sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A sedução das vitrines.

Curiosidade que nos leva a andar pelas lojas está ligada a instintos de caçadores e coletores.



Vitrines costumam despertar nossa curiosidade e, diante de uma liquidação, muitos de nós passam horas à procura do melhor produto, exibido posteriormente como presa abatida. “É justamente disso que se trata”, diz o psicólogo Roberto Pani. “A curiosidade que nos leva a andar pelas lojas está ligada a instintos atávicos de caçadores e coletores; agradam-nos a procura, a exploração e um pouco de desafio.” Por esse motivo, segundo o psicólogo, muitas pessoas empreendem verdadeiras expedições em busca de algo único; descobrem “territórios de caça”, como um outlet ou uma loja original, partilhados apenas com amigos íntimos.


Segundo Pani, as compras ajudam a construir uma imagem melhor de nós mesmos. “Gostamos de bens que nos auxiliam a projetar o perfil desejado.” Vanni Codeluppi acrescenta que as pessoas não compram apenas objetos, mas símbolos capazes de transmitir informações sobre sua identidade ou sobre o grupo ao qual desejam pertencer. “Quando escolhemos uma bolsa ou uma bebida, buscamos algo que represente a imagem com a qual nos identificamos.”


Entre mulheres, por exemplo, prevalece o consumo de roupas e produtos de beleza. Os homens, segundo Giovanni Siri, desejam carros e aparelhos tecnológicos, equipamentos que ampliam sua capacidade cognitiva e a possibilidade de exercer controle sobre as máquinas. Codeluppi vê nesse comportamento o risco de obsessão. Para ele, embora os homens pareçam mais racionais, muitas vezes compram por impulso, enquanto as mulheres avaliam e tendem a escolhas mais ponderadas. Segundo ele, estatísticas demonstram que as pessoas menos interessadas pelo consumo são aquelas que fundamentam a própria identidade em outros valores, como os ambientalistas ou os participantes de movimentos religiosos.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/vitrines.html

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