto pela complexidade da cirurgia como pelas possibilidades de evolução do paciente.



Muitas pesquisas foram desenvolvidas para que a técnica fosse cada vez mais aprimorada, e muito de anatomia funcional foi desenvolvida ao longo dos anos. Alem disso, muitas patologias foram melhor solucionadas com o advento dessa cirurgia, principalmente no caso dos pacientes que sofrem de crises graves de epilepsia, na qual o uso das medicações não parece mais apresentar resultados apreciáveis.

A lista de médicos que se dedicaram a esse ato cirúrgico e imensa. Para o leitor, segue abaixo uma lista de artigos e textos que tratam não apenas da historia dessa maravilhosa cirurgia, mas também de seus avanços e do que tem sido pesquisado nessa área.

Hemisferectomias: Evolução da Técnica e Relato de Seis Crianças Operadas

Hemisferectomia funcional precoce na hemimegalencefalia associada à epilepsia refratária.

The usefulness of neuronavigation in functional hemispherectomy.

Cirurgia para epilepsia na infância: avaliação neuropsicológica e de qualidade de vida.

Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia.

The relevance of neuropsychological assessment in patient's treatment and follow up.

De quem foi a idéia?

Quando alguém é criticado, muitas vezes levam-se em conta suas crenças, traços físicos e modos de pensar, negligenciando o que está em discussão.

JULGAMENTO DE BRUXAS, na Idade Média: condenação a qualquer custo

Uma médica recomenda à paciente que perca peso. A moça pensa: “Se ela realmente acreditasse que emagrecer faz bem, ela não seria tão gorda”. Um aficionado por cinema critica de forma severa um filme de Tom Cruise porque discorda das declarações sobre política que o ator deu em uma entrevista recente. Um gerente de banco evangélico ignora o conselho do vizinho no cuidado do seu jardim, porque o homem que mora na casa ao lado é um ateu convicto. Esses exemplos ilustram usos clássicos de ataques ad hominem, nos quais um argumento é rejeitado ou promovido com base numa característica pessoal de um indivíduo, em vez de razões a favor ou contra a própria afirmação.

Colocar o foco no argumentador ou na pessoa que está sendo tema da discussão pode nos distrair das questões que de fato importam. Em vez de nos concentrarmos no caráter de um indivíduo, devemos, nesses casos, propor a nós mesmos perguntas do tipo: O conselho da especialista é correto e pode favorecer a saúde da paciente? O filme de Cruise é divertido? O gramado do vizinho parece saudável? Não se pode negar que ataques ad hominem também podem desacreditar um indivíduo de maneira injusta, especialmente porque tais críticas com freqüência são aceitas como eficientes, principalmente se a conduta do outro esbarra em nossas crenças mais arraigadas ou em mecanismos de defesa contra o que nos angustia.

Embora argumentos contra a pessoa há muito venham sendo considerados erros de raciocínio, uma análise recente sugere que nem sempre foi assim. Em seu novo livro, Media argumentation: dialectic, persuasion, and rhetoric, o filósofo Douglas Walton, da Universidade de Winnipeg, propõe que falácias tais como os ad hominem são mais bem entendidas como perversões ou corrupções de argumentos plenamente satisfatórios. Em relação ao ad hominem, Walton defende que embora tais ataques sejam normalmente falaciosos, eles podem ser legítimos quando uma crítica do caráter está direta ou indiretamente relacionada à idéia que está sendo articulada.

Se Walton estiver certo, distinguir de forma clara entre esses casos é importante para avaliar a validade de declarações que as pessoas fazem para nós sobre outros. Usos bons ou justos de críticas ad hominem devem, na verdade, nos persuadir, enquanto usos indevidos não devem.

Quais seriam então os argumentos a serem ignorados? No chamado ataque ad hominem abusivo, alguém defende que pelo fato de a pessoa ter um caráter duvidoso, não devemos aceitar as afirmações que venham dela. Por exemplo, durante a campanha presidencial de 1800, nos Estados Unidos, John Adams foi chamado de “tolo, hipócrita descarado e opressor sem princípios”. Seu concorrente, Thomas Jefferson, por outro lado, foi considerado “um ateísta incivilizado, antiamericano, uma ferramenta para os franceses hereges”. Acusações como essas podem facilmente impedir um discurso político inteligente sobre o que pode fazer de qualquer um dos candidatos um bom presidente.

Outra forma ilegítima de ad hominem é a versão tu quoque, ou “você, também”, que é uma tentativa de desacreditar as afirmações de uma pessoa porque ela não foi capaz de seguir seu próprio conselho. O exemplo da médica acima do peso que prescreve o emagrecimento incide nessa categoria. Seu uso é injusto porque, afinal, há boas razões para perder peso – e o fato de a médica não ter atendido seu próprio conselho não deve dissuadir os outros de tentar segui-lo. O mesmo poderia se aplicar, por exemplo, a psicoterapeutas que podem oferecer acompanhamento de qualidade às pessoas de quem cuidam sem precisar, necessariamente, ser exemplos de sucesso durante todo o tempo, em todas as áreas da vida.

O ataque a Cruise, por outro lado, é um exemplo de “envenenamento do poço”, outra forma de ataque ad hominem na qual a investida ao caráter é lançada antes de o ouvinte ter chance de formar sua opinião sobre um assunto – nesse caso, o filme de Cruise. A lembrança de que Cruise tem opiniões diversas das do crítico de cinema, poderá predispor esse último contra o filme. Isso é parcialmente injustificado, porque as opiniões pessoais do ator não influem de maneira relevante em sua capacidade de atuação ou no valor de entretenimento do filme.

Que tipos de ad hominem podem ser justificados então? Walton defende que essa postura é válida quando as afirmações feitas sobre o caráter ou as ações de uma pessoa são relevantes para as conclusões a que se chega. Vejamos, por exemplo, o ex-governador do estado de Nova York Eliot Spitzer, que foi pego numa escuta telefônica contratando uma prostituta por US$ 4.300. Como esse comportamento ia contra a plataforma anticorrupção de Spitzer, sua revelação iria impedi-lo de governar com sucesso; portanto, a crítica desse aspecto do seu caráter era relevante e justa. Num escândalo anterior, em 1987, o televangelista Jimmy Swaggart foi visto num motel com uma prostituta. Como seu comportamento minava sua pregação e seu status como um modelo cristão exemplar, um ataque a seu caráter com base nesse incidente seria completamente certo.

Em outro caso, quando o presidente Bill Clinton mentiu em cadeia nacional sobre seu caso com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, acusações de que ele era um mentiroso não eram completamente injustas. Embora alguém que o apóie pudesse argumentar que a vida sexual de Clinton não era diretamente relevante para sua capacidade de governar, sua capacidade de manter-se fiel à verdade com certeza o era, e sua disposição para mentir nessa ocasião colocava em dúvida a veracidade de seus comentários sobre outros assuntos.

É claro, nós não devemos ignorar tudo que uma pessoa diz, ainda que ela tenha sido incrivelmente desacreditada. O fato de uma pessoa mentir ou se comportar de maneira inapropriada em uma ocasião não significa que ela minta ou se comporte de maneira inapropriada o tempo todo. Novamente, uma crítica do caráter de uma pessoa não deve impedir um exame mais aprofundado dos argumentos disponíveis. Afinal, definir que posição é a certa, em geral independe do caráter ou da conduta da pessoa.

Estar ciente de como o ataque ad hominem funciona pode nos ajudar a avaliar quais ocorrências do seu uso deveríamos ignorar e quais deveríamos levar em conta. Pergunte a si mesmo: quão relevante é o caráter ou a ação de um candidato político para sua capacidade de desempenhar seu cargo? Quão pertinente é o passado de uma pessoa ou sua afiliação a grupos para sua qualificação num campo específico? Se os ataques com base no caráter não são relevantes para essas questões maiores, então é melhor ignorá-los. Em vez disso, devemos atentar para o que é realmente importante: o que a pessoa está afirmando? Por que ela oferece um ponto de vista em particular? Esse ponto de vista é defensável?

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/de_quem_foi_a_ideia__3.html

"Estudo sugere que ter filhos pode turbinar o cérebro da mulher."




Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, sugere que as novas mamães apresentam modificações no cérebro que podem ajuda-las a enfrentar essa nova fase da vida. Avaliando imagens de exames de Ressonância Magnética do cérebro de 19 mulheres que tiveram filhos, os cientistas descobriram que os cérebros das mamães de primeira viagem, tem um aumento significativo de volume em áreas associadas à motivação materna, ao processamento das emoções, à integração sensorial e a razão e julgamento.

A comparação das imagens retiradas do cérebro de novas mães de 2 a 4 semanas e de 3 a 4 meses após o nascimento mostrou que a massa cinzenta havia crescido um pouco- mas de forma significativa- em diversas regiões do cérebro. E aquelas que classificavam seu bebê como especiais,bonitos, ideais e perfeitos eram mais propensos a desenvolver mais a região central do cérebro do que as mães "menos corujas".

Segundo os pesquisadores, as hormonais após o nascimento e o estímulo sensorial do contato com o bebê podem ser os fatores responsáveis pelo desenvolvimento em algumas áreas do cérebro dos adultos- o que permite que as novas mães "orquestrem um novo e maior repertório de comportamentos interativos complexos com os bebes."

"A motivação para cuidar de um bebê e os traços característicos da maternidade podem ser menos uma resposta instintiva e mais um resultado da construção ativa do cérebro", escreveu o neurocientista Craig Kinsley, em editorial da revista Behavioral Neuroscience, onde o estudo foi publicado.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/gravidez

"Pesquisas demonstram que os gêmeos já interagem no útero."

Pesquisadores da Universidade de Turim e da Universidade de Parma, na Itália, acompanharam a gestação de cinco pares de gêmeos através de ultassonografia diárias.



Foi observado que os fetos fazem gestos intencionais em direção ao companheiro desde a 14 semana, reduzindo a quantidade de movimentos voltados para si mesmos. Toques nas costas ou na cabeça do outro eram mais duradouros e mais precisos que encostar nos próprios olhos ou boca, por exemplo. Por volta da 18 semana, 30% envolviam o irmão, o que fez os pesquisadores acreditar que os contatos eram intencionais.

Estudos anteriores haviam identificado a habilidade dos fetos de controlar movimentos a partir da 22 semana de gestação. A presença de um irmão no útero, portanto, poderia também acelerar o desenvolvimento motor. O grupo pretende continuar a pesquisa, desta vez com número maior de pares de gêmeos. Os padrões de atividade mapeados podem ajudar a identificar fatores relacionados a transtornos que comprometem o desenvolvimento sociocognitivo, como o autismo.

Fonte: http://cerebro-online.blogspot.com.br/search/label/gravidez

O que realmente faz diferença: afeto e espiritualidade.

A capacidade de manter fortes laços emocionais e a crença em algo superior a si mesmo são fatores que têm sido relacionados à felicidade duradoura.


Quais são os atributos de uma pessoa feliz? Inteligência, juventude, beleza, saúde? Embora a maioria acredite que isso tudo as faria mais satisfeitas, estudos mostram algo diferente. Boa educação, informação e capacidade cognitiva privilegiada, por exemplo, não são garantias de que alguém será capaz de fazer boas escolhas para si mesmo. Ser jovem também não ajuda muito. Na verdade, pesquisas indicam que idosos valorizam mais as experiências do presente, tendendo assim a ser mais felizes que os jovens. Depois dessa fase, o nível de satisfação (da maioria, pelo menos) sobe. Beleza? Embora seja uma característica extremamente valorizada e os mais atraentes muitas vezes consigam pequenas vantagens como elogios ou atenção, ser belo não é suficiente para sustentar a admiração de alguém ou manter relações duradouras. Saúde? Esse aspecto é certamente muito importante para a qualidade de vida, porém, não está necessariamente relacionado com felicidade. Muitas pessoas saudáveis não valorizam esse benefício e, por várias razões, são infelizes.

Dois fatores, porém, têm sido apontados como aqueles que proporcionam felicidade duradoura. Um deles é a capacidade de manter fortes laços afetivos. Pessoas que vivem relacionamentos amorosos estáveis e harmoniosos, por exemplo, costumam ser mais felizes do que as solteiras; alguns especialistas chegam a dizer que o casamento acrescenta, em média, sete anos de vida ao homem e quatro à mulher. Outro fator é conferir significado à própria existência, por meio da crença em algo superior a si mesmo, derivada da espiritualidade ou de uma filosofia pessoal de vida. Em outras palavras, um propósito externo que nos faça sentir que fazemos parte de um “todo”- e podemos contribuir para algo importante, maior que nós mesmos e além da existência humana tão limitada.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_que_realmente_faz_diferenca_afeto_e_espiritualidade.html

Anticoncepcionais interferem no sentimento.

Além de influênciar na escolha do parceiro, o uso de pílulas contraceptivas também afeta a percepção que a mulher tem da relação amorosa.


Alguns experimentos mostram que os anticoncepcionais influem na preferência sexual: mulheres que usam essa forma de prevenção da gravidez se sentem mais atraídas por homens com traços menos másculos. “Essa característica é interpretada como indício de menos testosterona e de maior probabilidade de que o parceiro seja fiel e permaneça junto da família”, analisa o psicólogo Craig Roberts, da Universidade de Stirling, na Escócia, pelo viés da psicologia evolutiva. Ele é autor de um artigo publicado na Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, que sugere que os anticoncepcionais orais, além de interferirem na escolha do parceiro sexual, também afetam a percepção que a mulher tem da relação amorosa.

Mais de 2.500 mulheres de vários países responderam, pela internet, a um questionário elaborado por Roberts. Ele constatou que as participantes que tomavam pílula quando conheceram o parceiro mas que no momento da pesquisa não usavam mais esse contraceptivo se diziam menos atraídas pelo companheiro e menos sexualmente satisfeitas do que no início do relacionamento. A mudança de percepção foi menos nítida entre as voluntárias que não tomaram o hormônio. O pesquisador também verificou que as que mantiveram o uso de anticoncepcionais afirmaram com mais frequência considerar o apoio financeiro do parceiro e outros aspectos não sexuais como importantes para o relacionamento, e se revelaram menos dispostas a se separar.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/anticoncepcionais_interferem_no_sentimento.html