Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo, com incidência anual de 1-4 por 100.000 habitantes e pico entre 20-40 anos de idade. Não existem dados epidemiológicos específicos para o Brasil. Trata-se de uma doença de caráter autoimune que acomete primordialmente a mielina da porção proximal dos nervos periféricos de forma aguda/subaguda.
A causa é indefinida, mas a teoria mais aceita é de que um organismo infeccioso que contém estrutura parecida com o da mielina dos nervos periféricos pode ser o gatilho que desencadeia a reação auto-imune do organismo, o sistema imunológico não consegue diferenciar a proteína do organismo e do agente agressor, por assim dizer, e causa a destruição de ambas. Com a crise auto-imune, as células de defesa provocam inflamação e destruição e deixam o neurônio incapaz de suportar a condução nervosa afetando, desta forma, os movimentos e outras funções do organismo da pessoa.
Inicia com fraqueza muscular e reflexos diminuídos dos membros inferiores, aumentando conforme a evolução da doença, para insuficiência respiratória neuromuscular (quando a doença acomete os nervos que comandam o funcionamento adequado dos músculos responsáveis pela respiração: músculos intercostais, diafragma), 25% dos pacientes precisarão de ventilação mecânica dentro de 18 dias do início dos sintomas, paralisias nas mãos e nos pés, dor relacionada a destruição da mielina das fibras sensoriais, quando atinge os nervos cranianos, pode causar cegueira, dificuldade para deglutir, instabilidade cardiovascular (pode causar aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos, aumento ou diminuição da Pressão Arterial). A síndrome de Guillain-Barré não afeta a função cognitiva nem o nível de consciência da pessoa.
Por causa da possibilidade da rápida progressão e da insuficiência respiratória neuromuscular, a síndrome de Guillain-Barré é uma emergência médica, exigindo o tratamento em unidade de terapia intensiva. A avaliação cuidadosa das alterações na fraqueza motora e função respiratória alerta para as necessidades físicas e respiratórias do paciente. A terapia respiratória ou a ventilação mecânica podem ser necessárias para suportar a função pulmonar e a oxigenação adequada. Pode haver necessidade de ventilação mecânica por um período maios amplo. O paciente só sairá da máquina quando os músculos respiratórios puderem novamente suportar a respiração espontânea e manter a oxigenação tecidual adequada. As outras intervenções são direcionadas para a prevenção de complicações da imobilidade e podem incluir o uso de agentes anticoagulantes e meias de compressão elástica até a coxa, ou botas de compressão sequenciada, visando evitar a trombose e a embolia pulmonar.
O leitor pode conferir aqui a diretriz do Ministério da saúde para a Síndrome de Guillain-Barré.
Fontes: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_sindrome_guillain_barre_livro_2010.pdf
http://margaridasemacao.blogspot.com.br/2012/04/sindrome-de-guillain-barre.html
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