Pesquisadores tentam entender as bases neurobiológicas do distúrbio.
Falar é uma tarefa de precisão, ainda que a maioria das pessoas tenha apenas de abrir a boca para que um fluxo ordenado de palavras flua. Em milésimos de segundo, o cérebro orquestra o trabalho de diversas estruturas para que produzam sons e sentidos apropriados. Os músculos da laringe, da língua e dos lábios funcionam em uníssono, e o ar é usado na quantidade e no momento certos. Para cerca de 1% da população, no entanto, a comunicação verbal exige muito mais que mera determinação.
A gagueira geralmente aparece entre 2 e 4 anos e é quatro vezes mais frequente em homens. É comum haver na mesma família várias pessoas com o problema − a genética é responsável por até 60% dos casos. Surpresas e nervosismo podem deflagrar o distúrbio e influenciar sua duração e intensidade.
A situação tende a piorar em condições estressantes, como nos diálogos cara a cara. Por outro lado, a fluência melhora muito quando a pessoa está relaxada ou quando um “marca-passo” externo – como o ritmo de um poema ou de uma canção – garante calma e ordem. Os vocábulos podem fluir tranquilamente quando a pessoa fala com um animal ou mesmo durante o sono.
Para agravar o problema, muitos gagos sofrem com sintomas secundários. Ao se esforçar para emitir as palavras, costumam fazer caretas e gesticular demais, inspirar e expirar profundamente, ruborizar e suar. Infelizmente, a maioria das pessoas reage com irritação a essas paracinesias. Quando o gago é interrompido, seu medo de falar se intensifica e ele acaba se ofendendo e se retraindo ainda mais.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/gagueira_afeta_cerca_de_1__da_populacao.html
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